Mike Thomas, o primeiro aluno tetraplégico que voltou a andar com Método Dardzinski!
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Em 1998,
Mike ficou em uma cadeira de rodas ao ter uma lesão de nível C7 que o deixou
tetraplégico. No ano seguinte, iniciou um tratamento experimental com Ted
Dardzinski e, após um ano de trabalho árduo, voltou a andar e ainda hoje
continua seu treino no Project Walk! Veja essa entrevista super interessante e
inspiradora, daquele que se propôs a buscar um caminho alternativo que
possibilitou a milhares de pessoas em todo o mundo alcançar o sonho de voltar a
andar.
Mike
Thomas
C: Quais
eram as suas expectativas quando começou um tratamento experimental em 1999 com
Ted Dardzinski?
MT: Quando
comecei com Ted, nenhum de nós sabíamos o que esperar, no entanto, ambos
sabíamos que eu iria melhorar minha mobilidade e eu tinha a expectativa de
andar novamente. Na verdade, desde o primeiro dia, eu nunca me permiti pensar
num futuro sem andar, mantive atitude positiva e vivi um dia de cada vez.
C: Como
você se sentiu ao perceber que os seus ganhos superavam todas as expectativas?
MT:
Conforme o tempo foi passando, começamos a fazer metas semanais e mensais,
fiquei entusiasmado para experimentar o progresso. Passei a esperar que os meus
músculos respondessem aos meus comandos. Naturalmente, comecei a perceber o
quão sortudo eu era por este progresso, no entanto percebi que nem todos iriam
progredir no mesmo ritmo ou, até mesmo, ir tão longe.
C: E hoje,
qual é a sensação de ser um dos responsáveis por apresentar uma nova
perspectiva ao mundo em relação ao tratamento da lesão medular?
MT: Hoje
eu sou grato pelo que tenho, mas, mais importante, eu tenho orgulho de ser
parte do Project Walk. Eu sou sempre grato por minha recuperação, pois é um
incentivo para os outros que sofreram esta lesão devastadora. Gosto de ir aos
quartos de hospital e conversar com pessoas recém lesionadas. Elas
imediatamente param de pensar nas limitações e começam a acreditar que a vida
lhes deu um desafio a superar e têm uma chance de lutar para recuperar a sua
mobilidade.
C: Qual
foi o momento mais marcante que você vivenciou no Project Walk?
MT:
Praticamente todos os dias durante o primeiro ano de treinamento eu pude sentir
melhoras. Se tivesse que escolher um único dia, seria o dia em que iniciei o
treinamento com o Ted, na cidade de Sorrento Valley. Ted ficou chocado ao me
ver, pois ele não tinha ideia da gravidade da minha lesão. Eu estava amarrado à
minha cadeira de rodas para não cair e para poder manter a cabeça levantada.
Então ele tentou lembrar de exercícios que já havia experimentado e começamos a
treinar. Uma almofada foi colocada entre meus joelhos e ele pediu pra que eu a
apertasse 20 vezes. Respondi que talvez ele não tivesse entendido o que
“paralisia” queria dizer de fato, mas ele ignorou e pediu para que eu imaginasse
o movimento. Quando terminei a segunda série de 20 repetições, eu conseguia
sentir a atividade muscular. Meu entusiasmo após 4 meses passou de “não sinto
nada” para “estou sentindo”. Eu sabia que Ted romperia muitas barreiras e
mudaria as coisas para sempre.
C: O
Método Dardzinski é referência mundial em recuperação da lesão medular e agora
temos uma nova unidade na capital do Brasil. O que você acha disso?
MT: Ficou
claro que tínhamos desenvolvido algo especial, e quando Ted confirmou isto com
o Método Dardzinski, eu sabia que as pessoas iriam querer vir para Carlsbad,
mas era igualmente claro que nem todo mundo poderia vir com os altos custos
envolvidos. Enquanto eu viajava ao redor do mundo, as pessoas em cadeiras de
rodas me perguntavam como eu voltei a andar e é claro que eles queriam vir para
Carlsbad. Ted e eu conversamos sobre isso e a ideia de ter outros centros ao
redor do país e do mundo seria necessária.
C: Qual o
seu conselho para quem acabou de sofrer uma lesão medular?
MT: Meu
conselho desde o primeiro dia é manter uma atitude positiva. Não há dúvida de
que sua vida mudou de curso, mas ainda há uma vida pela qual vale a pena lutar.
Neste momento, não se pode afirmar o que você vai realizar. Há muitos exemplos
de pessoas fazendo até mais do que faziam antes da lesão. E, finalmente,
lembrar que existem muitos cientistas em todo o mundo procurando a cura para
lesões na medula espinhal e que a cura está, apenas, a alguns anos de serem
introduzidas
Fonte: Ser
Lesado
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