Ser cadeirante e mãe

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    A maioria das pessoas acha que cadeirantes não tem vida sexual ativa e que tão pouco poderiam ser mães. Além do tabu sobre a sexualidade das pessoas portadoras de deficiência física, existe o desconhecimento sobre a capacidade dessas mulheres de gerar e criar. Mas elas podem. O portador de deficiência pode levar uma vida sexual ativa e a maior parte deles deseja construir uma família.
       A gravidez pode trazer alguns riscos para as cadeirantes como: trombose, infecção urinária, escaras (feridas na pele causadas pela pressão do corpo imóvel), aumento de peso, complicações respiratórias, espasmos musculares e até hiper-reflexia autonômica – um aumento severo dos estímulos do sistema nervoso que pode causar hipertensão e sudorese. Embora haja riscos de complicações relacionados à gestação, você pode reduzi-lo e administrá-los com cuidados de um pré natal adequado e um planejamento apropriado.
     As cadeirantes precisam estar conscientes de que o sonho da maternidade é possível, mas as limitações de locomoção estarão sempre presentes. Tanto a grávida como a mãe cadeirante vão precisar de apoio adicional. Um dos principais problemas na gravidez das deficientes é a falta de informação dos profissionais de saúde.
     Uma iniciativa inédita deverá acontecer em um hospital publico em São Paulo: o primeiro serviço de atendimento à saúde da mulher com deficiência. O projeto piloto deverá começar em março no Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha e deverá ser expandido para outros hospitais da rede municipal paulista ainda esse ano. A maternidade já recebeu dez camas especiais para exames ginecológicos, um mamógrafo para que as gestantes façam exames sem sair da cadeira de rodas e uma espécie de guindaste para transferi-la da cadeira para a cama. Os funcionários da saúde do hospital (médicos, enfermeiros, terapeutas, psicólogos) deverão passar neste mês por um treinamento.

      Essa mulher não é diferente das outras. Muitas vezes, as limitações estão mais presentes na cabeça das pessoas.


       Sugestão de livro - Mother to be: a guide to pregnancy abd birth for women with disabilities (editora Demos, 1991) da americana Judith Rodgers. Algo como Gestante: um guia para a gravidez e o parto de mulheres com deficiência.
        A pesquisa Pregnancy for women with spinal cord injury ( Gravidez de mulheres com lesões medulares) coordenada pelo médico americano Phil Klebine, da Universidade de Alabama, publicada em 2000, oferece uma lista dos problemas que a grávida cadeirante pode vir a ter. 

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9 comentários:

  1. faço parte de projeto que trabalha com cadeirantes,e tem uma moça cadeirante que deseja emgravidar,algo pode ser problema ṕra ela.??

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  2. concordo pois tambem sou cadeirante tenho 35 anos,e dei paralisia infantil com seis meses de idade ,me casei com 19 e os medicos achavam que eu nao podia ter filhos,hoje um filho com 14 anos e tive um parto de gemeos que amenina esta com 12 anos o menino infelismente deus levou depois de 6 meses de nascido,sou feliz e nao me entrego as barreiras que enfrentamos pois somos mulheres normais que temos direito de ser feliz.

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  3. Oi Magna, parabéns pela sua história de superação. Realmente não devemos nos entregar ou deixar que as pessoas imponham limites a nossa vida. Devemos sim ir em busca da nossa felicidade independente de qualquer coisa. Prazer em conhece-la. Volte sempre. Bjos

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  4. Olá queridas!
    Quero compartilhar um pouco de minha história sou cadeirante desde dos 18 anos por causa de uma artrite reumatoide.Hj tenho 33 anos estou casada há um ano e pretendo engravidar já parei os medicamentos e tenho que esperar 5 meses pra tentar engravidar.e o meu maior desafio é que apesar de ser cadeirante a artrite me deixou muito limitada,não consigo ir ao banheiro só na realidades preciso muita da ajuda de outras pessoas.Bom tem muita gente me desanimando na verdade é machucando mesmo com palavras dizendo que é muito triste querer trocar a frauda do bebe da banho,ele pedir colo e vc não conseguir colocar no colo sozinha por causa das minhas limitações.Chorei muito pensei muito e estou disposta a pagar pra ver.Se não vou ficar pro resto da vida com um fantasma,como seria minha vida se eu tivesse sido mãe..Dificuldades sei que vou enfrentar mais Deus vai dar dar força para supera-los minha vida toda foi assim.
    É isso meninas beijo a todas...

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    1. Ana...tb sou cadeirante, vitima de um acidente automobilistico, lesao em c5 e c6 + traumatismo craniano, na epoca tinha 15 anos...escutei muita gente dizendo q eu nao podia e nao conseguiria muita coisa em minha vida (quase td pra falar a verdade).Mas nao desisti apesar de todas as dificuldades...aprendi a escrever novamente e voltei pra escola...prestei vestibular e me formei na unesp (viajava 100km para ir + 100km para voltar...todos os dias...de onibus!!), prestei concurso publico e sou bancaria ha 6 anos. Encontrei uma pessoa que me amou e me aceitou como eu era e estamos juntos ha quase 11 anos, casados ha 3 anos.
      E, hj, aos 30 anos de idade realizo o meu maior sonho...estou gravida de 7 meses...e apesar de todas as complicacoes me sinto finalmente completa!!!
      Leticia

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  5. Que lindas histórias de mulheres guerreiras, determinadas que não desistiram de viver mesmo tendo tantos obstáculos. Obrigada por enriquecer meu blog com essa histórias que servem de inspiração para todos. Bjo grande e Parabéns!

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  6. nossa que lindo historia da Leticia Mulford Costa eu tb sou cadeirante.

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  7. eu nasçi cadeirante e eu quero ser mãe logo e eu queria saber se como eu nasçi os riscos são os mesmo

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  8. Olá, vc deve ir ao médico e ver com ele quais são os risco que você corre estando grávida.

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