Tecnologia em benefício às pessoas com deficiência

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  Em um país com aproximadamente 24,5 milhões de pessoas com alguma deficiência, segundo o IBGE, as inovações tecnológicas assumem um papel importante e garantem maior qualidade de vida para essa parcela da população. Um software grátis para navegação em computador, um sistema de direção para tetraplégicos, uma cadeira do sexo (imagem ao lado) e um aparelho auditivo adaptável são as últimas novidades da área.

    Dois exemplos recentes são o HeadMouse e o Teclado Virtual, desenvolvidos pela Indra, permitem que as pessoas com deficiência mexam no computador com leves movimentos de cabeça e até mesmo com um piscar de olhos.
    A gerente de comunicação da empresa, Fabiana Rosa, explica como funciona o programa, que é gratuito. “Você faz o download dos softwares, instala no computador e a webcam vai enxergar os movimentos faciais do usuário e permitir que ele conduza o cursor”.
    Para ter o sistema, basta possuir um computador e uma webcam. “O deficiente só vai precisar da ajuda de uma pessoa para baixar o aplicativo e clicar pra inicializar a instalação. A partir daí, ele tem total autonomia”, disse Fabiana.
    Essa independência também pode ser alcançada pelos tetraplégicos. Um novo sistema de direção permite que os deficientes com pouquíssimos movimentos de braço e nenhum de perna dirijam. O instalador Eduardo Aparecido, da Cavenaghi, empresa que desenvolve a adaptação, explica: “A pessoa consegue dar seta por meio de botões instalados no banco. A partida do carro e o freio de mão também são acionados por meio de um botão”. O tetraplégico ainda pode movimentar o volante encaixando o punho em uma espécie de alça.
    Esse lançamento pode ser usado junto a uma cadeira especial para os deficientes, que já existe há três anos no Brasil. Com ela, é possível sair do carro e ser transportado para a cadeira de rodas, sem precisar de auxílio.
    Maria Luiza Cury, 63, paraplégica, comprou a cadeira, chamada de “Chair Topper”. “A pessoa não vai precisar me levantar da cadeira para me colocar no banco. Esse já faz tudo direto”, comemora.
    Mas o preço dessas novidades nem sempre é acessível a todos. Maria Luiza pagou R$ 22 mil no aparelho e espera que, com o tempo, esse cenário mude. “Acho que tende a diminuir por causa da concorrência. Hoje só uma empresa faz isso, pode ser que amanhã duas ou três também façam o mesmo equipamento.”


Intimidade

    Não é só possibilitando o acesso ao computador e a automóveis que a tecnologia se destaca. Esses avanços também contribuem para melhorar a vida sexual dos deficientes.
    Um conjunto, formado por uma cadeira e uma pequena cama, chamado de Intimate Rider, minimiza o esforço do deficiente no momento do sexo.
    O cadeirante João Antônio Pontes descobriu a novidade na internet e conta por que decidiu trazer para o Brasil. “A pessoa que tem uma lesão não tem movimento de tronco e de quadril, então, na hora do amor, dificulta muito para satisfazer a parceira. Ela trabalha mais do que nós, isso a deixa cansada e, com o tempo, até desanimada”.
    Pontes já testou o equipamento e aprovou o resultado. Segundo ele, a cadeira se movimenta praticamente sozinha. “Ela parece uma cadeira de balanço. O cadeirante senta na cadeira, apoia as pernas no chão e, sem esforço nenhum, a movimenta. A parceira fica na cama que vem junto, em que ela se adapta da maneira que preferir”.




Deficiência auditiva
    As pessoas com problema de audição também terão, a partir de junho, um novo aparelho auditivo – o Fuse, do Grupo Microsom. O grande diferencial do produto é que o paciente não precisa fazer uma pré-moldagem antes de usar o equipamento.
    A fonoaudióloga da empresa, Patrícia De Rissio, explica por que o Fuse permite essa facilidade. “Ele tem um formato universal e a ponta dele é flexível. Essa flexibilidade faz com que o aparelho se adapte aos diferentes formatos de conduta auditiva, que é justamente o canal da orelha que leva a informação sonora”.
    Os aparelhos sem essa tecnologia costumam levar uma semana para ficar prontos. Mas Patrícia garante que esse tempo deixa os pacientes frustrados. “A gente tem visto que a pessoa às vezes demora anos para admitir essa deficiência e procurar um médico. Para nós, uma semana não é nada, mas para ele, que está ansioso e até mesmo receoso, é um tempo considerável”.
    Segundo a fonoaudióloga, o Fuse ainda não tem preço definido, mas será categorizado como um aparelho intermediário, com valor que deve ficar no meio da faixa que vai de R$ 2 mil e R$ 9 mil.
    O equipamento também conta com um programa automático de adaptação ao ambiente, já encontrado em outros aparelhos auditivos. O classificador sonoro analisa o local e diminui ou aumenta o ruído existente automaticamente, para permitir que a pessoa entenda tudo que está a sua volta.
    Todas essas novidades foram apresentadas na Reatech 2010 – IX Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, que esteve aberta entre 15 e 18 de abril, em São Paulo.


Saiba onde encontrar os produtos:


HeadMouse e Teclado Virtual
Indra – r. Alexandre Dumas, 2200, 6º andar, São Paulo. Tel: 5186-3000
Adaptação de veículos
Cavenaghi - http://www.cavenaghi.com.br/
Intimate Rider – Cadeira do sexo
João Pontes – joão_pontes@globo.com. Tel: (13) 7802-8973
Fuse – Aparelho auditivo
Grupo Microsom – http://www.microsom.com.br/ Tel: 0800-11-64-91

Fonte: http://www.metodista.br/

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