Deficientes físicos enfrentam vários problemas para se locomover em Brasília

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    Calçadas irregulares, falta de rampas, escassez de ônibus adaptados e elevadores da rodoviária que não funcionam. Esses são apenas alguns dos problemas enfrentados por quem usa cadeira de rodas. Até a capital federal não possui acessibilidade.
   
    Há sete anos, o estudante Wescley Vieira Batista foi assaltado, levou três tiros nas costas e perdeu o movimento das pernas. De vítima da violência, passou a vítima do desrespeito aos portadores de deficiência.
    Com uma câmera instalada na cadeira de Wescley, o Bom Dia DF mostrou as dificuldades do jovem ao se deslocar pelo centro de Brasília.
    Os calos nas mãos do estudante mostram que a rotina é dura. Os problemas começam logo na saída de casa, em uma quadra na Asa Norte. “Precisei da ajuda de uma pessoa para subir o meio-fio, mas era como se eu fosse invisível”, conta.
    Um morador da quadra viu a situação e improvisou uma rampa com terra e cascalho. Hoje, Wescley consegue chegar à parada facilmente, mas, para pegar um ônibus, é outra história. “Geralmente tem um selo na frente indicando que é adaptado”, explica.
    Quando o ônibus adaptado finalmente chega, motorista e cobrador preferem carregar o estudante a acionar a plataforma para deficientes. “Esse negócio demora muito e a gente está um pouquinho atrasado”, justificam os funcionários. Na hora de descer, motorista e cobrador tentam fazer o elevador funcionar cinco vezes, até que desistem.
    Na rodoviária, a dificuldade é ir até a plataforma superior. Os seis elevadores estão quebrados. “O elevador está com defeito e o interruptor de chamada está perigoso, corro o risco de tomar um choque”, conta Wescley. Sem elevadores, o jeito é ir pelas escadas rolantes e contar com a ajuda de agentes de fiscalização do GDF.
    O estudante segue rumo à Galeria do Trabalhador na Asa Norte. No caminho, o meio-fio se transforma num obstáculo impossível de ser enfrentado sozinho. Depois, a única forma de atravessar a rua é se arriscando entre os automóveis.
    A rampa de acessibilidade da faixa de pedestre não existe do outro lado da calçada. Wescley tem que desviar das árvores e de buracos para conseguir passar. “Tem uma cratera na calçada e, pelo espaço da cadeira, se a pessoa não tiver um pouco de habilidade, ela pode cair”, afirma.
    Em seguida, Wescley vai ao Hospital Sarah, no Setor Comercial Sul, que realiza tratamento para pessoas com deficiência. As faixas para cegos na calçada indicam o caminho da acessibilidade, mas, em um ponto, há um grande buraco.
    Onde as calçadas são adaptadas, falta educação dos motoristas e automóveis são estacionados bem na rampa de acesso. Para passar, Wescley improvisa. Ele precisa pensar bem no caminho que vai fazer antes de sair de casa, monta uma verdadeira estratégia para garantir o direito de ir e vir.

Fonte: DFTV

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