Guia de Acessibilidade Cultural

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   Em 7 de maio foi lançado em São Paulo  o primeiro guia de cultura e entretenimento voltado à diversidade humana. Trata-se do Guia Online de Acessibilidade Cultural, elaborado pelo Instituto Mara Gabrilli (IMG)  em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, com patrocínio da Sabesp. Ele traz 186 estabelecimentos ao todo, entre teatros, museus, cinemas, centros culturais, casas de espetáculos e bibliotecas que podem receber qualquer perfil de público – pessoas com problemas de locomoção, pessoas mais baixas, crianças e todos aqueles que apresentam uma estrutura física diferente da média, como os 1,5 milhão de pessoas com deficiência que vivem na cidade de São Paulo. Ele já está disponível na internet, no endereço http://acessibilidadecultural.com.br, que atende a requisitos de acessibilidade, onde também se pode fazer pesquisa filtrada por tipo de equipamento, região da cidade ou palavra-chave. O Guia Online de Acessibilidade Cultural foi desenvolvido pela Espiral Interativa, criadora do Vida Mais Livre .
   “O guia não é só voltado às pessoas com deficiência, já que pode ser muito útil também para idosos, grávidas, pessoas engessadas, mulheres com carrinho de bebê etc. São Paulo é sinônimo de modernidade, de atualidade, de transformação a cada segundo. Por isso lançamos este guia online para que seja consultado e construído constantemente por todos os paulistanos. Este formato permite também a integração entre os equipamentos e o público, intermediado pelo instituto”, afirma Mara Gabrilli, fundadora do IMG. “A cultura é uma ferramenta fundamental para nosso desenvolvimento, com potencial para trazer transformações que levamos para toda a vida. Permitir que todos tenham acesso a isso, sem distinções, é uma obrigação do poder público”, diz Andrea Matarazzo, que esteve à frente da Secretaria de Estado da Cultura durante a elaboração do guia.
   Durante três meses, três equipes especializadas em acessibilidade foram a 315 equipamentos avaliar quão amigáveis estes são para pessoas com deficiência ou alguma outra dificuldade. “Dos 315 equipamentos avaliados, 186 foram selecionados e integram o guia.”, diz Ariana Chediak, gestora do IMG. São 61 bibliotecas; 3 casas de espetáculos; 37 centros culturais; 11 cinemas de rua; 44 museus e 30 teatros. Entre estes estabelecimentos, 55 são localizados no Centro, 31 na zona Leste, 9 na zona Norte, 52 na Sul e 39 na Oeste. O site também terá espaço para interação dos usuários, que poderão fazer comentários, sugestões e críticas. “Também será papel do Instituto Mara Gabrilli, como forma de continuidade ao trabalho, informar os equipamentos que precisarem de ajustes ou mudanças sugeridos pelos internautas, com o objetivo de tornar a cidade de São Paulo, no geral, um lugar que receba cada vez melhor as pessoas com deficiência. O guia é inovador por permitir esta construção permanente e colaborativa”, completa Ariana.
   Todos os locais trazem uma breve descrição, dados de endereço, telefone, e-mail, site, dias e horários de funcionamento e um item chamado “informações gerais de acessibilidade” com dados sobre estacionamento e visitação inclusiva guiada. Também há, para cada estabelecimento, dados específicos por tipo de deficiência, indicados com ícones que remetem à surdez, deficiência física, visual e intelectual.
   A análise ponderou aspectos arquitetônicos, de conteúdo, de informação, as tecnologias e a disponibilização de profissionais capacitados para algumas funções primordiais como intérpretes de libras, guia-intérpretes para surdocegos e mediação para pessoas com deficiência intelectual. As nuances são muitas e as avaliações foram feitas se pautando, principalmente, nas determinações de acessibilidade previstas na legislação brasileira.
    Para cegos, por exemplo, o local precisa ter explicações que sejam compreendidas por meio do tato e da audição do visitante, como placas em Braille e audiodescrição.
   Já os surdos, irão contemplar um programa cultural através de sua visão, demandando a necessidade de intérpretes em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, que estejam aptos a recebê-los e passá-los informações.
   Os visitantes com deficiência intelectual devem ser respeitados em relação às suas diferenças cognitivas.
   Cadeirantes, anões, assim como idosos, necessitam concretamente de uma arquitetura amigável que, antes de barrar suas entradas, torne o passeio agradável. Assim, as rampas são preferíveis aos degraus, as maçanetas devem ser leves e de alavanca, elevadores devem ter portas automáticas, botões, corrimões e balcões devem ter mais baixos .
   Os próximos passos do Guia Online de Acessibilidade serão a participação de internautas e equipamentos para inclusão de novas informações. Assim, a partir de setembro próximo, usuários poderão avaliar a acessibilidade do equipamento respondendo a um formulário online. Nesta fase também serão lançadas as versões mobile e para tablets.
   No primeiro semestre de 2013, equipamentos de todo o Estado de São Paulo interessados em constar do guia poderão solicitar sua inclusão. Já para 2014, o site se tornará nacional e poderá receber solicitação de quaisquer equipamentos brasileiros.    Estatísticas - No Brasil, segundo o Censo 2010 (IBGE), 46,5 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência e, no Estado de São Paulo, são mais de 9,3 milhões. Os números praticamente dobraram em relação ao Censo 2000, que computara 24 milhões e 4 milhões, respectivamente. Os números do último Censo relativos aos municípios ainda não foram divulgados, de modo que, para a cidade de São Paulo, são consideradas ainda as estatísticas aferidas pelo Censo 2000: 1,5 milhão de moradores com deficiência, além de outro 1,5 milhão com mobilidade reduzida.
   É um universo de pessoas que podem ter nascido com alguma deficiência ou a adquirido ao longo da vida. E quando se fala de ações que melhorem a qualidade de vida dessas pessoas, também são incluídos os que têm mobilidade reduzida, ou seja, idosos, gestantes, obesos, mulheres com carrinhos de bebê. Por isso, para Mara Gabrilli, “ao facilitar acessos para a inclusão das pessoas com deficiência, estaremos ampliando o escopo dessas ações para um grupo ainda maior de pessoas”.
   Atualmente, está sendo feito pela Prefeitura de São Paulo o primeiro levantamento exclusivo sobre habitantes da capital com deficiência. Lei de autoria da então vereadora Mara Gabrilli, que entrou em vigor em 2010, o Censo-Inclusão está atualmente na fase de envio de formulários à casa de todos os paulistanos, 2,4 milhões de moradias segundo banco de dados do IPTU. Estes, que também são encontrados no site www.censoinclusao.sp.gov.br,  deverão ser preenchidos e enviados até maio deste ano à prefeitura de São Paulo, que prevê divulgação de números preliminares em dezembro deste ano.

Fonte: Vida mais Livre

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