Rio+20 - acessibilidade, conectividade e sustentabilidade
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A coletiva de apresentação Rio + 20, no
Riocentro, contou com a participação de Kathleen Abdalla, representante da ONU,
e de Laudemar Aguiar, secretário do Comitê Nacional de Organização da
conferência (Pedro Kirilos / Agência O Globo).
Material de escritório, mesas e cadeiras
ainda empilhados. Salas vazias, com partes ainda inacabadas. A 15 dias da
conferência, o Riocentro, principal palco da Rio+20, ainda está em fase de
montagem. Em meio ao cenário, o ministro Laudemar Aguiar, responsável pela
logística da conferência garante: "Estamos no cronograma. O Riocentro,
conforme o combinado, vai ser entregue no dia 5 para a ONU".
De acordo com Aguiar, que apresentou o
espaço à imprensa na manhã desta quarta-feira, o Riocentro vai estar preparado
para receber 38 mil pessoas diariamente no período da conferência. A Rio+20 tem
início no dia 13 de junho, quando Riocentro recebe a última rodada informal de
negociações antes da cúpula. As reuniões vão até o dia 15. Do dia 16 ao dia 19,
ocorrerá uma série de debates paralelos promovidos pelo governo brasileiro com
especialistas da sociedade civil.
Os chefes de estado e de governo se
encontram no Rio Centro a partir do dia 20. Só terão acesso ao espaço pessoas
credenciadas pela ONU e representantes de delegações oficiais. De acordo com os
organizadores, o espaço utilizado pela Rio+20 é duas vezes maior do que o
utilizado na Rio 92 e a área total, incluindo os eventos paralelos que ocorrem
na cidade, ocuparão um espaço quatro vezes maior do que a conferência ocorrida
há 20 anos.
Logística - Com inspiração nos princípios
do desenvolvimento sustentável, tema da conferência - que inclui três elementos
fundamentais para o desenvolvimento, o social, o econômico e o ambiental - os
organizadores procuraram sustentar o evento em três pilares logísticos:
conectividade, sustentabilidade e acessibilidade.
Sustentabilidade - para atender os
parâmetros ambientalmente corretos que a Rio+20 requer, a conferência vai
utilizar copos descartáveis feitos à base de espiga de milho, biodegradáveis,
geradores movidos a biodiesel e madeira certificada. A coleta de lixo será
seletiva e as emissões de gases serão compensadas por certificados emitidos por
empresas brasileiras.
Conectividade - o princípio de
conectividade vai priorizar o uso inteligente de papel proveniente de áreas de
replantio. Haverá aplicativos para que os documentos gerados sejam distribuídos
de forma digital. Os organizadores calculam que o Riocentro possa ter 30 mil
acessos simultâneos de internet. "Será a conferência mais digitalizada e
segura já feita no Brasil. Se ocorrer qualquer problema, um sistema paralelo
evitará a queda do sistema", afirmou Aguiar.
Acessibilidade - de acordo com o
ministro, a acessibilidade é uma iniciativa do Brasil apresentada à ONU. As
projeções terão legenda em tempo real em duas línguas, audiodescrição,
interpretação em língua de sinais, além de impressões em braile sob demanda.
"Temos no Brasil cerca de 45 milhões de pessoas com algum grau de
deficiência. Não é correto que tenhamos essas pessoas excluídas da
conferência", disse.
Serviços - O Riocentro contará com 17
restaurantes, que ocuparão um pavilhão inteiro. Haverá também uma agência do
Banco do Brasil, uma agência dos Correios e um ponto do Ministério do Turismo
para prestar auxílio aos visitantes.
Segurança - com a presença de mais de 100
chefes de estado para a cúpula, a segurança do Riocentro ficará sob coordenação
da ONU, que empregará 100 agentes trazidos da sede da entidade em Nova York.
Eles serão auxiliados por 1.200 homens do Exército, 500 agentes da Polícia
Federal e outros 300 de outras forças de segurança sob o comando do general
Otávio Santana do Rêgo Barros. Com experiência de comando no Haiti, quando
liderou as forças de paz da ONU logo após o terremoto de 2010, e no Complexo do
Alemão, quando comandou as forças pacificadoras do Exército por três meses no
início de 2011, o general garante que a segurança da cúpula será bem sucedida.
"Todos os cuidados referentes à segurança serão tomados. Haverá
varreduras, controle de acesso de fornecedores, controle de credenciamento,
verificação química, radiológica e biológica", afirmou.
Onde e quando acontecerão os eventos da
Rio+20 - os cerca de 50 mil participantes da conferência vão se reunir em
espaços nas zonas sul e oeste, com destaque para as regiões próximas ao Parque
do Flamengo e ao Riocentro.
Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
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