Copa 2014: Brasil promove primeiro debate com foco na acessibilidade
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Campinas, SP, 05 (AFI) - O Brasil está prestes a
realizar dois dos maiores eventos esportivos do planeta. Doze estádios estão
sendo construídos para a Copa de 2014. Aeroportos e portos, reformados.
Centenas de hotéis implantados e reformados. Obras de mobilidade urbana se
espalham pelas cidades. São mais de R$ 20 bilhões em obras de infraestrutura e
de telecomunicações. Mas será que as novas construções serão acessíveis a todos
os públicos?
O Brasil possui mais de 46 milhões de pessoas com
algum tipo de deficiência. São pessoas com dificuldades de locomoção, auditiva,
visual, entre outras. O que está sendo planejando para atender esse público e
os milhares de turistas que precisarão de uma atenção especial durante a Copa
do Mundo? Quais os planos brasileiros nas áreas de tecnologia e inovação
voltados à pessoa com deficiência?
Para debater essas e outras questões, exatamente a
dois anos da Copa de 2014, será promovido o Copa for All, primeiro debate
brasileiro com foco na acessibilidade da Copa 2014 e Olimpíadas 2016.
“Escolhemos o tema porque ainda não conhecemos os projetos de acessibilidade
relacionados às arenas, aos hotéis, aos aeroportos e outros equipamentos que
estão sendo preparados para os megaeventos”, destaca Rodrigo Prada, um dos
organizadores do encontro.
Prada lembra que na Copa 2010 alguns estádios
construídos para o Mundial da África do Sul não foram projetados para atender
requisitos de acessibilidade e o que se viu foi um grande desrespeito aos
portadores de necessidades especiais.
“A Fifa reforça as orientações quanto à segurança
nos estádios, como procedimentos e equipamentos para evacuação do local em caso
de emergência. Porém, a entidade que organiza o Mundial não especifica, por
exemplo, qual o número de lugares destinados a pessoas com deficiência,
deixando a critério da legislação do país esta definição”.
Inclusão Social
De acordo com o turismólogo e cadeirante Ricardo Shimosakai, um dos palestrantes do evento, o essencial para pessoas com deficiência física em um estádio de futebol são rampas ou elevadores, dependendo da estrutura arquitetônica, instalações sanitárias, circulação com rotas acessíveis e sinalização adequada, além do espaço onde a pessoa com deficiência física assistirá ao jogo.
De acordo com o turismólogo e cadeirante Ricardo Shimosakai, um dos palestrantes do evento, o essencial para pessoas com deficiência física em um estádio de futebol são rampas ou elevadores, dependendo da estrutura arquitetônica, instalações sanitárias, circulação com rotas acessíveis e sinalização adequada, além do espaço onde a pessoa com deficiência física assistirá ao jogo.
Um serviço de apoio é recomendado pela FIFA, para
que todas as pessoas com deficiência possam ser atendidas. Mapas táteis do
estádio, sinalização em Braille e pisos táteis são itens importantes para quem
tem deficiência visual. Para atendimento de pessoas com deficiência auditiva, é
importante contar com profissionais treinados para interpretar a Língua
Brasileira de Sinais (Libras), que apesar de ser utilizada somente no Brasil
possui semelhanças com outras línguas estrangeiras de sinais.
Além dos estádios, toda a infraestrutura das
cidades também deve ser pensada sob a ótica da acessibilidade. Pois o evento
influenciará outras áreas como a de transportes aéreo e rodoviário, hotelaria,
informação, além da visitação turística nos pontos importante de cada
cidade-sede.
O evento Copa for All acontece no auditório da Vivo
em São Paulo de 11 a 13 de junho e contará com a presença de arquitetos
projetistas das arenas, especialistas em mobilidade urbana e aeroportos,
profissionais da área jurídica e autoridades públicas e lideranças políticas
como o deputado Romário, grande incentivador de uma Copa do Mundo acessível a
todos. Para abertura do encontro, uma apresentação do humorista Geraldo Magela
(Ceguinho) sobre as dificuldades de um turista cego no país da Copa do Mundo.
Agência Futebol Interior
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