Cardiologistas definem normas para avaliar pessoas com deficiência para esportes
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Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Pela primeira vez no mundo, os médicos vão ter um conjunto de normas
para avaliar as condições de pessoas com deficiência física para a prática de esportes. A
avaliação faz parte do documento Diretriz
do Esporte e
do Exercício. Avaliação Cardiológica e do Deficiente Físico, que vai ser
apresentado durante o 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado a partir deste sábado
(28) no Riocentro, zona oeste do Rio.
Os estudos para a elaboração da Diretriz levaram
quase três anos e contaram com a participação de 40 especialistas em
cardiologia e medicina de esporte da Sociedade Brasileira de Medicina do
Esporte e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Convidamos pessoas que
tinham convivência com coração de atletas, com esporte competitivo e com nível
de intensidade de exercício”, esclareceu o professor de pós-graduação em
cardiologia e medicina esportiva.
A Diretriz é um documento, com atualizações em períodos
de dois ou três anos, utilizado pelos médicos para orientar os profissionais de
saúde sobre exames a serem solicitados para avaliação e acompanhamento da
evolução de pacientes. No caso das normas de avaliação dessa última Diretriz, o cardiologista
informou que foram designados três subgrupos – um de avaliação prévia para a
participação em esportes, academias e lazer. O grupo 2 foi focado nas
principais doenças que matam nas atividades físicas ou que complicam a vida das
pessoas ou pacientes quando fazem atividades físicas; e o terceiro foi para
estudar os atletas paralímpicos.
Para o médico, com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas deve
aumentar o número de pessoas que vão buscar as atividades esportivas, por isso
aumenta a importância da elaboração da Diretriz. “Vai ser fácil
seguir uma conduta uniforme. Os médicos faziam os exames que achavam que
deveriam ser feitos. Agora será uniformizado. E no próprio Congresso vamos
discutir o documento e os que tiverem dúvidas poderão apresentar”, acrescentou,
informando que a revisão das normas, para incluir os avanços na medicina, será
feita em 2015.
O diretor da Divisão Clínica do Laboratório de Pesquisa, Treinamento e
Simulação em Emergências Cardiovasculares do Instituto do Coração (InCor) do
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Sérgio Timerman, disse que
a preocupação é que muita gente, na busca por uma vida mais saudável, começa a
fazer exercícios físicos sem procurar um especialista antes para uma avaliação
médica. “Procurar uma vida saudável significa procurar saber também se a pessoa
está saudável para uma atividade física”, contou.
O médico alertou para os casos de morte súbita que ocorrem durante a
prática de exercícios sem uma avaliação preliminar das condições físicas da
pessoa. “Nessa avaliação inicial pode-se detectar o risco ou não de essa pessoa
fazer uma atividade que, em vez de melhorar a qualidade de vida, leve a uma
morte súbita”, explicou.
Sérgio Timerman defendeu que as academias façam sempre testes físicos na
admissão de novos usuários. “Existem academias facilitando a entrada de pessoas
sem nenhuma análise”, disse.
Pelos dados da SBC, atualmente apenas 10% da população fazem exercícios
na frequência recomendada, de cinco vezes por semana.
Fonte: Agência Brasil
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