Jornalista cega lança livro sobre produção de deficientes na internet

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A jornalista e pesquisadora alagoana Fabrícia Omena, que é cega, lança, na noite deste sábado (26), no espaço Café Literário da Edufal, durante a VI Bienal do Livro de Alagoas, que acontece no Centro de Convenções, o livro “Mapeamento das produções de pessoas cegas brasileiras disponíveis no Ciberespaço”.
 
A produção, escrita em coautoria com a pesquisadora e professora mestre Madileide Duarte, é resultado de uma pesquisa científica desenvolvida nos anos de 2008 e 2009, onde as autoras se dedicaram em localizar e identificar na internet a produção de deficientes visuais e pessoas cegas nos campos das artes, da profissionalização e da pesquisa científica.
 
“Um dos grandes focos da temática do livro é mostrar o potencial de pessoas que possuem baixa visão ou cegueira. Com este mapeamento, conseguimos mostrar que, mesmo com as limitações, os cegos são ativos e podem produzir em diversos campos do conhecimento com qualidade”, expõe Fabrícia Omena, que durante a produção de pesquisa ficou responsável pelo levantamento e entrevista das histórias que compõem o livro.

Responsável pela orientação do trabalho acadêmico que foi transformado em livro, a professora Madileide Duarte destaca que a produção chega para mudar paradigmas de muita gente, que ainda desconhece a capacidade de produção das pessoas com deficiência.

“Esperamos que pessoas com deficiência visual vejam os trabalhos de pessoas com limitações e se inspirem para também produzirem. E que as pessoas que não possuem esse tipo de limitação passem a compreender as diferenças e entendam que os cegos não precisam de protecionismo, mas, sim, de oportunidade”, relata a pesquisadora.



Madileide revela ainda que o fato da ex-estudante de comunicação social ser cega fez com que ela despertasse o interesse em desenvolver pesquisas científicas no campo da deficiência visual. “Neste sentido, o aprendizado foi em mão dupla e continuado, na sequência de três pesquisas, duas pelo CNPq e o livro, que após a publicação impressa poderá também ser disponibilizado em e-book, para facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual ao conteúdo”, disse.
 
Quanto a formatação do livro para o Braile, Fabrícia Omena explica que o procedimento é complexo porque exige uma transcrição e adaptação, que são feitas por profissionais especializados. “Diante deste fato, vamos disponibilizando o livro por etapa, primeiro impresso e depois como e-book, o que já garante a acessibilidade”, completa.
 

Fonte: http://g1.globo.com/
- Waldson Costa Do G1 AL

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