Dicionário oferece acessibilidade a alunos surdos
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Em São Paulo, dicionário trilíngue libras/Português/Inglês foi entregue aos alunos da Escola Municipal de Educação Especial Hellen Keller.
Ampliar o vocabulário e melhorar a compreensão dos sinais de Libras e de textos escritos são os principais objetivos do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe – Libras/Português/Inglês (Deit-Libras) entregues na última terça-feira (17/08) aos alunos da Escola Municipal de Educação Especial (EMEE) Hellen Keller, em São Paulo (SP). As dezenas de olhos atentos e as mãos agitadas dos alunos demonstravam a ansiedade deles para ver concretizado mais um passo em direção à inclusão e à acessibilidade.
Esta é a segunda vez que a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), entrega os dicionários com verbetes em português, inglês e Libras. Em 2008, foram entregues 2.035 exemplares, mas a entrada de novos alunos e professores na rede municipal tornou necessária essa nova remessa de 888 dicionários.
A partir de agora os 1.500 alunos surdos ou com deficiência auditiva da rede municipal terão um dicionário em casa. O Deit-Libras é composto por dois volumes e apresenta verbetes em datilologia (recurso usado para digitar o alfabeto manual), bem como a escrita SignWriting, que é a representação gráfica dos sinais.
Solange Regina da Costa, 39 anos, aluna da Educação para Jovens e Adultos (EJA) da EMEE Hellen Keller, movimenta habilmente as mãos para dizer à diretora Mônica Amoroso, intérprete de Libras, que o dicionário facilita a relação com a família. Filha de pais ouvintes e irmã gêmea também ouvinte, Solange contou que é difícil se comunicar com a família porque muitas vezes não sabe a palavra daquilo que desejar expressar. “É muito bom, ótimo, receber esses dicionários. Vai ajudar na conversa com meus pais e ampliar a minha cultura. No futuro quero ensinar Libras para as crianças”, disse Solange.
O professor de matemática Neivaldo Augusto Zovico, deficiente auditivo, concorda com Solange e diz que a falta de ferramentas para aproximar o surdo dos familiares e da sociedade deixa a criança isolada e sem vontade de aprender. “O dicionário é muito importante para que, desde pequenas, as crianças surdas possam desenvolver bem a linguagem, entender bem a linguagem de sinais e ter uma boa comunicação. Ajuda no convívio familiar também. Muitas vezes os familiares não entendem as necessidades básicas do surdo, como fome, sede, banheiro. Isso é importante para o crescimento da criança”, explicou o professor.
“Estamos muito felizes em receber todos que ajudaram a tornar realidade esse sonho dos dicionários e do jardim sensorial. Muito obrigada, amigos, por estarem prestigiando essa conquista”, disse a diretora Mônica Amoroso, ao agradecer aos membros da SMPED e educadores da escola.
Durante a entrega simbólica dos dicionários, também foi inaugurado um jardim sensorial. Fruto de uma parceria com o Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depav), o ‘Jardim dos Sentidos’ foi desenvolvido para que os alunos com surdocegueira da Hellen Keller possam desfrutar do prazeroso contato com as plantas aromáticas e assim aguçar a percepção tátil e olfativa. Com área de 37m2, o jardim tem mudas de capim-limão, alecrim, jade, manjericão, lavanda, entre outras.
Central de Libras (Celig)
Junto com a entrega simbólica dos dicionários, foi inaugurado o primeiro ponto da Central de Libras, Intérpretes e Guia-intérpretes (Celig) em uma Escola Municipal de Educação Especial (EMEE). A Celig é um projeto piloto da SMPED e está em funcionamento desde dezembro de 2009, auxiliando o munícipe surdo a ter acesso às informações oferecidas pela Prefeitura pelo telefone 156.
O projeto já funciona nas 31 subprefeituras e utiliza terminais de computador e webcam para que o munícipe surdo possa conversar à distância com intérpretes de Libras. Para consultar a Celig, o deficiente auditivo deve pedir a um funcionário da subprefeitura que entre em contato on-line com o intérprete de Libras que, por sua vez, questiona o funcionário e depois responde ao munícipe surdo em Libras. A Celig tem a funcionalidade vídeo e áudio e vídeo e escrita, como um chat da internet.
Além de já estar disponível nas subprefeituras e na EMEE Hellen Keller, os munícipes também encontram pontos da Celig no Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e em outras quatro EMEEs. São elas: Mario Pereira Bicudo, Anne Sullivan, Vera Lúcia Aparecida Ribeiro e Madre Lucie Bray.
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