INS na Feira do Empreendedor - SEBRAE-RN

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    O mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que 15% da população brasileira possui algum tipo de necessidade especial. Para potencializar a inserção social e cultural deste perfil de brasileiros, a Feira do Empreendedor do Rio Grande do Norte, que aconteceu dia 07, no Centro de Convenções de Natal, e é promovida pelo Sebrae, apresenta uma série de produtos que, além de garantir o direito à cidadania, mostram que acessibilidade é também um vasto mercado para a realização de bons negócios. Cinco expositores com produtos voltados para a acessibilidade participam da edição 2010 da Feira do Empreendedor do Rio Grande do Norte.
    A inclusão da acessibilidade como tendência de mercado – uma das novidades do evento - tem como base a carência de produtos e serviços nessa área. A ONG Novo Ser, do Rio de Janeiro, que expõe seus produtos na Feira do Empreendedor, e se tornou conhecida no País após apresentar seus produtos em uma novela da Rede Globo, mostra aos visitantes uma diversidade de produtos que comprovam o quanto a acessibilidade pode se tornar um negócio viável. A utilização de cadeiras anfíbias, por exemplo, que permitem aos cadeirantes o acesso à praia, é uma prova de como o mercado pode atender a um público diversificado e, ao mesmo tempo, promover a geração de negócios e renda. Além de cadeiras anfíbias, produtos como fresco ball e pranchas adaptadas para cadeirantes despertam a curiosidade dos visitantes do espaço da Ong, que realiza, gratuitamente, no Rio de Janeiro, o Projeto Praia para Todos.
    “A acessibilidade como negócio é uma tendência para o mercado que ainda não foi descoberta, mas que possui um vasto horizonte a ser desbravado. Pessoas com deficiência também são cidadãos e necessitam de estrutura adequada. Com o projeto nós podemos mostrar às pessoas que é possível oferecer estrutura adequada, e, além disso, é um mercado muito lucrativo”, afirma Ricardo Gonzalez, cadeirante e idealizador do Projeto Praia para Todos.
    Assim como no caso de Ricardo, a defesa da causa própria também fez com que o veterinário João Pacheco investisse em projetos direcionados a atender pessoas com necessidades especiais. Após se tornar tetraplégico e esbarrar nas dificuldades do dia a dia, Pacheco tornou-se empresário e atualmente comercializa cadeiras de rodas especializadas, peças com tecnologia acessiva, como os talheres adaptados e o inovador capacete para digitação. Os equipamentos garantem o retorno de atividades antes corriqueiras, como acessar a internet, por exemplo. “Sempre procurava produtos que me servissem e não encontrava. A dificuldade nesse mercado ainda é muito grande. Hoje consigo até acessar a internet e movimentar minha empresa, que funciona com vendas virtuais e atende a todo o Brasil”, pontua.

OLHO NO MERCADO

    De acordo com o diretor superintendente do Sebrae/RN, José Ferreira de Melo Neto, o grande mérito da Feira do Empreendedor, ao inserir a acessibilidade como uma tendência de mercado, é proporcionar novas oportunidades de negócios. “Sabemos o quanto o mercado da acessibilidade ainda é carente da oferta de serviços. A Copa do Mundo vem aí e Natal será sede. Esta é uma grande oportunidade dos empreendedores voltarem a atenção também para este setor e gerarem mais negócio e renda”, destaca Melo.
    Atentos ao vasto mercado, alguns empresários já despertaram para a necessidade de utilizar a estrutura de acessibilidade como ferramenta de diferencial em seus negócios. É o caso de Gastão Cabral, proprietário de restaurantes no litoral natalense, que está ampliando a oferta de equipamentos de acessibilidade em seus empreendimentos.“Tenho muitos clientes com algum tipo de necessidade especial, e que, como os outros, consomem, gastam, e necessitam de estrutura diferenciada. Apesar da lei obrigar a oferecer rampas, vagas de estacionamento e tantos outros itens, muitos empresários não cumprem e é nisso que estou apostando. Vou fazer diferente”, promete Gastão.
    Gastão acredita que a falta de visão empresarial ainda dificulta a disseminação de negócios voltados para a acessibilidade. “Infelizmente não é todo mundo que percebe a existência desse mercado. Existem muitas oportunidades de negócio que ainda não são exploradas nessa área”, conclui o empresário do setor turístico.

Fonte: © 2010 Sebrae Rio Grande do Norte
Todos os direitos reservados

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