Saiba como adaptar a casa para receber o portador de Alzheimer
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Mudanças são necessárias para a segurança do paciente.
da Redação
A casa, a mobília e os costumes das pessoas mudam conforme os acontecimentos da vida. Segundo Paulo Renato Canineu, geriatra da PUC de São Paulo, esses cuidados aumentam quando há nesse lar algum idoso portador da Doença de Alzheimer (DA). Em seu estágio mais grave, a doença pode comprometer totalmente o paciente e levá-lo à morte.
"A chegada de um bebê, por exemplo, transforma a rotina da casa, a decoração e exige muita atenção. Com os idosos não é diferente. Eles precisam de dedicação e condições especiais para que vivam com conforto e segurança", afirma.
A progressão da DA geralmente é lenta e aos poucos o idoso perde aptidões que tinha, ficando impossibilitado de executar certas atividades. Por conta das limitações que o portador apresenta, uma das primeiras atitudes que se deve tomar é a adaptação do ambiente para que a casa atenda suas necessidades.
Os tapetes devem ser retirados de todo o local, o que ajudará a prevenir quedas e escorregões; nos banheiros, barras de segurança devem ser instaladas próximas ao chuveiro e ao vaso sanitário e, as portas desse cômodo devem ter uma abertura de 20 cm em sua base, caso seja necessário socorrer o paciente. Essas atitudes estimulam a independência e a segurança do portador de Alzheimer.
Com a evolução da doença do estágio leve para o moderado, a atenção e os cuidados só aumentam. É nessa fase que o paciente apresenta grande comprometimento da memória, portanto é importante organizar uma rotina diária para que ele não fique muito confuso e até mesmo sinalizar os cômodos da casa com placas e utilizar setas no chão para orientação. As cortinas devem ser evitadas para que o ambiente seja claro e arejado e, de preferência, deve-se usar cores claras nas paredes.
"Os espelhos também podem ser retirados do ambiente, caso o paciente apresente alterações em seu comportamento ao se ver refletido, pois junto com as alterações da memória, ele pode perder sua referência pessoal e com o tempo não reconhecer ou confundir sua própria imagem", afirma Canineu.
Os ambientes mais perigosos da residência para o portador de DA são a escada e a cozinha. Como o paciente perde a noção de altura e de espaço ele pode se desequilibrar ou até mesmo pisar em falso e cair, por isso é importante sinalizar também a escada e tentar concentrar as atividades e a permanência do idoso apenas em um andar.
A cozinha trás perigos que vão além, já que armazena objetos pesados, cortantes e pontiagudos. Outro ponto é o gás que por um descuido qualquer pode intoxicar e até mesmo causar um incêndio. O acesso do paciente a este cômodo deve ser sempre monitorado e alguns objetos podem ser colocados fora do alcance para que se tenha mais tranquilidade.
"Infelizmente ainda não se sabe o que causa a Doença de Alzheimer. Porém, cuidados básicos que estimulem a independência e ao mesmo tempo proporcionem segurança, conforto e orientação, já ajudam no dia-a-dia do portador de DA", completa o especialista.
Existem também opções de medicamentos que retardam a progressão da doença e outros que minimizam os distúrbios de humor e comportamento. Dentre eles, os inibidores da acetilcolinestinesterase podem retardar o declínio da função cognitiva em pacientes com DA leve a moderada. Neste grupo o Eranz (cloridrato de donepezila) é o único com aprovação também na fase grave da doença.
Vale lembrar que se iniciado já na fase leve da doença, durante o surgimento dos primeiros sintomas, o tratamento terá resultados ainda melhores. Contudo, o médico deve ser sempre procurado para avaliar e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Fonte: Zero Hora - 25/11/2010
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