Brasil deve ter 570 mil autistas
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Com base no único estudo epidemiológico sobre autismo no Brasil, 0,3% da população tem algum tipo de transtorno do espectro do autismo.
O número de diagnósticos de autismo tem aumentado no mundo todo e há uma necessidade urgente de se saber quantas pessoas com transtornos do espectro do autismo (TEA) existem no Brasil. Tomando como referência o único estudo epidemiológico sobre autismo no Brasil, que estimou que 0,3% da população de uma cidade teria algum tipo de transtorno do espectro do autismo, haveria hoje no Brasil pelo menos 570 mil pessoas com um TEA.
As informações são da engenheira florestal e mãe de um autista de 16 anos, Inês de Sousa Dias, sócia-fundadora da "Autismo&Realidade", entidade que vem divulgando várias informações importantes sobre o autismo em seu site na Internet. De acordo com ela, é necessário haver uma grande campanha nacional de conscientização sobre autismo. “Há muitas pessoas no Brasil não diagnosticadas por falta de informação das famílias e dos profissionais”, lamenta. Inês reforça que, com uma checagem relativamente simples, o pediatra pode sinalizar sintomas de autismo e encaminhar para diagnóstico. “Em condições propícias, as pessoas com autismo podem ser pelo menos muito felizes”, destaca.
Mas ela já conseguiu identificar alguns avanços. “Desde quando meu filho foi diagnosticado, em 2001, o avanço tem sido impressionante, principalmente em relação à conscientização dos pais e sua busca por melhores condições dos filhos”, vibra. Ela observa que existem várias pessoas que, “a partir do quase nada de recursos”, vão à luta, aprendem, reivindicam, mobilizam e conseguem melhores condições para o seu filho e ainda beneficiar muitas outras famílias.
As duas maiores instituições de assistência às pessoas com autismo no Brasil, cita Inês, são a AMA, em São Paulo, e a Casa da Esperança, em Fortaleza, fundadas e dirigidas até hoje por mães de autistas. Estas instituições lutam para fazer um bom trabalho, diz ela, mas normalmente tem uma grande fila de espera. Caso da Casa da Esperança, em Fortaleza. “Uma das grandes angústias de quem dirige essas instituições é dizer não a uma nova família... Faltam serviços governamentais, falta pessoal capacitado, faltam recursos para as instituições existentes”, lamenta.
Sobre a inclusão, ela acredita que esse é um assunto um tanto polêmico. Há quem defenda que o autista deve estudar sempre na escola regular, outros acreditam na escola especializada. “Eu acredito na diversidade: para cada pessoa, cada família, cada história existe a solução mais adequada. A escolha inicial e preferencial, no entanto, deve ser sempre a escola regular”, opina.
Para ela, há experiências muito positivas de inclusão em escola regular. Ela chama atenção para o fato de crianças com autismo, sendo bem atendidas nas suas necessidades, estimuladas e compreendidas, aprendem muito com as outras crianças. “As outras crianças e os educadores aprendem muito mais com seus colegas e alunos com autismo. As adaptações que beneficiam os estudantes com autismo beneficiam também os outros estudantes, como conforto acústico, diferentes maneiras de ensinar...”, exemplifica Inês.
Fonte: O Povo
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