Fernando ex-BBB: Gostar de viver é o segredo do sucesso

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Fernando em concentração para o Campeonato Brasileiro 2010 - Raia da USP
    O sol ainda estava despontando na raia da USP e ele já estava lá de braços abertos se aquecendo para um novo desafio, o Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade. Foi assim que encontramos Fernando Fernandes pela primeira vez, em novembro de 2010. E é assim que ele tem se superado e se destacado no esporte. Após sofrer um grave acidente em 04 de julho de 2009, que o deixou paraplégico. Ele usa de toda sua força, o carinho da família e o amor que tem ao esporte para vencer seus limites.
     “No momento seguinte ao acidente ele já falou – é isso mesmo. Vamos lá que eu vou ter que viver assim”, contou sua irmã Camila Fernandes.
Antes do acidente Fernando era modelo e lutava Box, mas agora, pela sua limitação, a canoagem foi o esporte que ele mais se identificou, justamente pela sensação de liberdade. “É uma condição de igualdade porque todos competem sentados na canoa e o contato direto com a natureza. É muito bom”, descreve o para-atleta. O interesse pela canoagem surgiu quando Fernando estava no Hospital de Reabilitação Sarah, em Brasília. Os treinos começaram no Lago Paranoá. Ele explica que a canoagem gera muita instabilidade e ajuda a encontrar um ponto de equilíbrio corporal.  “Os equipamentos de iniciação não são muito caros e moramos num país onde temos um litoral enorme e rios para treinar”.
     Fernando começou a competir em dezembro de 2009 e em apenas seis meses se tornou Campeão Mundial em sua categoria (A – arms). “Mas, independentemente da lesão, com ela ou sem ela eu sempre gostei de viver, e isso me dá força, além da minha família, é claro”, ressalta.
     Em 2016, no Rio de Janeiro, a paracanoagem será oficializada como prova olímpica e Fernando pretende honrar o país. Antes, porém o ele vai para Hungria, “berço da canoagem” em busca do bicampeonato mundial. “Espero baixar meus tempos em pelo menos 10 segundos já que agora consegui trazer para o Brasil os caiaques que ganhei do meu patrocinador NELO (Empresa Portuguesa). Venho treinando com material de alta qualidade além do trabalho de fortalecimento muscular”, afirmou Fernando. Atualmente ele treina em São Bernardo do Campo – SP junto com a seleção brasileira e o técnico Paulo Barbosa. “Procuro me dedicar a cada treino tendo os atletas olímpicos como referência”.
     História da canogem adaptada 
   O presidente da confederação brasileira de canoagem, João Tomasini Schwertner explica que:  “O Brasil ainda não tem barcos especiais, obviamente ainda falta recursos financeiros, mas,  o esporte está mudando e acreditamos conseguir alcançar muitas metas”. O primeiro campeonato brasileiro ocorreu em 1999.
    Para competir o deficiente precisa passar por um processo de classificação de categorias. No caso do Fernando a categoria é A – arms, isso porque ele tem os movimentos dos braços em plena funcionabilidade.  “O atleta envia a documentação, o atestado médico e passa por teste ergométrico conosco e pela educadora física Eliana Mutchnik  para a classificação técnica internacional FISA – quem só tem movimentação de braços é A (Arms) . Tronco e braços é TA e pernas tronco e braços é LTA. Vemos a eficiência e não a deficiência”, explica a fisioterapeuta Adriana Vidal Silva. Ela diz ainda que o deficiente realmente começa a viver depois que se encontra no esporte e na canoagem,  ele deixa a cadeira e entra em condição de igualdade”.

Fonte:  http://guiadodeficiente.com.br/

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