Feira reúne invenções de estudantes de todo o país no campus da USP
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Objetivo da Febrace é estimular interesse por ciência e engenharia. Grande parte dos projetos traz soluções de acessibilidade e meio ambiente.
Um sensor adaptado em uma luva traduz o movimento da linguagem de libras em
palavras que aparecem em uma pequena tela. Chamada de "luva
tradutora", o equipamento, ainda em forma de protótipo, é ideal para a
comunicação entre quem conhece a linguagem das libras e os que desconhecem. À
medida que quem usa a luva faz os sinais, o texto aparece na tela. O próximo
passo é fazer a luva traduzir os sinais em palavras faladas.
Criada por Bruno Amorim Moraes e Pedro Jorge Filho Silva, ambos com 15 anos,
alunos de uma escola particular do Recife (PE), a geringonça é um dos 325
projetos desenvolvidos por 748 estudantes do ensino médio e dos últimos anos do
ensino fundamental de todo o país que participam da 10ª edição da Feira
Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
A maioria dos projetos são soluções ligadas à acessibilidade e ao meio
ambiente e tem baixo custo. O evento começou na terça-feira (13) e foi até
quinta (15), na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), em São
Paulo. A entrada é gratuita.
Alunos da Escola Estadual Getúlio de Andrade Limas, da cidade de Bezerros,
no interior de Pernambuco, Everton Ramos dos Santos, de 15 anos, e Hallan
Maythenyson, de 19 anos, também trouxeram seu trabalho para a Febrace. É um
gerador de energia que funciona à medida que a pessoa pisa nele, feito com
placas de quartzo e lâmina de cobre. O visual é parecido com o de uma balança
de farmácia.
"Na Holanda existe uma boate onde o piso funciona assim. À medida que
as pessoas dançam geram energia para o local. Quisemos apresentar formas de
gerar energia pisando", diz Santos.
Outras invenções
Lucas Orosque, de 17 anos, aluno da Escola Técnica Rezende Rammel, do Rio de
Janeiro, desenvolveu um para-choque inteligente. Ao bater em uma velocidade
mínima de 40 quilômetros por hora, o dispositivo aciona a seguradora e os
bombeiros, ao mesmo tempo, corta a transmissão e suga o combustível de volta
para o tanque e dessa forma evitar vazamento.
"Esse produto não existe no mercado, está sendo bom apresentá-lo aqui.
A feira acrescenta na nossa vida profissional porque é possível trocar ideias e
conhecer outras culturas", fiz Orosque.
Do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Alagoas, João Constantino
da Silva Neto e Marília Inês Oliveira Belo, ambos de 17 anos, trouxeram o
reciclabot, um robô que será programado para ministrar palestras e ensinar
crianças e adultos sobre a reciclagem do lixo.
Os projetos foram selecionados entre 1.505 trabalhos. Na Febrace, os
finalistas serão avaliados por uma comissão julgadora. Os melhores ganharão
medalhas, bolsas de iniciação científica, certificados, estágios, entre outros
prêmios. Também serão selecionados 14 estudantes para representar o Brasil na
Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, que neste ano acontece
em Pittsburg, nos Estados Unidos, entre 13 e 18 de maio.
Patente
Apesar dos trabalhos apresentados na feira serem inéditos, para a coordenadora
geral Roseli de Deus Lopes, o principal objetivo não é patentear as invenções e
disponibizá-las ao mercado. "Esse não é o grande interesse, até por conta
da pouca idade dos participantes. Queremos estimular seu potencial para serem
cientistas e engenheiros."
Roseli afirma que a feira é uma forma fortalecer a educação básica, já que
estudantes de todo os país e das redes pública e privada estão reunidos no
evento. "Os alunos ganham visibilidade, principalmente nas cidades
pequenas. Não adianta falar de sustentabilidade se a educação básica não for
trabalhada."
Fonte http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=170584&codDep=1
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