Implante auditivo melhora a qualidade de vida de deficientes
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Seja por
motivos congênitos ou causada por doenças, a deficiência auditiva causa perda
total ou parcial da audição no ser humano. Mas, se antes os pacientes sofriam
com a segregação das atividades corriqueiras por conta dessa limitação, a
ciência atualmente já consegue dar suporte para o surdo se desenvolva
plenamente em sua vida.
Um dos
mecanismos mais usados é o chamado implante coclear. Esta técnica cirúrgica
permite que um elevado número de pacientes possa ouvir e entender quase com
normalidade.
O sistema
consiste em um dispositivo eletrônico com uma parte externa e outra
interna."Esta irá estimular o nervo auditivo em pacientes nos quais a
cóclea não funciona", explica Miguel Arístegui, chefe da Seção de Otologia
do Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón de Madri e membro da Sociedade
Espanhola de Otorrinolaringologia.
Em pessoas
com uma audição normal, o som entra pelo conduto auditivo externo até alcançar
o tímpano. Esta membrana transmite as vibrações a um sistema de pequenos ossos
localizados no ouvido médio. O estribo, o osso localizado na parte mais
interna, transmite as vibrações a um meio líquido que enche o interior da
cóclea - uma espécie de tubo ósseo em espiral e que também influencia no
equilíbrio do corpo.
O líquido
em movimento, por sua vez, vai de encontro a membrana basilar, onde as células
sensoriais captam esses movimentos. "Elas então transformam as vibrações
mecânicas da membrana em sinais elétricos que o nervo auditivo conduz ao
cérebro", detalha o especialista da Fundação de Otologia Doutor
García-Ibánez.
Quando
alguma parte do caminho encontra alguma barreira ou falha, a audição é
prejudicada. E é aí que o implante coclear surge como alternativa.
Uma nova
audição
"O
implante coclear permite processar um sinal acústico e transmiti-lo diretamente
ao nervo coclear mediante uma guia de eletrodos que são introduzidos na
cóclea", explica Arístegui.
Ou seja,
se o paciente possui alguma dificuldade em processar o som até que este chegue
à cóclea, o implante leva os estímulos até ela para que o cérebro faça a sua
parte depois. O sistema consiste em uma parte externa, que recolhe o som,
processa e o transmite através de uma bobina à parte implantada sob a pele.
Esta, por sua vez, o transporta até a cóclea. "A guia estimula os
primeiros neurônios que correspondem às diferentes frequências de som e permite
que se inicie uma transmissão elétrica. A partir deste ponto, a mensagem segue
normal até o cérebro", aponta.
O médico
destaca que os resultados são "excelentes" em uma porcentagem muito
elevada de pacientes, que conseguem um nível de audição (capacidade de ouvir) e
de discriminação (capacidade de entender) quase normais. "Embora a
qualidade do som seja inferior ao de uma audição normal, estas pessoas alcançam
um desenvolvimento de sua linguagem intelectual e membro-laboral equiparável ao
dos ouvintes normais", sustenta.
Bruno
sofre de surdez profunda e usa um implante coclear desde os nove anos. Hoje,
aos 23, afirma ser consciente que deve se esforçar mais do que os outros para
obter seu título universitário ou para estudar um idioma estrangeiro. "Mas
fui capaz de conseguir uma bolsa de estudos fora do meu país por um ano e posso
falar perfeitamente em inglês com minha namorada, que é das Filipinas",
comenta. "Sinto-me surdo mas, na prática, graças ao implante coclear, sou
quase um ouvinte", assinala.
Os
especialistas costumavam recomendar esta intervenção a pacientes com perdas de
audição profundas que afetassem ambos os ouvidos. No entanto, "as
indicações foram se ampliando e, embora o implante continue sendo utilizada em
surdez neurossensorial, se aplica em situações muito diversas, tanto em
crianças como em adultos", afirma Arístegui.
Fonte: Terra
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