Cirurgia pioneira restaura função da mão de paciente tetraplégico
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Uma cirurgia pioneira desenvolvida por médicos da
Washington University School of Medicine, nos Estados Unidos, conseguiu
recuperar os movimentos das mãos de um tetraplégico.
A técnica revolucionária, chamada de transferência
de nervos, reverte os danos da coluna vertebral.
O paciente de 71 anos, que ficou tetraplégico após
um acidente de carro em 2008, teve medula espinhal danificada na base do
pescoço, na vértebra ‘ C7′ , e se tornou incapaz de andar.
Enquanto ainda podia mover os braços, ele perdeu a
capacidade de comprimir ou apertar com uma das mãos. Toda a comunicação entre o
cérebro e a mão foi perdida.
Após a cirurgia e fisioterapia intensiva, o
paciente recuperou algumas funções da mão, especificamente a capacidade de
dobrar o polegar e o dedo indicador. Ele agora pode se alimentar sozinho e
escrever com a ajuda.
O estudo de caso, publicado no Journal of
Neurosurgery, é, segundo os autores, o primeiro caso relatado do uso de
transferência de nervo para restaurar a capacidade de flexionar o polegar e o
dedo indicador, após uma lesão medular.
De acordo com a equipe, a técnica tem potencial
para ajudar pacientes com danos nas vértebras C6 e C7.
“Este procedimento não é usual para o tratamento de
tetraplegia, porque não tenta restaurar a medula espinhal, onde a lesão está.
Em vez disso, nós nos focamos em áreas onde sabemos que os nervos funcionam
para redirecionar nervos nessa área e redirecioná-los a restaurar a função da
mão”, explica a cirurgiã Ida K. Fox.
Como funciona
Os nervos da mão não foram danificados, eles
perderam o sinal enviado pelo cérebro, que lhes diz o que fazer.
No entanto, o cérebro ainda podia dar instruções ao
braço.
A nova técnica, aplicada no Barnes-Jewish Hospital,
consiste na religação dos nervos do paciente a fim de criar uma nova rota de
comunicação entre o cérebro e o membro danificado redirecionando nervos ativos
na parte superior dos braços.
Segundo Fox, essa é uma forma “muito nova” de
restaurar o movimento. No entanto, ela adverte que a técnica não tem potencial
para restaurar a função normal.
A equipe ressalta que a cirurgia não é um milagre
que acontece do dia para a noite. É preciso treinamento intensivo para
recuperar o controle da mão. Nervos que costumavam dobrar o cotovelo estão
agora fazendo movimentos de beliscar.
Depois de oito meses, o paciente tratado foi capaz
de mover o dedo indicador e o polegar, conseguindo se alimentar e ‘ escrever’ .
Com mais de fisioterapia, os médicos esperam que
seu movimento continue a melhorar.
Fonte - Ser Lesado
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