Construtoras ignoram medidas para acesso de pessoas com deficiência
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O
aposentado José Machado Filho tenta se movimentar no apartamento novo. “Na
suíte, não para entrar, não. Nem fazendo várias manobras, não tem como”,
destaca.
O
imóvel não foi projetado para pessoas com deficiência. “Na varanda, para ir,
dá. Na volta é que é complicado porque tem degrau”, conta.
A
ideia da família era dar mais conforto para o aposentado. Mas, com tantos
obstáculos, já está decidido: eles vão trocar de imóvel.
“A
gente não tem como alargar esse espaço para que a cadeira possa passar pra
dentro do box para que ele possa tomar banho. É uma coluna de estrutura do prédio,
então, não tem como mexer nessa coluna”, afirma Flávia Machado, funcionaria
publica.
O
grande problema é que a entrada de alguns cômodos é pequena. Até uma pessoa que
não usa cadeira de rodas pode ter dificuldade em passar.
Fita
métrica na mão, todo dia, a corretora Janeth de Souza sai à procura de imóveis
com portas mais largas, uma raridade no mercado.
“Os
imóveis novos visam a parte maior, área de lazer ou então a área do terraço,
focando dentro do imóvel. Já a parte intima dos apartamentos, eles estão sendo
sempre reduzidos”, explica Janeth Maria de Souza, corretora de imóveis.
Depois
de morar em muitos endereços, a agente escolar Vera Lúcia Fabrício Silva
encontrou em um imóvel o que tanto procurava.
“O
espaço que tenho aqui é tudo o que eu precisava”, disse Vera.
Construído pela companhia de habitação de São Paulo, o apartamento tem o tamanho adequado para atender pessoas com deficiência, um direito garantido por leis do estado e do município.
Construído pela companhia de habitação de São Paulo, o apartamento tem o tamanho adequado para atender pessoas com deficiência, um direito garantido por leis do estado e do município.
O
mercado imobiliário não tem essa obrigação legal. Mesmo assim, o sindicato da
habitação quer convencer as construtoras a fazer pelo menos uma parte dos
imóveis com medidas maiores.
“Vamos
tentar fazer uma conscientização das empresas justamente pela necessidade de
que seja atendida essa parcela da população”, ressaltou Cláudio Bernardes,
presidente do Sindicato da Habitação.
Fonte: G1
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