Campeonato de Dança em cadeira de rodas
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O esporte aliado à inclusão social, com essa aliança que a UFJF
(Universidade Federal de Juiz de Fora) organiza o IV Campeonato Brasileiro de
Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, que será realizado em Juiz de Fora, no
próximo dia 26.
Doze duplas, das cidades de Santos (SP), João Pessoa (PB),
Salvador (BA) e Uberaba (MG), disputarão o título, a partir das 18h, no Colégio
Cristo Redentor Academia de Comércio.
Fruto de uma parceria entre a UFJF, o Ministério dos Esportes, a Prefeitura
Municipal de Juiz de Fora e a FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais), o campeonato é realizado desde 2002 e faz parte da
programação do IV Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas, que
ocorre entre os dias 21 e 27 de novembro, na UFJF.
De acordo com a presidente da Confederação Brasileira de Dança em
Cadeira de Rodas e professora da Faculdade de Educação Física e Desportos
(FãFID) da UFJF, Eliana Lúcia Ferreira, os professores da Polônia,
Wlodzimierz e Iwona Ciok, e a grega, Pippa Robert, serão trazidos para
ministrar cursos de especialização de arbitragem. A professora explica que o
objetivo de trazer profissionais do exterior é, principalmente, capacitar os
brasileiros.
"O campeonato possui regras estabelecidas. Como a dança de
salão competitiva vem da Europa, é preciso aprimorar o esquema de arbitragem no
Brasil". Além da competição, o Simpósio promove a Copa Mineira de Dança
Esportiva, a IV Mostra de Dança em Cadeira de Rodas e o Curso de Capacitação em
Recursos Humanos. Serão realizadas, ainda, palestras, workshops, mesas redondas
e exposições. Todos com a finalidade de oferecer à sociedade uma discussão a
respeito dos indivíduos portadores de quaisquer tipos de deficiência física.
Ritmos latinos são atração
Samba, rumba, chachacha, jive e paso doble são os estilos de
música escolhidos para os participantes do Campeonato mostrarem seu talento
pelo salão. As quatro rodadas do evento serão divididas, cada uma, nesses cinco
ritmos. A cada rodada, oito casais terão a chance de ficar entre os três
classificados.
Porém, somente três duplas chegarão à final para concorrerem à
chance de participar do Campeonato Mundial de Dança em Cadeira de Rodas, no ano
que vem, na cidade Boxmmer, na Holanda. Segundo Eliana, os casais são formados,
obrigatoriamente, por um usuário de cadeira de rodas e um andante, não
importando a idade dos concorrentes.
A dança em cadeira de rodas surgiu em 1990 e, ao longo dos anos,
travou uma batalha para obter reconhecimento nacional. E foi com essa
finalidade que a professora Eliana conseguiu entrar em contato com a autora da
novela "América", Glória Perez, para que ela mostrasse o casal
paraibano Valdemir Tavares e Luciene Fernandes, em um número de dança esportiva
em cadeira de rodas.
"Precisávamos atingir as massas, pois o nosso projeto estava
muito centrado apenas nas universidades e em São Paulo", relata. Para
fomentar a divulgação do esporte, a organização do IV Simpósio Internacional de
Dança em Cadeira de Rodas escolheu Juiz de Fora como um circuito alternativo. A
coordenadora do campeonato e professora da UNIMEP (Universidade Metodista de
Piracicaba), Rute Stanislava Tolocka, reforça a idéia de que a competição é uma
possibilidade de desenvolvimento dos estudos a respeito dos deficientes físicos.
"O evento é um convite para que pessoas de vários estados se
reúnam e discutam a inclusão social dos portadores de deficiência física,
porque o atendimento à demanda social também é função das universidades e das
diversas áreas profissionais, como a Engenharia, Educação, Psicologia".
Rute também coordena a equipe de avaliação funcional do
campeonato. Ela explica que este é um quesito fundamental para a banca
julgadora, já que testes são realizados antes da competição oficial no intuito
de dividir os dançarinos em categorias de acordo com os seus tipos de
deficiência. "Medimos a capacidade dos participantes para que o corpo de
arbitragem, durante a dança, reconheça as diferenças motoras. Assim, os
cadeirantes podem concorrer em pé de igualdade", explica. Como não há um
grupo específico para esta modalidade em Juiz de Fora, a professora Eliana
Ferreira acredita que o Simpósio proporcionará o crescimento da atividade na
cidade.
Objetivo é formar profissionais
O IV Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas tem como
tema "Arte, Educação e Reabilitação na Dança em Cadeira de Rodas". O
congresso nasceu em Campinas, em 2001, e surgiu da necessidade de apoio aos
deficientes prejudicados pela falta de recursos e informação da sociedade. Com
a criação da Confederação Brasileira, a dança esportiva em cadeira de rodas foi
sistematizada. No entanto, devido à escassa capacitação dos profissionais no
Brasil, criou-se o Simpósio para oferecer cursos de arbitragem e de prática em
dança de salão.
Alunos e professores de cursos, como Educação Física,
Fisioterapia, Dança, Terapia Ocupacional e Psicologia, podem se inscrever pelo site da
Confederação ( www.cbdcr.org.br )
O valor da inscrição, para estudantes, é de R$ 50,00 e, para
docentes, R$ 70,00.
A conferência conta, ainda, com o espetáculo de dança da
Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas, no próximo dia 24, às
20h, no Cine-Theatro Central. Com cerca de uma hora de duração, o evento terá a
participação de grupos das cidades de Juiz de Fora, Uberaba, Rio de Janeiro,
Macaé, Santos, Campinas, Salvador e João Pessoa.
Deficientes físicos e mentais, entre outros, apresentarão números
de dança contemporânea, com estilos musicais variados. A entrada é franca, e os
ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro. O Campeonato Brasileiro
de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas também terá entrada gratuita.
"Todos esses eventos são o restabelecimento de laços dos portadores de
deficiência* com a sociedade. Com a dança, eles ganham um motivo a mais para
viver", conclui a professora Rute Tolocka
Nota do Blog: O termo correto é pessoa com deficiência e não portadores de deficiência.

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