Mídia Televisiva e o preconceito em relação aos Jogos Paralímpicos
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Caro leitor,
Considerando que o esporte é um evento que proporciona a
inclusão social e onde há um grande número de participantes e simpatizantes em
todo mundo; considerando que a mídia televisiva é um veículo maciço e influente
de comunicação de massa; considerando que a TV Aberta cobriu em tempo
real os jogos Olímpicos com acompanhamento e torcida de todos os brasileiros, e
considerando que no artigo 5º da Constituição Federal diz que: “Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, venho manifestar
minha indignação pela discriminação das TVs Abertas em relação aos atletas
paralímpicos brasileiros.
Enquanto nos Jogos Olímpicos houve cobertura em tempo real
pela mídia televisiva, nos Jogos Paralímpicos há somente boletins de
menos de 10 minutos de uma única emissora de TV aberta. A Rede Record que se
orgulhou de ter realizado 165 horas de transmissões dos Jogos
Olímpicos deixou bem claro que não tinha nenhum interesse nas transmissões
dos Jogos Paralímpicos. A Rede Globo por sua vez, demagogicamente disse que
faria uma “ampla cobertura”. Ampla cobertura significa mostrar vídeo tapes
diários de menos de 10 minutos sobre os jogos paralímpicos? Vergonhoso! Nos
jogos Olímpicos de 2016 foi confirmado que a Rede Record e a Rede Globo
dividirão a transmissão com a Band. Enquanto os Jogos Paralímpicos, ninguém
comenta sobre o assunto. Na abertura dos Jogos Olímpicos a presidente
Dilma Rousseff esteve presente para prestigiar os atletas.
Nossos atletas paralímpicos são brasileiros e cidadãos tanto
quanto os atletas olímpicos. E merecem nosso respeito e admiração. A
Paralímpiada é um grande momento para mostrar a sociedade que a performance de
um atleta com deficiência é igual ou até melhor que um atleta sem deficiência,
haja vista o número de medalhas e os recordes que esses corajosos atletas
conquistam a cada Paralímpiada (ver abaixo quadro de medalhas). Portanto
não há motivo para o mercado empresarial e a mídia não investirem nesse tipo de
jogos. Além do que, essa poderia ser uma grande oportunidade para uma
emissora de TV mostrar sua preocupação e compromisso com a inclusão de pessoas
com deficiência. Isso é responsabilidade social! Contudo,
contraditoriamente, preferem continuar com seus discursos demagógicos e
assistencialistas a incluir esses cidadãos na sociedade.
Estou perplexa com tamanha discriminação. A inclusão não é
algo que se fala, mas algo que se vive. É considerar a existência do outro. É
acreditar que todos têm direito de participar ativamente da sociedade.
Mais uma vez a mídia televisiva expressa descaradamente o
preconceito e a discriminação em relação aos atletas com deficiência.
Vera Garcia
Quadro de Medalhas dos
Jogos Olímpicos – 2008
Quadro de Medalhas dos
Jogos Paralímpicos- 2008
Fonte: Blog Deficiente Ciente
Eu também acho que a mídia não dá a atenção devida às paraolimpíadas... desde o começo duvidei de que seria amplamente divulgadas as notícias a respeito do desempenho dos para-atletas, o que se comprova! Uma vergonha!
ResponderExcluirDrica.