Estudo inédito traça perfil de pessoas com deficiência no DF
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Estudo do Governo do Distrito Federal (GDF),
divulgado nesta terça-feira (7), que traz pela primeira vez "um Raio
x" sobre a situação de pessoas com deficiência na região, foi elaborado
para subsidiar futuras políticas públicas destinadas à inclusão desse grupo
ainda carente de diversos aspectos necessários a sua completa participação
social.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Jamila
Zgiet, representante da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), o objetivo
é conscientizar a comunidade sobre um problema que afeta uma parcela muito
grande e importante da população.
De acordo com Jamila, com a informação, a
pesquisa sugere mudanças para qualificar o atendimento a esse público, tornando
os ambientes acessíveis por meio de piso tátil, comunicação sonora e outras
estratégias de acesso. "A construção de elevadores que facilitam o acesso
de cadeirantes, escrita em Braille e sinalização no chão para deficientes
visuais, utilização de Libras em serviços públicos são algumas das ações
eficientes que ajudam na inclusão", disse.
O documento Perfil das pessoas com
deficiência no Distrito Federal utilizou dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que demonstram que, da população de 2,5
milhões, mais de 570 mil, 22,23% da população, tem alguma deficiência, sendo
que a predominante é a visual (63,71%).
Outro ponto destacado no estudo é que a maior
parte das deficiências é resultado de acidentes, doenças ou violência, e não
necessariamente de algum problema que a pessoa herdou ou que tenha nascido com
tal limitação.
Para a coordenadora, isso significa que deve
haver um esforço para a elaboração de políticas públicas não só na área de
Saúde, mas também de Transporte e de Segurança Pública. "Esse dado nos
mostra que as deficiências são provocadas por acidentes ou por episódios de
violência, o que nos coloca diante da necessidade de pensar políticas que
garantam a segurança da sociedade em todos os sentidos", afirma.
O mercado de trabalho também foi analisado e a conclusão do
estudo é que a remuneração para essa população é "bastante
desfavorável" e uma das razões pode ser a qualificação profissional.
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais
(Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2010, 51,52% dessa população
apresenta média salarial mensal de meio a dois salários mínimos (R$ 1,3 mil), e
quase inexistem trabalhadores que ganham menos da metade desse piso no Distrito
Federal.
Para a representante da Codeplan, essas
pessoas devem ser inclusas, pois têm a mesma capacidade daquelas que não têm
deficiência. "Eles podem chegar a níveis mais altos nos seus empregos , basta criar oportunidade", disse.
Educação
Nas escolas, a frequência da população com
deficiência é pouco diferente em relação à população sem deficiência, sendo,
inclusive, 4% maior nas faixas etárias de 0 a 4 anos, quando comparado às
crianças sem limitações.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Jamila
Zgiet, a preocupação é o significado desse número, já que pode ser que as
crianças com deficiência esteja acessando a escola com prioridade ou que os
pais estejam com dificuldade de lidar com os problemas dos filhos, e, por isso,
matriculam as crianças nas creches.
No evento de divulgação da pesquisa haverá
dois tradutores em Libras e a exposição de obras de arte da artista plástica
Cristina Portella. Essas obras podem ser tocadas pelos visitantes, o que
permite a apreciação por pessoas com deficiência visual.
Fonte: R7
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