Motéis acessíveis - Como deve ser
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Já abordamos várias vezes aqui no blog alguns
aspectos da acessibilidade em hotéis. Neste post, falaremos um pouco sobre motéis acessíveis.
Sim, as especificações da NBR 9050/2004 também servem para estes locais, porém
poucos estabelecimentos obedecem tais critérios.
Aqui em Campo Grande (MS) não há nenhuma suíte
acessível. Para colher essa informação, telefonei para mais de 20 motéis da
cidade e perguntei se havia algum "quarto acessível". Em algumas
ligações, ouvi a seguinte resposta: "Acessível? Ah sim, para
cadeirantes…". Quando oportuno, aproveitei os telefonemas para explicar
que acessibilidade não era apenas para cadeirantes, mas essa "falta de
informação" não justifica o fato de não haver acessibilidade nos motéis da
cidade.
Além da estrutura física do quarto, outros pontos
também devem ser levados em consideração, como tamanho da garagem, sanitário,
banheira de hidromassagem, chuveiro, piscina, sinalização (cardápio,
informações no geral), altura de mesas, entre outros. Todos esses pontos
possuem parâmetros descritos na norma técnica, prontos para serem aplicados!
Aproveitemos então para comentar sobre a circulação
interna de um quarto acessível. De acordo com a norma técnica, pelo menos 5%
dos quartos devem ser acessíveis (com no mínimo um do total de dormitórios com
sanitário). Esses dormitórios não devem estar isolados dos demais, e sim
distribuídos em toda a edificação, por todos os níveis de serviços, além de
estar localizados em rota acessível. Recomenda-se também que outros 10% do
total de dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade.
A figura acima, extraída da NBR 9050/2004, mostra as dimensões mínimas
de circulação que um dormitório deve possuir.
As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem atender às
condições de alcance manual e visual, e ser dispostos de forma a não obstruírem
uma faixa livre mínima de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo
área de manobras para o acesso ao sanitário, camas e armários.
Os armários devem ser acessíveis, assim como os outros mobiliários
dispostos no quarto, como balcões por exemplo.
Deve haver pelo menos uma área com diâmetro de no mínimo 1,50 m que
possibilite um giro de 360°. A altura das camas deve ser de 0,46 m, facilitando
assim a transferência da cadeira de rodas, bem como o levantar e sentar de
pessoas com mobilidade reduzida.
Quando houver telefones, interfones ou similares, estes devem ser
providos de sinal luminoso e controle de volume de som. Apesar de não ser
citado na norma, devemos lembrar dos surdos oralizados, os quais são melhor
atendidos por meio de chats e mensagens de texto, por exemplo.
Os dispositivos de sinalização e alarme de emergência devem alertar as
pessoas com deficiência visual e as pessoas com deficiência auditiva, e no
sanitário deve haver dispositivo de chamada para casos de emergência. Esses
dispositivos zelam pela segurança de "todas" as pessoas.
Enfim, as normas existem e, para cumpri-las, não é necessário fugir do
'tema' do motel, pois acessibilidade é um item básico e não um tema decorativo.
Com informação e criatividade, é possível tornar uma suíte acessível e
aconchegante.
Maria Alice Furrer
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