Brasileiro autista cantando rock impressiona e viraliza nas redes: vídeo
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Matheus Cuelbas - Foto: reprodução / Youtube
É impressionante a voz do Matheus Cuelbas. Ele tem 20 anos, é de Campinas, no interior de São Paulo e foi diagnosticado com autismo aos 14 anos.
O jovem postou no Facebook um vídeo cantando “Baba ORiley”, da banda britânica The Who e ele viralizou em questão de dias.
Matheus, conhecido como David Sue, disse que o vídeo estourou depois que foi publicado pela página “Rock Eterno”, que divulga talentos da música.
Foram mais de 32 mil curtidas, 28 mil compartilhamentos e 1 milhão de visualizações. “Não tinha criado qualquer expectativa com aquilo, foi algo que conseguiu juntar as palavras ‘fantástico’ e ‘amedrontado’ no mesmo ambiente”, disse.
A música
Matheus usa a música para se comunicar desde pequeno, antes de aprender a falar.
“Quando eu tinha uns 2 anos, meu pai, com um gosto assustadoramente eclético, começou a colocar algumas coisas de MPB (Música Popular Brasileira), umas coisas de Legião Urbana. Quando ele colocou o disco “Heaven and Hell” do Black Sabbath fiquei louco, elétrico”, revela.
Diagnosticado com síndrome de Asperger, a forma mais leve entre os tipos de autismo, ele sempre se sentiu mais à vontade com as palavras escritas, ou cantadas, do que aquelas trocadas em conversas.
“Claro que o Asperger não se limita a isso (dificuldades nas habilidades de convivência), mas essa coisa das habilidades sociais foi o aspecto que mais me causou problemas. A música foi algo muito importante, já que o principal ingrediente de uma interação é justamente o repertório, algo que ajuda a evitar um diálogo monossilábico”, comentou em entrevista ao ACidadeON Campinas.
Ele conta que se encantou com Raul Seixas quando era adolescente.
“Após isso, conheci Legião que me levou para o rock internacional, já que Renato (Russo) sempre menciona essas bandas num livro de entrevistas que encontrei na casa da minha avó – o qual lia direto”, acrescenta.
Compositor
Além de dominar o vocal, Matheus também tem talento para compor.
“Eu fazia letras de duas até cinco páginas. Era um pesadelo tentar colocar qualquer ideia melódica e harmônica. Eu também carecia muito de habilidades vocais e instrumentais, o que possa ter contribuído para essa dificuldade de compor”, lembra.
Dois anos depois Matheus conseguiu dar vida a sua primeira composição estruturada: a canção “Nordeste Song”, cuja letra ocupava quatro páginas.
Em 2017, o jovem começou a compor em inglês. Pra ele, as palavras da língua inglesa são “menos extensas do que as nossas”.
As letras
As canções do Matheus falam da relação dele com a vida.
“Posso me definir como um arquiteto de tudo que encontro nos buracos que residem em meu ser, polindo os destroços pouco a pouco”, explica.
E ele compõe nos momentos mais íntimos “Já tive ideias de madrugada, no banheiro, enquanto fazia minhas necessidades fisiológicas, ou ao descobrir um novo artista, etc”.
Os planos do jovem para o futuro são terminar a faculdade, escrever um livro, ter o próprio estúdio e morar sozinho.
“Me imagino morando sozinho e com uma situação financeira em que poderia dormir tranquilo. Se meus planos para 2024 se concretizarem, aos 30 anos estarei formado (ou quase) numa faculdade de letras (o que iria me agregar muito quanto escritor). Enquanto músico, terei progredido o suficiente para ter meu home studio e gravar de forma profissional. Quanto escritor, pretendo ter publicado uns 5 livros de poemas e uns 2 de prosa”, respondeu.
“Quero apenas sobreviver do meu trabalho (tanto no aspecto literário quanto musical). Quero publicar vários livros, concluir todas as estórias que tenho engavetadas”, concluiu.
Veja o trabalho do Matheus no Facebook, no Youtube, no Spotify, Instagram e também no blog “Escritor Preguiça”.
Veja o vídeo que viralizou:
Fonte: Só Notícia Boa
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