Projeto Duda Nalini cria parques inclusivos

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 Crianças com e sem deficiência se divertem nos espaços projetados pela iniciativa, que também trabalha com conscientização coletiva

Duda
O direito de brincar é tão importante que consta até na Declaração Universal dos Direitos da Criança, redigida pela Unicef ainda em 1959. Mas, na prática, não era bem o que Selma Nalini via acontecer com os seus filhos. Enquanto as idas às praças e parques eram proveitosas para o João Lucas, para a irmã Maria Eduarda o negócio era assistir.

“Mãe, põe ela para brincar aqui comigo.” Foi ouvindo o pedido de João que Selma decidiu repensar essa história e fazer de fato valer o direito que também era de sua filha. Duda [falecida em 2020] nasceu com síndrome de Dandy-Walker, uma malformação cerebral que comprometeu seus movimentos, sua fala, sua visão. Brinquedos convencionais não ofereciam condições para a pequena se divertir, mas e se houvesse um playground inclusivo?

Pois assim, em 2017, nasceu o Projeto Duda Nalini, que até os dias de hoje promove a instalação de gangorras, balanços, gira-giras e demais brinquedos adaptados para que crianças com deficiência também tenham o seu lugar nesses espaços. Afinal, “brincar é para todos”, como diz o slogan da iniciativa.

“A vida dessas crianças é muita terapia e internação. Eu sentia falta da diversão para elas”, disse Selma em entrevista ao portal G1.

“Brincar é a principal ocupação de uma criança. É pelo brincar que ela desenvolve habilidades sociais, cognitivas e comunicativas.”

Brincar é para todos

O objetivo do projeto é oferecer lazer e entretenimento para todas as crianças. Para isso, Selma foi atrás de parcerias. Tudo começou em um parque na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde a família mora. Com autorização da Prefeitura e doações de empresários, em pouco mais de um ano de projeto foram seis parques transformados. E, recentemente, a iniciativa chegou a Minas Gerais, no Parque Ipanema, em Ipatinga.

Esses espaços ganharam brinquedos adaptados, rampas de acesso, piso pavimentado. Públicos, nesses locais a ideia é mesmo unir todo mundo, possibilitando que crianças com e sem deficiência interajam nos mesmos lugares.

“A primeira vez que eu coloquei a Maria Eduarda pra brincar, principalmente junto com o João Lucas, eu vi que ali eu consegui igualar o ser humano. Os dois estavam juntos, brincando. Ali eles não tinham diferença alguma”, contou Selma ao canal Inspire Fundo.

Duda, a inspiração de tudo, foi uma das primeiras a estrear os parques acessíveis, que diariamente recebem muitas outras famílias – algumas até revelam que nem tinham conhecimento de que seus filhos pudessem aproveitar os brinquedos. Falecida em 2020, aos 12 anos, sua memória permanece em cada criança que tem a oportunidade de brincar por meio do projeto que leva seu nome.

Para completar, o projeto também promove palestras sobre a importância da acessibilidade, em eventos e escolas. Todos que participam – inclusive as crianças, pois a ideia é levar o tema a todos – recebem o selo da iniciativa e são promovidos a “amigo e guardião” do projeto e do seu propósito. Pela página oficial (https://www.instagram.com/projetodudanalini/) é possível acompanhar as ações, que se mantêm vivas em homenagem a Duda Nalini.

Fonte: Guia de Rodas

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