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Falta de legenda em filmes no cinema geram protesto de surdos
A
estudante Danielle Kraus Machado, de 19 anos, queria assistir a um filme no
cinema, mas acabou fazendo um protesto. Ela é surda e precisa de legendas, o que não encontrou
nas sessões de duas animações exibidas nas salas de um shopping de São José, na
Grande Florianópolis.
O
post que ela fez em uma rede social já havia sido compartilhado mais de 33 mil
vezes. A repercussão do caso motivou a Comissão de Direito das Pessoas com
Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina a elaborar
um ofício para cobrar acessibilidade em todos os cinemas do estado.
Conforme o órgão, a lei brasileira de inclusão prevê que a pessoa com
deficiência tem direito a cultura em condições de igualdade.
Ela
levou cartazes com frases como “Este cinema não respeita surdos”, “Legenda para
quem não ouve é lei!”, “Pessoas com deficiência existem! #cadê a legenda?” e “+
legenda – exclusão #SurdosExistem”.
O
cinema é uma das atividades de lazer mais conhecidas e apreciadas em todo o
mundo. Então pela influência que ela causa em todo o mundo, é de grande
importância que também seja acessível.
A
melhor solução para incluir os surdos no cinema, é ter filmes legendados.
Geralmente os surdos aprendem primeiro a língua de sinais, no caso do Brasil
a Libras (Língua Brasileira de Sinais), e depois são
alfabetizados na língua portuguesa. Dessa maneira são capazes de ler e escrever
em português, e assim assistir a filmes legendados.
O
problema é que somente filmes em outra língua são legendados, os filmes
nacionais em português, nenhum tem legenda. Os produtores pensam que isso não é
necessário, pois os brasileiros já compreendem a língua, e não precisam de uma
tradução escrita, que é a principal função da legenda em cinemas. Mas no caso,
a legenda teria uma segunda função importante, que é dar acessibilidade aos
surdos alfabetizados em língua portuguesa.
Não
é nada que vai atrapalhar as pessoas, afinal já estamos acostumados com as
legendas em filmes. Também não é algo que irá custar muito para a produção do
filme, o investimento de tempo e dinheiro é pouco. Tendo uma opção de filme
legendado, poderia fazer algo parecido aos filmes estrangeiros, onde há opções
de filmes dublados e legendados. No caso dos filmes nacionais, ter opção de
filmes legendados ou sem legenda. E caso o cinema exiba o filme em somente uma
sala, que dê preferência ao filme legendado, afinal existem surdo espalhados
por todo o Brasil.
A
luta dos surdos por legenda em filmes é antiga. Desde 2004 existe uma campanha
chamada “Legenda
para quem não ouve, mas se emociona”, criada pelo pernambucano surdo
Marcelo Pedrosa.
O
governo de Pernambuco sancionou em 2016, a Lei Número 15.896,
que garante aos deficientes auditivos o direito de contar com linguagem
adequada em exibições de cinema e em peças teatrais. A norma, publicada no
Diário Oficial do estado, determina a colocação de legendas em películas
nacionais e estrangeiras. Também obriga as casas de espetáculos a assegurar
meios para a interpretação alternativa da mensagem, como a Língua Brasileira de
Sinais (Libras).
Em
Piracicaba, a lei que obriga os cinemas a exibirem legendas e audiodescrição
nas sessões foi sancionada pela Prefeitura Municipal e publicada no diário
oficial do último sábado em 2018. A medida vai ser fiscalizada pelo poder
Executivo. Em caso de descumprimento da lei, o cinema está sujeito às seguintes
penalidades:
- Multa
de R$ 1 mil;
- Multa
de R$ 2 mil, em caso de reincidência;
- Suspensão
do alvará de funcionamento, por até 90 dias, em caso de segunda
reincidência, sem prejuízo da aplicação de multa;
- Cassação
do alvará de funcionamento, em caso de terceira reincidência, sem prejuízo
de aplicação de multa.
Segundo
dados do IBGE, atualmente há cerca de 9,7 milhões de pessoas com deficiência
auditiva no Brasil, equivalente a 5,1% da população. A deficiência auditiva
severa foi declarada por mais de 2,1 milhões de pessoas. Destas 344,2 mil são
surdas e 1,7 milhão de pessoas têm grande dificuldade de ouvir.
Fonte: Turismo Adaptado
Adiado o prazo para acessibilidade nos cinemas
Prazo para que salas comerciais de cinema ofereçam
recursos de acessibilidade visual e auditiva foi estendido até 16 de novembro
de 2018 pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Até 16 de setembro de 2019,
todos os complexos e salas de cinema devem estar adequados às necessidades.
Entre as opções que devem ser oferecidas pelos cinemas estão legendagem,
legendagem descritiva, audiodescrição e Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Agência atendeu a pedido de exibidores por mais tempo para a definição de padrões
técnicos
A Diretoria Colegiada da ANCINE decidiu prorrogar o prazo para a entrada em
vigor de dispositivos da Instrução Normativa nº 128 que tratam da obrigação de
provimento de recursos de acessibilidade visual e auditiva nas salas comerciais
de cinema. O normativo fixava o dia 16 de novembro para o fim da carência e
determinava que 50% das salas de grupos exibidores com mais de 20 salas e 30%
dos espaços de grupos com menos de 20 salas estivessem adaptadas até a data.
Com a decisão da Diretoria, foi editada a Instrução Normativa nº 137 determinando a data para o
cumprimento das obrigações para o dia 16 de novembro de 2018. Também ficou
determinado o dia 16 de setembro de 2019 como prazo limite para que todo o parque
exibidor brasileiro ofereça os recursos de acessibilidade.
A decisão pelo adiamento foi tomada após as discussões
da Câmara Técnica instalada pela ANCINE sobre o assunto.
Em março de 2017, a Câmara produziu um Termo de Recomendações que dispõe sobre
padrões técnicos relativos aos formatos de produção e entrega dos recursos de
acessibilidade. Após a publicação deste Termo, a Digital Cinema Initiatives
(DCI), entidade internacional responsável pela gestão do padrão tecnológico de
cinema digital, emitiu recomendações relativas à disponibilização de
tecnologias de acessibilidade, que conflitam em parte com o documento final da
Câmara Técnica. Para dirimir as divergências, a ANCINE decidiu então reabrir os
debates da Câmara Técnica sobre acessibilidade com o intuito de amadurecer as
discussões e buscar uma solução consensual.
Na primeira reunião após seu reestabelecimento, em 27 de
outubro, os membros da Câmara propuseram à ANCINE a prorrogação, por um ano,
dos prazos das obrigações incidentes sobre os agentes exibidores por conta da
insegurança associada ao investimento na adaptação do parque exibidor, num
contexto de incerteza quanto aos parâmetros de interoperabilidade a serem
adotados pelo Brasil. A Diretoria Colegiada resolveu atender ao pleito e
decidiu editar nova Instrução Normativa alterando a data para a obrigação de
provimento dos recursos de acessibilidade pelas empresas exibidoras aos
consumidores.
A partir de novembro de 2018, os cinemas deverão oferecer
recursos de legendagem descritiva, audiodescrição e libras
De acordo com a Instrução Normativa nº 128, as salas de
exibição comercial deveriam dispor de tecnologia assistiva voltada à fruição
dos recursos de legendagem, legendagem descritiva, audiodescrição e LIBRAS –
Língua Brasileira de Sinais. Os recursos devem ser providos em modalidade que
permita o acesso individual ao conteúdo especial, sem interferir na fruição dos
demais espectadores. Cabe ao exibidor dispor de tecnologia assistiva em todas
as sessões comerciais, sempre que solicitado pelo espectador. O quantitativo
mínimo de equipamentos e suportes individuais voltados à promoção da
acessibilidade visual e auditiva varia em função do tamanho do complexo.
O que foi alterado pela decisão de agora diz respeito aos prazos para a adequação à nova regra. Os grupos exibidores com mais de 20 salas de cinema têm até o dia 16 de novembro de 2018 para adaptar um mínimo de 50% das suas salas aos recursos de acessibilidade. Para os grupos de menor porte, a exigência para a data citada é de 30% de suas salas. Fica determinado o dia 16 de setembro de 2019 como prazo final para que todo o parque exibidor brasileiro ofereça ao público os recursos implantados de legendagem descritiva, audiodescrição e libras.
Aos distribuidores cabe disponibilizar cópias com os
recursos de acessibilidade em todas as obras audiovisuais por eles
distribuídas. Neste caso, as exigências previstas no normativo já estão
plenamente em vigor.
Esta norma compõe o conjunto de ações empreendido pela
ANCINE voltado à promoção do acesso visual e auditivo ao conteúdo audiovisual,
que inclui também a Instrução Normativa nº 116, que dispõe sobre a
obrigatoriedade da apresentação de recursos de acessibilidade nos projetos
financiados com recursos públicos federais gerenciados pela Agência.
Fonte: Ancine
Ricardo supera a paralisia cerebral e se torna Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Uesb
Nildo
Freitas
Ele
poderia ter várias razões para reclamar, mas Ricardo Evandro Souza Ribeiro, 42
anos, se vale de sua obstinação e talento para conquistar seu espaço como
cineasta, realizando curtas, fazendo fotografias, roteiros e todo tipo de arte
audiovisual. O único detalhe, que nesse caso, de fato, é somente uma
particularidade, é que Ricardo possui paralisia cerebral.
Com
a ajuda da família, colegas de trabalho, professores e amigos, Ricardo se
tornou, no dia 1º de agosto, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB), o primeiro Bacharel em Cinema e Audiovisual com paralisia cerebral do
Brasil que se tem conhecimento.
Apesar
do nome, a paralisia cerebral não lhe afetou a parte cognitiva. Foi
alfabetizado em casa, pois na sua infância não existiam escolas públicas
especializadas no tratamento das especificidades das pessoas com deficiências e
de necessidades especiais de aprendizagem.
Suas
limitações físicas não o impedem de exercitar seu talento e capacidade, não o
impediram de ascender a uma brilhante carreira no mundo do entretenimento.
Das
várias formas de encarar a vida, com certeza, a de ver as coisas pelo lado
positivo é a mais fácil, acredite tudo se transforma quando você encara suas
limitações e defeitos de forma mais tranquila.
A
forma digna e inclusiva que seus pais, tios e avós o criaram lhe dando o mesmo
tipo de criação e tratamento dado a seus irmãos, até mesmo para aprender a
andar, tornaram Ricardo um vencedor, um superador de limites.
Eles
lhe prepararam para a sociedade que por falta de conhecimento, trata a pessoa
com deficiência como um coitado. “Coitado eu? Não colocaria meus pés para fora
de casa se eu fosse me basear nesse tipo de pensamento”, diz Ricardo.
Ricardo
é natural de Salvador, mas já mora em Vitória da Conquista há 17 anos. Ele é um
exemplo de superação a ser seguido.
Fonte: Blog da Resenha Geral
Especialistas cobram utilização de Libras e audiodescrição em filmes nacionais
Especialistas reivindicaram que a legislação sobre
acessibilidade comunicacional seja realmente cumprida, em audiência sobre o
tema na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara
dos Deputados.
Apesar de já previstos em lei e regulamentados desde
2004 pelo Decreto 5.296/04, mecanismos como audiodescrição, legendas
descritivas e janela para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ainda alcançam
uma parcela muito pequena das produções audiovisuais.
A audiência pública foi requerida pela deputada
Rosângela Curado (PDT-MA).Um exemplo disso são as produtoras de filmes
nacionais, que só passaram a se preocupar com a acessibilidade para pessoas com
deficiência depois que a Agência Nacional do Cinema (Ancine) publicou a
Instrução 116/14, que obriga as produções financiadas com recursos públicos
federais geridos pela agência a oferecer legendagem descritiva, audiodescrição
e Libras.
Audiodescrição
A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Soraya Ferreira, que é doutora em formação de audiodescritores, exemplificou
como os mecanismos de acessibilidade podem ampliar a comunicação e também
atender pessoas sem deficiência. Ela realizou a audiodescrição de uma ópera e
disse que, no meio do espetáculo, as pessoas que não eram cegas passaram a
acompanhar a ópera com a sua descrição.
“Muitas pessoas que enxergavam não tinham conhecimento
desse gênero e não estavam entendendo a dinâmica da ópera. Com a
audiodescrição, elas passaram a ouvir e compreender tudo com mais detalhes”,
disse ela.
Soraya Ferreira apresentou um guia orientador sobre uso
de audiodescrição, legendagem e janela para Libras em produções audiovisuais,
trabalho que foi feito em conjunto com os demais palestrantes. “Hoje não
podemos mais usar a desculpa que não há parâmetros e que os profissionais não
sabem como fazer. Há muitas pesquisas sendo feitas nas universidades”, disse
Soraya, ponderando, no entanto, que é preciso buscar esses profissionais habilitados
já que o uso inadequado dos recursos de acessibilidade podem confundir em vez
de esclarecer o conteúdo.
A coordenadora de Gestão Estratégica da Secretaria do
Audiovisual do Ministério da Cultura, Sylvia Bahiense Naves, explicou que esse
guia foi feito de forma voluntária é um trabalho científico que foi amplamente
testado. “A obrigação de oferecer acessibilidade causou um espanto na classe
cinematográfica e eles não sabiam como fazer. As primeiras amostras de curtas
acessíveis eram hilárias. Então vimos que era preciso esclarecer quais eram os
parâmetros”, destacou a coordenadora, explicando que convidou os especialistas
presentes na audiência para elaborar o guia orientador.
A primeira vice-presidente da comissão, deputada
Zenaide Maia (PR-RN) elogiou a iniciativa de produzir o manual e defendeu o
cumprimento da legislação. “Vocês estão mostrando que a acessibilidade
comunicacional é possível. Nós temos uma lei moderníssima, mas é preciso
executar. Vocês estão dando o exemplo aqui”, ressaltou.
A deputada ressaltou a importância de se garantir o
acesso ao guia elaborado pela universidade cearense ao maior número de pessoas
possível. ” Eu já me comprometi de conversar com Sylvia [Naves, do MinC] para
saber se existe interesse e se é importante a gente reproduzir o guia, com
autorização de vocês, e distribuir às instituições interessadas”, afirmou.
Produção audiovisual
O professor de Libras Saulo Machado usou a linguagem
durante sua explanação para criticar a falta de filmes brasileiros com recursos
de acessibilidade, embora a obrigatoriedade já esteja prevista na legislação.
“Legendas e a janela de Libras são recursos importantes para que os surdos
ampliem o seu vocabulário. As empresas de audiovisual e os cineastas precisam
trabalhar nisso. É um direito que os surdos têm”, disse Machado.
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Debatedores presentes na audiência
relataram pesquisas realizadas nas universidades para garantir legendagem e audiodescrição nas produções audiovisuais brasileiras
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Para a professora da Universidade Estadual do Ceará
(Uece) Vera Lúcia Araújo, colocar legendas para surdos e ensurdecidos é um
trabalho que vai além da legendagem comum no cinema. Segundo ela, é necessário
harmonizar a legenda com o conteúdo do filme. “A legenda para surdos precisa
dizer quem está falando quando a imagem não diz isso”, alertou, exemplificando
com efeitos sonoros.
“Quando soa uma sirene, o surdo precisa saber por que
as pessoas parecem assustadas”, disse ela, que tem 13 anos de experiência com
legendagem.
Professora de Libras e doutoranda em Linguística pela
UnB, Patrícia Tuxi destacou que a pessoa surda tem o direito de escolher qual
modalidade linguística – a legenda ou a janela de Libras – é a mais adequada
para acessar os conteúdos audiovisuais.
“É uma necessidade de que as duas formas estejam à
disposição. A partir do nível linguístico individual, é fundamental que a
pessoa exerça sua cidadania e escolha o que é melhor para si”, ressaltou a
professora.
Na opinião da coordenadora da ONG Mais Diferença, Carla
Mauch, é preciso haver uma punição para os responsáveis pelos filmes que não
cumprem as normas sobre acessibilidade comunicacional. Ela lembrou que a lei de
cotas no mercado de trabalho para pessoas com deficiência (art. 93 da Lei 8.213/91) só saiu do papel quando as multas começaram a ser aplicadas. “Os
marcos legais avançaram muito nos últimos 15 anos mas eles não significaram,
ainda, a conquista de direitos já que equiparação de oportunidades não é uma
realidade quando falamos de acesso à informação”, disse ela.
Carla comemorou a presença de estudantes da UnB
acompanhando a audiência. “É muito bom vê-los aqui, pois as obras que serão
produzidas por vocês precisam estar acessíveis. As pessoas têm direito a
conhecer o que se produz no Pais”, disse Carla Mauch. Ela destacou também que
os recursos de acessibilidade podem introduzir novas possibilidades estéticas
de se pensar o cinema.
Fonte: Câmara dos Deputados
Descrição de vídeos na Internet vira bom negócio para audiodescritores
As startups são empresas inovadoras, com tecnologia avançada e de baixo custo. Elas costumam chamar a atenção por serem comandadas, quase sempre, por jovens empreendedores. Diego de Oliveira, por exemplo, tem 25 anos de idade e identificou um negócio novo no agitado mercado da internet. Ele faz audiodescrição de vídeos para pessoas com deficiência visual.
Com R$ 4 mil, Diego comprou notebook, microfone e trabalha em casa. Ele acaba de fechar o primeiro contrato, ao preço de R$ 100 por minuto de vídeo. Diego foi um dos vencedores do evento "Conte sua História", da revista "Pequenas Empresas & Grandes Negócios", da Editora Globo.
Duas startups foram escolhidas entre as 14 participantes de todo o país.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios