Centro que e referência no tratamento de surdos atende gratuitamente
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Centro Educacional da Audição e Linguagem auxilia na alfabetização de crianças surdas e dá todo o suporte para a cirurgia que permite que estas crianças escutem e desenvolvam a fala
O padre italiano Giuseppe Rinaldi mora em Brasília há quase três décadas. Ele é diretor do Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (Ceal) e, depois de tantos anos de trabalho, ganhou um novo nome. “Em Brasília, [sou] conhecido como padre José do Ceal”, conta o pároco, que já trabalhava com a educação de surdos na Itália.
O centro é referência no atendimento aos deficientes auditivos e trabalha com três diretrizes: o diagnóstico precoce, o prosseguimento dos estudos das crianças surdas e a inclusão destas crianças na sociedade. “A terapia é baseada como se fosse o dia a dia da criança, por meio de brincadeiras, músicas. E tem a participação dos pais que é importante no processo de desenvolvimento da criança”, destaca a fonoaudióloga Valéria Madureira.
O Ceal oferece também toda a preparação para a cirurgia de implantes coclear, que permite que as crianças surdas escutem e, assim, consigam desenvolver a fala. “O implante é um dispositivo que é colocado atrás da orelha da criança, dentro da cóclea, é um processo cirúrgico. O dispositivo é interno, mas tem uma parte externa também, que é a antena”, detalha a coordenadora do Ceal, Sandra Cavechia.
O implante coclear é uma tecnologia relativamente nova no Brasil e melhora a qualidade auditiva e a comunicação oral das crianças. Dentro do Ceal existe um centro de alta complexidade em saúde auditiva em convênio com a Secretaria de Saúde do DF e com o Ministério da Saúde. A equipe realiza todo o processo de diagnóstico e dá suporte aos transplantados após a cirurgia. O Ceal já intermediou a realização do procedimento em 110 crianças. “A tecnologia é um auxiliar bastante significativo em relação a essa busca constante que a gente tem da cidadania do surdo”, conta Sandra.
Cláudia Vieira descobriu que sua filha Júlia era surda em 2008, quando percebeu que a menina não respondia aos chamados da família. Júlia, que hoje está com quatro anos, fez o implante coclear e hoje fala normalmente. “Ela é uma criança esperta, fala, entende tudo que você disser para ela. E tem um desenvolvimento perfeito”, comemora Cláudia.
A fase de adaptação ao aparelho pode ser complicada, mas o Ceal dá todo o suporte para que os familiares passem por essa etapa. “No início ele ficava meio incomodado, queria tirar, jogar, mas com o trabalho aqui, com as fonos, hoje ele está brincando. [Quando] cai, você já vê ele vindo com o aparelho na mão e fica quietinho para a gente colocar. Já faz parte da vida dele”, relata Gleidson Caixeta Costa, pai de Vinícius, de um ano e nove meses.
O diagnóstico de surdez profunda nos dois ouvidos veio quando Vinícius estava com apenas nove meses de vida. Pouco tempo depois, ele colocou o implante e hoje o menino se desenvolve normalmente. “A gente não nota diferença, na verdade. Nós temos outra filha, não se nota diferença, não tem isso. Na verdade, para ele não tem dificuldade, ele supera qualquer limite”, diz Gleidson.
O programa aprendendo a escutar do Ceal atende crianças de zero a três anos de idade que possuem perda auditiva severa, profunda, que estão em processo de avaliação para a cirurgia do implante coclear. “[A gente] ajuda a decidir qual o aparelho seria melhor. É um trabalho individualizado e ele só sai daqui com o aparelho absolutamente adaptado. Depois de recebido esse aparelho, ele ainda volta o quanto for preciso para ajustes posteriores a esse aparelho que ele recebeu como doação”, destaca Sandra.
Fonte: DFTV
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