Fernando Fernandes acredita que voltará a andar

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   Desde julho de 2009, Fernando Fernandes se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas, depois de sofrer um grave acidente de carro e ficar paraplégico. O modelo e ex-BBB conversou com O Fuxico e contou que sua esperança em voltar a andar só vai acabar no dia em que seu objetivo for alcançado.
   “Para mim existe esperança até o momento em que eu voltar. Hoje a medicina está muito avançada, então, eu creio sempre e sempre vou acreditar que vai ter melhoras. Quando vai ser isso eu não sei, mas também não vou ficar esperando esse dia, vou vivendo a minha vida feliz, intensamente, e o dia que for a gente levanta e abandona a cadeirinha”, contou.
   Durante a conversa o ex-BBB ainda contou sobre as dificuldades que passou a ter desde quando virou cadeirante.
   “As dificuldades são todas, todas as horas e em vários momentos, mas isso acaba servindo de motivação para mim. Eu tento passar isso para as pessoas, principalmente os que têm alguma lesão grave ou alguma deficiência, que você tem que se motivar na dificuldade”, disse.
   O modelo, que hoje se tornou um dos mais respeitados atletas da canoagem, terminou a entrevista dando um recado para as pessoas que se encontram na mesma situação que ele.
Ao invés de abaixar a cabeça, você tem que crescer e fazer ao contrário”, finalizou.

ENTREVISTA

em entrevista a O DIA superações e surpresas que o destino lhe reservou. O atleta, que virou celebridade depois de participar da segunda edição do reality show, teve a carreira de modelo drasticamente interrompida após acidente de carro que em 2009 o deixou paraplégico. “A descoberta da canoagem foi um presente de Deus”, diz. Hoje, Fernando se prepara para conquistar mais um ouro para o Brasil na Paraolímpiada de 2016.
ODIA: — Você foi modelo internacional, ganhou fama no programa BBB e, por conta de uma tragédia pessoal, se tornou atleta. O que te fez mais feliz?
Fernando: — Sem dúvida nenhuma é a fase que estou vivendo agora, por incrível que pareça. De repente, no tropeço da vida, poder voltar a fazer o que eu sempre quis, que é viver do esporte.
Como você descobriu o gosto pela canoagem?
Sempre fui atleta, desde criança. Joguei futebol nas categorias de base, lutei boxe. O esporte sempre fez parte da minha vida. Depois da lesão, a grande dúvida era o que fazer. O esporte e a carreira de modelo dependiam muito do corpo. Durante a reabilitação na Rede Sarah, o esporte entrava como algo lúdico. Devagar, fui descobrindo novas formas de praticá-lo. Quando sentei no caiaque, foi um presente de Deus. Senti uma sensação de liberdade com o vento batendo no meu rosto. O caiaque é como se fosse minha perna. Eu me entreguei totalmente no desejo de voltar a andar.
Em apenas dois anos, após o acidente, você conquistou dois campeonatos mundiais. De onde vem toda essa determinação?
Sempre fui guerreiro. Depois da lesão, descobri uma força mental muito maior do que achava ter. A dor do esporte vem de forma positiva. Quando estou numa competição e parece que não vou conseguir, penso que já aguentei tanta dor que não será um obstáculo qualquer que vai me derrubar. Com três meses de lesão, disputei a corrida de São Silvestre na cadeira de rodas. Completei a prova, mas a minha mão ficou em carne viva. Ali vi que era capaz de fazer o que eu quisesse.
O que os médicos dizem? Você tem esperança de voltar a andar?
Não há resposta definitiva para a lesão medular. Eles dizem que 6 meses a 2 anos é o tempo que o corpo pode responder. Porém há casos de pessoas que voltaram a andar após 3 anos. Acredito que vou voltar a andar um dia. Tenho feito consultas na Universidade de Miami, no Estados Unidos. Acredito nos avanços da medicina. Acho que daqui a 5 anos, a ciência terá uma resposta. Enquanto isso, não posso parar a vida. Tenho que viver da melhor forma possível, estimulando o meu corpo a dar alguma resposta.
Como foi a conquista do 1º título mundial?
Eu havia sofrido o acidente havia seis meses e estava praticando o esporte havia três. Decidi que disputaria o mundial. Em maio de 2010, ganhei o Sul-americano e a vaga no mundial, na Polônia. Quando cheguei, tinha 10 mil pessoas na arquibancada. Parecia até jogo de futebol. Sentei no caiaque e só me lembro de cruzar sozinho a linha de chegada.
O que mudou a partir daí?
Minha vida mudou completamente. Um mês depois do título, o esporte foi incluído entre tantos outros como modalidade paraolímpica para os Jogos do Rio, em 2016. A minha história acabou contribuindo para a escolha. No segundo campeonato, em agosto deste ano na Hungria, todos já conheciam a minha história. Cheguei como favorito e conquistei mais um ouro para o Brasil.
Você já disputou alguma competição com atletas sem lesão?
Já. Competi na Travessia do Araguaia, em Goiás, uma maratona de canoagem de longa distância, com 34 quilômetros. Ao todo eram 67 participantes e só eu tinha lesão. Acabei ganhando a prova.
Qual o próximo desafio?
Estou me preparando para a travessia de 60 quilômetros entre duas ilhas no Havaí, no ano que vem, e vou começar a disputar provas que garantam vaga na Paraolimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Espero estar bem forte até lá para conquistar uma medalha sabendo que amigos, familiares e o Brasil inteiro vão estar torcendo por mim.
O que você diria para quem vive se queixando?
Pare de valorizar os problemas e encontre a solução. Precisamos deixar de achar que os nossos problemas são os maiores do mundo. Temos que ser mais humildes e menos egoístas. Eu me amo e gosto da minha vida.
Fonte: O Dia Online

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