Jogos virtuais são benéficos a deficientes
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Estudo acompanhou desempenho nos jogos de crianças com paralisia cerebral e síndrome de Down e adaptação foi considerada satisfatória
Uma
pesquisa realizada ao longo de 2011 na Escola de Artes, Ciências e Humanidades
(EACH) da Universidade de São Paulo (USP) analisou o desempenho de pessoas com
deficiência enquanto manipulavam jogos eletrônicos, principalmente do console
Nintendo Wii, que exige movimentação física dos jogadores.
Cinco
crianças com paralisia cerebral e sete jovens com síndrome de Down praticaram o
jogo de boliche para o console Nintendo Wii, que funciona a partir de
movimentos que o jogador faz com o controle.
“Gostaríamos
de saber e quantificar se pessoas com deficiências física e intelectual
apresentam dificuldades na execução de tarefas em jogos virtuais. Interessante
foi os resultados demonstrarem que após 20 tentativas os deficientes se adaptam
bem à tarefa, com bom desempenho nos escores do jogo virtual”, conta o
professor Carlos Bandeira de Mello Monteiro, do curso de Ciências da Atividade
Física, da EACH-USP.
A
dificuldade em melhorar o desempenho depende do grau de deficiência de cada
pessoa. Alguns deficientes praticam atividade física e esportes adaptados na
própria EACH-USP e outros são membros de diversas instituições de auxílio à
pessoa com deficiência. A pesquisa resultou no livro Realidade Virtual na
Paralisia Cerebral (Editora Plêiade, 220 páginas, gratuito).
A maior
dificuldade para os deficientes era coordenar a movimentação do controle com os
botões. Outros cuidados também foram apontados pelo professor. “Para ensiná-los
é preciso orientação por meio da fala, do toque, da demonstração e do toque,
além de fazer o movimento com eles”.
Outro
aspecto que chamou a atenção foi a rápida desistência ou cansaço com os jogos.
Monteiro afirma que, em média, após 20 tentativas, havia um desinteresse e uma
menor concentração, que afetava o desempenho.
Quatro
participantes da pesquisa com paralisia cerebral ainda foram submetidos a
testes em um pequeno labirinto virtual. Verificou-se que o seu desempenho foi
melhorando com algumas tentativas, mas, assim como no jogo de boliche, logo os
participantes cansavam e desconcentravam-se do jogo.
Outra
parte do estudo envolveu 15 atletas praticantes do tênis de mesa paraolímpico.
Todos haviam participado do III Campeonato Paraolímpico Ranking Paulista de
Tênis de Mesa Talento Esportivo, realizado pela Federação Paulista de Tênis de
Mesa em 2010, e apresentam deficiência física sem alterações intelectuais.
Nesse esporte existem as modalidades para atletas que jogam em pé e para
cadeirantes.
A ideia
era verificar se o tênis de mesa virtual poderia melhorar o desempenho no jogo
real. Todos eram atletas, mas nunca haviam jogado o tênis de mesa no Nintendo
Wii. “Verificamos que o desempenho no videogame é melhor quanto melhor for o
desempenho no jogo real. Porém, no grupo avaliado, o treinamento virtual não
demonstrou melhora no desempenho no jogo de real”, disse o professor.
“Provavelmente porque os movimentos não são todos idênticos. Se você aprende no
videogame não consegue jogar bem apenas repetindo aqueles movimentos”.
Os
estudos, segundo Monteiro, deverão continuar com outros consoles, “como o Playstation
Move e, principalmente, o Kinect, do Xbox, que não possui controle e
possibilita movimentos mais livres”. (da agência USP)
ENTENDA A
NOTÍCIA
O livro
Realidade Virtual na Paralisia Cerebral pode ser baixado gratuitamente na
página da terapia Manuseio e Adequação de Atividades Funcionais (MAAF), método
criado pelo professor Carlos Monteiro (www.terapiamaaf.com.br) ou no link
http://migre.me/7fbaY
Fonte: O Povo
Fonte: O Povo
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