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Romeu Sassaki recebe título de Doutor Honoris Causa

Romeu Sassaki recebe título de Doutor Honoris Causa

 Considerado por muitos como o “pai da inclusão”, pesquisador, professor e autor de vários livros ganha mais um reconhecimento por sua longa trajetória de luta em favor da inclusão das pessoas com deficiência.

Por Fátima El Kadri 

No dia 6/12, Romeu Sassaki recebeu o título de Doutor Honoris Causa do Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Profissional com mais de 60 anos de dedicação à promoção da inclusão das pessoas com deficiência, ele é responsável  pela elaboração de pesquisas, produções teóricas e ações políticas, sendo considerado um dos maiores especialistas da área no Brasil. 

Formado em Serviço Social pela Faculdade Paulista de Serviço Social (Fapss), onde atuou como docente,  participou de diversos cursos nos Estados Unidos e Inglaterra sobre Reabilitação Profissional, por meio de bolsa de estudos concedida pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

#VerificaPCD: Pessoas com deficiência discutem acessibilidade dentro e fora da internet

#VerificaPCD: Pessoas com deficiência discutem acessibilidade dentro e fora da internet

A imagem mostra a LUCIANA, MARIANA, EDUARDO E ACAUÃ.

Nos meses de julho e agosto, a hashtag #VerificaPCD foi utilizada no Twitter com o objetivo de levantar o debate sobre acessibilidade no mundo virtual e pedir a verificação de contas de criadores de conteúdo que possuem algum tipo de deficiência. 

Segundo o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência – cerca de 24% da população do País. O número expressivo não é acompanhado da inclusão dos mesmos no mercado de trabalho ou nas universidades.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2018, apenas 1% dos profissionais com emprego formal no País são pessoas com deficiência, cerca de 486 mil postos de trabalho. Nas universidades, somente 43.633 matrículas realizadas em cursos de graduação – 0,52% do total – são de pessoas com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento, conforme informações do Censo da Educação Superior de 2018, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

Iniciada pelo usuário Charlie_artist no Twitter, a hashtag #VerificaPCD funcionou como uma corrente: indicava-se produtores de conteúdo PCDs ao marcá-los juntamente com #VerificaPCD, e aqueles que fossem marcados indicavam outros usuários sucessivamente. A hashtag entrou para os assuntos mais comentados da plataforma.

Mariana Torquato, catarinense de 28 anos, foi uma das criadoras verificadas pelo Twitter. Antes da ação, ela contava com cerca de 5 mil seguidores na plataforma, hoje são mais de 12 mil. A criadora possui um canal no YouTube chamado “Vai Uma Mãozinha Aí?”, que atualmente é o maior canal sobre deficiência no Brasil.

“Eu comecei a criar conteúdo para internet por conta da falta de representatividade e de uma comunidade das pessoas com deficiência”, Mariana compartilha. Ela possui deficiência física desde o nascimento.

O estudante Acauã Pozino, 19 anos, também participou da ação. Ele já compartilhava sua vivência como pessoa com deficiência visual e militava pela causa, mas depois da hashtag, houve uma preocupação maior em organizar esse conteúdo.

Embora não tenha sido verificado, diversas pessoas começaram a indicar e acompanhar seu perfil, e Acauã aproveita o espaço que ganhou para falar mais sobre o movimento. “Eu sempre repito que a nossa resistência é uma guerrilha do berço ao túmulo, então a gente escolhe apenas falar mais ativamente sobre isso ou não. Eu sou da opinião de que, se a gente não se movimentar, as coisas que nos oprimem não vão se mover de cima de nós”.

Militância PCD e interseccionalidade

“Falar sobre ser uma pessoa LGBT, para mim, é falar sobre ser uma pessoa com deficiência”, aponta Eduardo Victor, 20 anos.

O carioca produz conteúdo para diversas redes sociais e foi verificado pelo Twitter depois da ação #VerificaPCD. Seu interesse em criar conteúdo surgiu da falta de identificação nas redes: “As coisas nascem do nossos pequenos incômodos. Eu não via ninguém como eu na internet”.

Victor explica que é difícil se sentir ouvido sendo uma pessoa com deficiência motora e LGBT.

“Digo que eu saí do armário duas vezes. Sou uma pessoa que tem uma deficiência visível, mas eu tenho uma passabilidade”.

Ele compartilha que demorou para entender como o capacitismo (discriminação praticada contra a pessoa com deficiência) o atingia, uma vez que achava que os processos de exclusão com os quais sofria eram unicamente por ser uma pessoa afeminada: “Por muito tempo eu fiquei nesse não-lugar, e estar na internet, para mim, é poder contar minha história e mostrar que pessoas como eu existem. O poder da fala me salvou”.

Luciana Viegas, 26 anos, já trabalhava com educação inclusiva por ser professora, mas o aprofundamento no assunto se deu com o diagnóstico de seu filho autista. Posteriormente, ela recebeu o diagnóstico tardio de autismo.

“Como eu pesquisava muito sobre o assunto por conta do meu filho, percebi que era uma pauta muito branca. Eu sou mãe preta, de criança autista, e as mães brancas não conversam comigo na totalidade”,  diz.

A professora debate o capacitismo com hiperfoco em raça e explica que os PCDs negros ainda estão lutando por coisas básicas.

“A pessoa preta autista é julgada pelo seguinte raciocínio: ‘você é deficiente, mas eu não tenho dó, você ainda é preto’. Os PCDs brancos pedem autonomia e liberdade. Na hora de um conflito, a primeira coisa que enxergam nos pretos é a cor e tratam como marginal”. Ela não foi verificada pela plataforma.

Eduardo e Luciana promovem a interseccionalidade em seus discursos. O criador carioca aponta que “assim como a sociedade é capacitista, o movimento LGBT também vai ser. Pessoas com deficiência não são lembradas no movimento LGBT”. Já a professora está à frente do movimento Black Disabled Lives Matter (em português, “vidas negras com deficiência importam”), articulando o debate do capacitismo juntamente com questões raciais.

Acessibilidade antes e depois da hashtag

Mariana Torquato compartilha que, embora o espaço virtual seja mais acessível que o físico, acessibilidade e inclusão precisam ser uma escolha diária: “Nós, PCDs, merecemos ter o mesmo acesso ao conteúdo que as pessoas sem deficiência têm”. Além disso, muitos dos debates que se iniciaram com a hashtag, sobre inclusão, acessibilidade e capacitismo, ainda são superficiais e Mariana reforça a necessidade de continuá-los para além da ação #VerificaPCD.

Luciana Viegas aponta que todos têm direito à informação, portanto, é obrigação da sociedade como um todo exigir acessibilidade. Por isso, cobranças da presença de audiodescrição e legendas nos conteúdos de plataformas e outros criadores, por exemplo, estão se tornando cada vez mais frequentes.

Segundo Eduardo, o ambiente virtual ainda não é totalmente acessível, “mas isso não quer dizer que a gente não precise fazer nada. A nossa sociedade não foi criada para poder atender à demanda de pessoas com deficiência, porque historicamente nós não éramos vistos nem como seres humanos”. Ele completa dizendo que cobrar a verificação do Twitter é potencializar e dar a certificação de que aquele conteúdo é relevante para alguém.

“Na internet, todo mundo está falando de tudo. É muito mais difícil confiar no que se lê. O selo de verificação mostra que nós temos propriedade para falar sobre certa área, e é importante que nós tenhamos pessoas verificadas no máximo de áreas possíveis”, reforça Acauã.

Mariana aponta que a hashtag foi um grande exemplo de como pessoas com deficiência, quando unidas, têm força. Ela espera que possam ter novas mobilizações, pois diversos criadores ainda não foram verificados. “A gente precisa da voz dessas pessoas porque elas merecem ser ouvidas. Elas foram silenciadas por muito tempo”, afirma.

*Malu Bassan é estagiária e escreveu esse texto sob a supervisão do editor Alisson Matos

10 anos sem Dorina Nowill

10 anos sem Dorina Nowill

A foto mostra a Dorina sorrindo, ela usa óculos e . Ao lado o texto: Quanta saudade, 10 anos sem a nossa querida Dorina Nowil. Fica aqui a nossa homenagem.

Ela faleceu com 91 anos de idade. Cega desde os 17 anos, em virtude de uma infecção ocular, que ocasionou uma hemorragia. A cegueira, contudo, não a impediu que seguisse carreira na área da educação.     Foi educadora, filantropa e administradorabrasileira. Educadora de formação, Dorina trabalhou intensamente para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol dos deficientes visuais e pelo seu trabalho foi diversas vezes reconhecida e premiada.Em 1945, conseguiu convencer a Escola Caetano de Campos, onde cursava o magistério e viria a se formar como professora, a implantar o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos.Nessa época, livros em Braille eram raríssimos e ela teve que cursar a escola como estudante normal. Após diplomar-­se, viajou para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos paga pelo governo americano para frequentar um curso de especialização na área de deficiência visual, na Universidade de Columbia.

De volta ao Brasil, concentrou esforços na fundação da primeira imprensa Braille de grande porte do país. A editora é uma das principais fontes de renda da fundação que criou e produz mais de 80% dos livros do Ministério da Educação para deficientes visuais, além de receber encomendas especiais de cardápios para restaurantes, instruções de segurança de companhias aéreas, bestsellers, etc.

A educadora também se voltou à regulamentação da educação para cegos. Na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, ela foi a responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos e em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei. 

Nessa mesma época, entre 1961 a 1973, ela dirigiu em Brasília o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação, bem como realizou programas e projetos que implantaram serviços para cegos em diversos estados da nação, além de eventos e campanhas para a prevenção da cegueira. Seis anos depois, em 1979, a professora foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos. Mais tarde, seria a idealizadora e criadora da Fundação Dorina Nowill, para deficientes visuais.

Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, ela foi convidada e falou na Assembleia Geral das Nações Unidas como representante brasileira. Já em 1989, o Congresso Nacional ratificou a “Convenção 1599”, da Organização Internacional do Trabalho, que trata da reabilitação, treinamento e profissionalização de deficientes visuais. Esse foi mais um desdobramento do trabalho que a educadora havia começado quase duas décadas antes, com o primeiro centro de reabilitação para cegos criado por sua fundação.

Dorina foi considerada pela Revista Época uma dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Fonte: Revista Reação

Conferência realizada na ONU leva os países ao fortalecimento de políticas públicas e melhores práticas de implementação dos Direitos das Pessoas com Deficiência

Conferência realizada na ONU leva os países ao fortalecimento de políticas públicas e melhores práticas de implementação dos Direitos das Pessoas com Deficiência



A abertura da 12ª Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência aconteceu nesta terça-feira, 11 de junho, na Sede da ONU em Nova York, e contou com a participação de Luis Gallegos, representante permanente do Equador junto às Nações e Presidente da Conferência, que em seu discurso afirmou que o evento tem crescido e tornou-se um dos maiores e mais importantes fóruns globais sobre pessoas com deficiência. “A programação certamente fará uma enorme diferença, permitindo um intercâmbio muito rico e profundo, com novas experiências e ideias inovadoras para tornar os Direitos das Pessoas com Deficiência uma realidade. A Conferência também oferece uma oportunidade para os partidos dos Estados e todas as partes interessadas, de refletirem sobre experiências e lições aprendidas no último ano, identificando lacunas para fortalecer as políticas e melhorar as práticas para implementação dos Direitos das Pessoas com Deficiência”.

A Conferência conta hoje com 177 países, e esta edição tem 1.400 pessoas de várias partes do mundo. Vivemos em um mundo que está em transformação e mesmo com as grandes mudanças, nunca se falou tanto sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Todos que participam da Conferência têm um único objetivo, que é garantir os direitos das pessoas com deficiência em todo mundo.


Maria Soledad Cisternas, enviada Especial sobre Deficiência e Acessibilidade, em seu discurso falou que os países devem apoiar politicamente e economicamente a Conferência. Cidades inteligentes devem ser plenamente acessíveis. Quando falamos de acessibilidade, falamos de direitos e não de favores. A falta de acessibilidade contribui com a pobreza, e como estamos no século 21 não podemos permitir tal coisa.


Algumas autoridades de países presentes na abertura puderam falar por três minutos. A Ministra da Mulher, Família , e Direitos Humanos, Damares Alves, falou sobre os avanços na Lei Brasileira da Inclusão, e que parte dela já foi regulamentada, passo importante para a implementação da Convenção.


Relatou ainda que foi sancionada na semana passada, uma Lei que assegura às pessoas com deficiência visual o direito de receber cartões bancários em Braille, e outra que torna obrigatório informar se a mulher vítima de violência doméstica é pessoa com deficiência.

O governo brasileiro tem como meta combater toda violência, inclusive entre alguns povos indígenas que ainda sacrificam membros das suas comunidades, pelo simples fato de serem pessoas com deficiência. “Os países precisam investir na acessibilidade física, comunicacional e, principalmente, na mudança de atitude. Por isso, muito nos alegra que o foco dessa conferência seja a conscientização”, afirmou.

Segundo a Ministra, a Língua Brasileira de Sinais é reconhecida por Lei como a segunda língua brasileira, e por isso, defendem a obrigatoriedade da inserção do ensino de Libras na grade curricular de todas as escolas.

Damares afirmou ainda que, no Brasil, as pessoas com deficiência tem alcançado lugares em destaque, e que é necessário que as políticas públicas sejam planejadas e implementadas com o envolvimento direto dessas pessoas. “Estamos remodelando as políticas para as pessoas com deficiência para enfatizar a atenção às suas famílias, que enfrentam situações extremas e precisam de apoio. Temos ainda compromissos com os bebês acometidos por microcefalia que devem ter o direito garantido de nascer. A ordem do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é clara: Vamos transformar o Brasil no país da inclusão!”

A delegação brasileira participou da abertura, e a cidade de São Paulo estava lá representada pela Secretária Municipal Adjunta da Pessoa com Deficiência, Marinalva Cruz.


Sobre a 12ª Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direito das Pessoas com Deficiência 

A Convenção foi adotada pela Assembleia Geral da ONU mediante a sua resolução 61/106, de 13 de dezembro de 2006. Entrou em vigor em 3 de maio de 2008, após a 20ª ratificação. O Artigo 40 da Convenção estipula que “Os Estados Partes se reunião regularmente em uma Conferência Estados Partes a fim de considerar qualquer assunto relativo à implementação da presente Convenção.” Desde 2008, onze sessões da Conferência dos Estados Partes foram realizadas na sede nas Nações Unidas, em Nova York: http://webtv.un.org/


Maratona diária para quem usa cadeira de rodas

Maratona diária para quem usa cadeira de rodas

Pesquisa do IBGE revela carência de políticas públicas para garantir acessibilidade a cadeirantes. Só 4,7% dos municípios possuem rampas.

É preciso ter o preparo físico de um maratonista para acompanhar a rotina de um cadeirante ao ultrapassar os obstáculos encontrados nas calçadas de São Paulo . “A vida do cadeirante é olhar para baixo”, resume o analista de sistemas Valdir Gonçalves, de 41 anos. Nesta quinta-feira, ele mostrou ao site de VEJA, na prática, os principais problemas que enfrenta para se locomover e realizar as atividades mais corriqueiras. “Para pessoas que não movimentam o tronco seria impossível andar pelas ruas de São Paulo porque isso exige muito esforço físico”, conta.
    O ponto de partida do trajeto foi a unidade do Sesc-Belenzinho , na Zona Leste da Capital, local que frequenta várias vezes durante a semana para praticar musculação e natação. “Em São Paulo você tem ilhas de acessibilidade", observa Valdir. "Um exemplo é a região da Paulista e centros culturais como o Sesc. Mas o grande problema é chegar até estes lugares”. O desafio proposto era sair de uma dessas “ilhas” e enfrentar a “realidade”:  usando o metrô e as calçadas, ir até a região de Santa Efigênia, no Centro, para buscar o celular que Valdir havia deixado na assistência técnica.
    O caminho até a estação Belém, apesar de curto, traz uma série de problemas, como calçadas inclinadas, que exigem grande esforço físico, pois sobrecarregam só um lado da cadeira. Em várias esquinas não há rampas e, quando existem, estão deterioradas, com buracos e desníveis. Outro problema frequente é o acúmulo de água na base das rampas, que impede a saída das cadeiras. Há também rampas improvisadas que, por não terem a largura necessária, podem travar as rodas das cadeiras e causar acidentes.
    Não foram raras as vezes em que, por falta de alternativa, Valdir teve que trafegar pela rua, correndo o risco de ser atropelado. Na via que dá acesso à estação, por exemplo, teve que disputar espaço com os ônibus – não havia rampa para subir na calçada. “Geralmente, regiões com maior circulação de pessoas, perto de centros comerciais ou de alto poder aquisitivo recebem mais atenção da prefeitura", diz. "Mas quanto mais periférica a zona, pior a situação das calçadas”.
    Ao chegar ao Centro a situação é um pouco pior – e os buracos são mais frequentes.  “A cadeira não é feita para passar por buracos", conta. "Já danifiquei outra cadeira por causa disso”. A escassez de rampas o obriga mais uma vez a fazer boa parte do trajeto pela rua. Em um dos cruzamentos, a rampa está deslocada da faixa de pedestres e Valdir é obrigado a avançar sobre os carros parados no sinal.
   Para o analista de sistemas, a preocupação com a acessibilidade não garante apenas a independência dos deficientes físicos, mas beneficia toda a população. “Rampas são utilizadas por idosos, mulheres grávidas ou pessoas que passaram por cirurgias. Todo mundo está sujeito a ter os movimentos limitados, mesmo que temporariamente”.
    Índice de acessibilidade - A dificuldade enfrentada por Valdir é a mesma de milhares de cadeirantes. Segundo o IBGE , mais de 45 milhões de brasileiros (23,9% da população) possuem algum tipo de deficiência no Brasil – o órgão não especifica quantos são cadeirantes. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE revelam que o Brasil ainda carece de políticas públicas para garantir acessibilidade a quem usa cadeira de rodas, mesmo em locais com alto índice de urbanização e disponibilidade de serviços públicos.
    De acordo com o estudo, nos municípios brasileiros, a maioria das faces de quadras (cada um dos lados da quadra, contendo ou não domicílios ou estabelecimentos) possui ruas pavimentadas (81,7%), dispõe de meio fio (77%) e oferece calçadas para circulação de pedestres (69%). Mas uma ínfima parcela (4,7%) possui rampas de acesso para cadeirantes. Esse índice sobe para 5,6% em locais onde há maior incidência de moradores com idade acima de 60 anos. A pesquisa, realizada de 1º de agosto a 30 de outubro de 2010 nas áreas urbanizadas dos 5.565 municípios brasileiros, apresenta um nível de detalhamento inédito, com foco em aspectos importantes da infraestrutura urbana, como questões referentes à circulação e o meio ambiente.
    O índice de acessibilidade é baixo até nas cidades classificadas pelo IBGE como as que têm a melhor infraestrutura urbana. Nesses municípios, apenas 5,8% das faces de quadras possuem rampas de acesso para cadeirantes – mesmo que 80% delas possuam calçadas, 90% tenham vias pavimentadas e quase a totalidade (98%) disponham de ruas com iluminação pública. Nas cidades classificadas como “inadequadas”, o percentual de incidência de rampas para cadeirantes no entorno dos domicílios é ínfimo: 0,2%.
    Sem surpresa - A diferença é grande quando se compara o entorno dos domicílios cujos moradores possuem rendimentos mais altos com os mais carentes. Em locais onde as pessoas ganham mais de 2 salários mínimos, o índice de rampas para cadeirantes é de 12,2%. Em bairros que concentram moradores com rendimentos per capita de até um quarto do salário mínimo, o índice cai para 1%.
    “Os dados, infelizmente, não trazem surpresa”, resumiu Carla Mauch, coordenadora da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Mais Diferenças . Segundo Carla, o estudo revela a invisibilidade com que o tema sempre foi tratado, apesar dos avanços observados nos últimos anos – principalmente depois da instalação de leis de acessibilidade e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU (2007).
    “O quadro ainda é muito ruim e as transformações são lentas, porque o mais difícil é a mudança cultural”, disse. Carla ressalta que as ações de acessibilidade reduzem as diferenças e contribuem para a difusão do conceito de “equiparação de oportunidades”. A calçada, por exemplo, é o ambiente mais democrático e as rampas serviriam não só para cadeirantes, mas também para idosos, mães com carrinhos de bebê e pessoas com qualquer tipo de dificuldade de locomoção. 
   Regiões - Os números regionais seguem o mesmo padrão. A região Sudeste – onde o índice de urbanização é mais elevado, com 90,5% do entorno dos domicílios com pavimentação, 87,9% com meio-fio, 82% com calçadas e 73% com identificação das ruas – possui apenas 5% das faces de quadra com rampas para cadeirantes.
    As regiões Sul e Centro-Oeste são as que possuem maior incidência de rampas, ambas com (7,8%), enquanto as regiões Norte e Nordeste têm os menores índices (1,8%). Entre os municípios com mais de 1 milhão de habitantes, Porto Alegre se destacou com a maior porcentagem (23,3%) e, Fortaleza, com a menor (1,6%).
    Para o responsável pela comunicação da ONG Mobilize - Mobilidade Sustentável , Marcos de Sousa, além da pouca quantidade de rampas, deve-se observar a qualidade delas. A ONG realizou um “Levantamento das Calçadas do Brasil” em 12 capitais brasileiras, em que dá notas para aspectos como regularidade, largura, iluminação e obstáculos. “Há casos de rampas com um poste no meio ou com acúmulo de lixo. É indigno”, disse.
   São Paulo - Na maior cidade do Brasil, apenas 9% das ruas possuem acesso para cadeirantes. O índice causou surpresa à deputada federal Mara Gabrilli (PSDB) . “Se estes 9% das rampas fossem bem feitas, já seria ótimo", afirmou. "Mas vivendo o dia a dia, a impressão que dá é que este índice é ainda menor”. Segundo Mara, que é cadeirante, São Paulo possui 30 mil quilômetros de ruas asfaltadas e apenas 500 quilômetros de vias com alguma acessibilidade.
    A deputada relata que até em bairros nobres é possível se deparar com rampas precárias, com obstáculos, degraus ou intransitáveis. “A Avenida Paulista é um exemplo, mas no resto da cidade não é assim”.
    Cadeirante, a publicitária Julie Nakayama, de 25 anos, conta que tem percebido uma melhoria nas ruas em relação à acessibilidade para quem tem dificuldade de locomoção. O problema, segundo ela, é que em locais privados, como shoppings e faculdades, há muito pouca adaptação. Entre os países que visitou, cita o Canadá com um bom exemplo. A Argentina, por outro lado, onde faltam rampas e acessibilidade no transporte público, é o exemplo negativo. “O Brasil está no meio”, resumiu.
Como chamar as pessoas com deficiência?

Como chamar as pessoas com deficiência?

   Uma das discussões mais freqüentes em grupos de inclusão social é como chamar as pessoas que têm deficiência. O que seria mais adequado falar, em portador de deficiência, pessoa portadora de deficiência ou portador de necessidades especiais? O consultor Romeu Kazumi Sassaki afirma em seu artigo, Vida Independente: história, movimento, liderança, conceito, filosofia e fundamentos, que não existe um único termo correto, válido definitivamente em todos os tempos e espaços.
    “A razão disto reside no fato de que a cada época são utilizados termos cujo significado seja compatível com os valores vigentes em cada sociedade enquanto esta evoluiu em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência”, explica Sassaki.
   Na Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, ficou decidido que o termo correto utilizado seria PESSOAS COM DEFICIÊNCIA”. O movimento quer aprovar pela Assembléia Geral da ONU, a ser promulgada posteriormente por meio de lei nacional de todos os países-membros, incluindo o Brasil.
   Foram sete os motivos que levaram os movimentos a terem chegado a expressão “pessoas com deficiência”. Entre eles: não esconder ou camuflar a deficiência, mostra com dignidade a realidade e valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência. Sassaki também chamou atenção para combater neologismos que tentam diluir as diferenças tais como “pessoas especiais” ou “pessoas com eficiências diferentes”.
   Outro princípio utilizado para embasar a escolha é defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades atendendo às diferenças individuais. O autor diz ainda que a tendência é de parar de usar a palavra “portadora”. “A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como o substantivo ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa”, esclarece. Ele fala que quase a totalidade dos documentos estão ao consenso a adotar a expressão “pessoas com deficiência” nas manifestações.
Histórico
   No decorrer da história, as pessoas com deficiência já tiveram várias denominações. No século 20, por exemplo, o termo usado era “inválidos” que significava indivíduos sem valor. Até 1960, eram chamados de “indivíduos com capacidade residual”, o que segundo o autor Sassaki, foi um avanço da sociedade, reconhecer que a pessoa tinha capacidade mesmo que ainda considerada reduzida. Outra variação foi o uso do termo “os incapazes”.
   Entre 1960 e 1980, começava-se a usar as expressões “os deficientes” e “os excepcionais” que focavam as deficiências e reforçavam o que as pessoas não conseguiam fazer como a maioria. Nos anos 80, por pressão da sociedade civil a Organização Mundial da Saúde lançou a terminologia “pessoas deficientes”. Iniciou-se uma conscientização e foi atribuído o valor “pessoas” aqueles que tinham deficiências, igualando-os em direitos a qualquer membro da sociedade.
   Até os dias atuais, muitos nomes já foram utilizados como pessoas portadoras de deficiência, pessoas com necessidades especiais, pessoas especiais ou portadores de direitos especiais. Segundo Romeu Sassaki, todos considerados inadequados por representar valores agregados a pessoa. Vale lembrar que o uso dessas expressões estavam inseridas em um contexto social da época.
Fonte: Comissão de Acessibilidade e Comissão de Valorização da Pessoa com Deficiência
Foto: Célio Azevedo/ Agência Senado
Beleza e deficiência não são opostos, diz criadora de agência de modelos

Beleza e deficiência não são opostos, diz criadora de agência de modelos


Kica de Castro trabalha com 80 modelos com deficiência em todo o país.
Demanda cresce, mas preconceito ainda predomina, afirma ela.

Giovana Sanchez do G1, em São Paulo

Kica de Castro em seu estúdio
 (Foto: Giovana Sanchez/G1)
"Aqui, ninguém usa Photoshop", alerta a fotógrafa Kica de Castro para quem entra em seu estúdio, no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. "E sou muito grata à tecnologia HD, que mostrou que todos têm defeitos, ajudou a reassaltar a imperfeição". Kica tem 35 anos e há 12 anos trabalha com fotografia para deficientes. Primeiro, num centro de reabilitação, fazendo fotos de prontuários e fichas médicas. "Era tudo muito frio e eles ficavam inibidos de ter que ficar sem roupa e ser fotografados com uma plaquinha, como numa prisão."

Foi então que ela resolveu dar mais vida para a sala de fotos. "Fui na 25 de março e comprei tudo que você pode imaginar de quinquilharia. Aí, quando os pacientes vinham, fazia quase um editorial de moda com eles, até ficarem a vontade para a foto médica".

Kica percebeu que tudo mudou no seu trabalho, e os pacientes começaram a pedir books de moda. Vendo a demanda, ela começou a pesquisar e viu que a Europa está avançada na moda para deficientes. Após uma viagem para a Alemanha e muita pesquisa e contatos, ela abriu, em 2007, a "agência de modelos para profissionais com alguma deficiência" que leva seu nome. Hoje ela trabalha com 80 modelos em quase todo o Brasil - menos no Acre e em Rondônia.

Em suas fotos, os aparelhos ortopédicos aparecem como acessórios. "Acho que agora as pessoas estão conseguindo enxergar que beleza e deficiência não são palavras opostas, mas ainda existe muito preconceito", diz ela. Até hoje, ela diz que a agência faz mais trabalhos para fora do Brasil.

Carolina Vieira, uma das modelos da agência de Kica (Foto: Kica de Castro/Divulgação)
Para Priscila Menucci, modelo de 91 cm e a menor atriz brasileira reconhecida pelo Rank Brasil, trabalhar com moda foi uma mudança radical na vida. "Passei a cuidar mais do corpo, da pele e a fazer cursos como automaquiagem". E, ao ser questionada como se sente na passarela, ela é categórica: "com 1,90 m de altura, me sinto um mulherão!"



Confira a entrevista com Kica:

G1 - Como você teve essa ideia da agência?
 Kica de Castro - Na verdade foi uma coisa muito por acaso. Sou publicitária e estava meio estressada, isso no começo de 2000. Aí, resolvi largar tudo para fazer fotografia. Comecei com os eventos sociais e corporativos, mas a partir de 2002 recebi um convite para ser chefe do setor de fotografia de um centro de reabilitação. E lá o foco era a deficiência física. Fazia os prontuários médicos, artigos científicos. Era da forma mais fria possível. Era uma sala pequena, fundo branco, e as pessoas tinham que ficar de peças íntimas ou em alguns casos nuas. As fotos eram feitas nas quatro posições globais (frente, costas e laterais), acompanhada de uma plaquinha do lado com o número do prontuário. Não tinha nenhum paciente que olhasse para aquela situação e não perguntasse 'Estou sendo fichado, é foto para presídio?'. E eu não tinha experiência, não sabia lidar com aquilo.

Passados os 3 meses de experiência, não sabia se ia aguentar, as pessoas não se comunicavam comigo, algumas choravam quando iam tirar a roupa, era muito invasivo para a autoestima do paciente. Aí tive uma conversa com uma amiga do setor de psicologia que me disse: 'faça o seu trabalho da melhor forma possível e tente se aproximar das pessoas'.

Aí, no dia seguinte fui na Rua 25 de Março (via mais importante de comércio popular de São Paulo) e com R$ 120 fiz a festa. Comprei tudo o que você pode imaginar em quinquilharia, bugiganga, revistas masculinas e femininas de moda. Na segunda-feira cheguei ao trabalho e fui até barrada pelo segurança de tão grande que estava a minha sacola.

Quando os pacientes chegavam e eu pedia para eles tiarem a roupa, dizia que era uma foto para um editorial de moda e deixava tudo ali a disposição para eles se enfeitarem. As fotos mantinham o mesmo padrão científico, mas as pessoas tinham 5 minutos de contato com a vaidade delas. Então eles se maquiavam, se penteavem, se olhavam no espelho.

G1 - Eles ficavam mais a vontade?
 Kica - Ficavam. Eles passavam pela situação de estar nu, mas não tinha mais aquele comentário de 'estou sendo fichado'. [...] E eles iam me contando a história delas, muitos tinham o sonho de serem modelos e eu incentivava eles a correr atrás do sonho. Para a minha surpresa eles começaram a me pedir books particulares. Como trabalhava na instituição e o espaço era mais acessível, eu só cobrava o preço de custo. Quando eles viam a foto revelada, eles diziam 'nossa, mas essa sou eu sem maquiagem, sem photoshop?'. Com essa produção, com essa luz, as pessoas ficavam motivadas. Elas foram atrás das agências e pra minha surpresa, todas as respostas eram negativas.

As meninas começaram a voltar com a mesma baixa autoestima. Eu dizia: 'isso não pode acontecer!' E elas me falavam que a única pessoa que acredita no potencial elas era eu. Aí, em 2005, comecei a fazer uma pesquisa que me levou para Europa.

Cleonice Terra, modelo da agência de Kica com
 paralisia cerebral (Foto: Kica de Castro/Divulgação)
G1 - Eles têm iniciativas assim?
 Kica - Têm. Na Alemanha tem o concurso 'a mais bela cadeirante'. Na França e na Inglaterra tem um reality show só para pessoas com deficiência, que é mais inclusivo. Na Alemanha, há anúncios publicitários para venda de aparelhos ortopédicos, diferente daqui, que é só um catálogo de cores.

Algumas poucas ações eram vistas aqui, mas nada na passarela, voltado pra fotografia. Era sempre essa coisa de recepção de eventos, coisas pequenas.

G1 - E aí você teve a ideia de trazer para o Brasil?
 Kica - É. Mas tive que começar lá fora, para poder ser reconhecida aqui dentro. Tive contato com a agência na Alemanha justamente para fazer valer, colocar isso na cabeça do povo. Lá fiz pesquisa e o contato se mantém até hoje.

Em 2007, atribuí as atividades que já tinha como fotógrafa, aproveitei meu CNPJ justamente para poder colocar como Agência de Modelos para Profissionais com Alguma Deficiência.

G1 - E como foram esses anos, de 2007 pra cá?
 Kica - Costumo avaliar a partir de 2010. Os 3 primeiros anos foram de implantação do conceito. Ninguém sabia disso, ninguém acreditava no potencial, então exploramos bem esse lado. A partir de 2010, alguns resultados já foram surgindo nas passarelas, em editoriais de moda.

G1 - Vocês fazem trabalhos fora do Brasil também?
 Kica - Bastante.

G1 - Mais do que aqui?
 Kica - Sim. Principalmente as amputadas. É a visão brasileira. O brasileiro tem essa coisa de que para ser modelo tem que ser Gisele Bündchen, tem que ter 1,80 m, magra, olho verde e loira de preferência.

Priscila Menucci, modelo de 91cm (Foto: Giovana
 Sanchez/G1)

As modelos plus size hoje são uma releitura do Renascimento. Pessoas com deficiência não tiveram nenhuma referência na história da humanidade. Então você imagina, desde a década de 1960 querer implantar pessoas com deficiência no mercado da moda e você ser praticamente a única a falar do assunto o tempo todo... É complicado mudar a visão. As pessoas colocam as pessoas com deficiência na passarela, mas não na mesma proporção que as modelos contratadas. Coloca-se uma para ficar bem na foto.

Na agência temos 80 profissionais, mas as oportunidades ainda são poucas.

G1 - Como é feita a seleção?
 Kica - O processo seletivo é feito como um processo convencional. Porque estamos falando de inclusão de mercado de trabalho, de um mecado totalmente ditador. Ou seja, ou você entra na regra do que já existe ou não dá para trabalhar com moda. O processo é feito da mesma maneira de uma modelo convencional, a pessoa passa testes, entevistas, tem que ter curso profissionalizante. É uma exigência básica da agência. A pessoa tem que estar preparada para enfrentar o mercado de trabalho.

Se você não estiver preparado para o mercado de trabalho, aqui não tem espaço para o assistencialismo. Aqui obrigo todo mundo a ter uma primeira profissão, justamente para poder manter a segunda profissão, que é ser modelo, porque infelizmente ainda são poucas as modelos que vivem de modelagem. É o que falo para as meninas: estudar e ter uma profissão que mantenha tudo.

G1 - A sua agência se mantém só com as fotos de moda? Você abandonou a fotografia de eventos que fazia?
 Kica - Continuo. O mercado está abrindo as portas, mas ainda não está totalmente aberto. Muito pelo contrário. As pessoas estão começando a ver nosso trabalho, dão algumas oportunidades, mas ainda são poucas e precisamos correr muito.

[...] As pessoas estão vendo a inclusão na área de beleza e sensualidade de forma diferente, estão conseguindo enxergar que se pode ser profissional, que beleza e deficiência não são palavras opostas.

G1 - Vocês enfeitam os aparelhos de alguma forma?
 Kica - Aqui os aparelhos ortopédicos são considerados assessórios de moda. Uma cadeira de rodas é como uma bolsa, uma prótese é que nem um cinto, uma muleta é como um brinco, e assim por diante. [...] Os próprios fabrincates estão investindo nisso. As cadeiras têm ficado mais leve, com um design melhor, o que ajuda a compor o look nas fotos. A pessoa olha e diz: 'nossa que modelo bonita. E é deficiente'. Antigamente era o contrário: 'olha uma deficiente... e até que é bonitinha'.

Fonte: G1
Cartilhas esclarecem como comprar carro com isenção e diretos para deficientes

Cartilhas esclarecem como comprar carro com isenção e diretos para deficientes


   A prefeitura de São Paulo criou uma cartilha muito legal para esclarecer a maior parte das dúvidas dos portadores de deficiência que desejam tirar sua habilitação ou comprar um veículo com isenção de impostos. Também foi divulgada um outro documento onde são mostrados números da deficiência no Brasil e esclarece dúvidas sobre direitos, legislação e mercado de trabalho para o público deficiente.
   O material está muito bem feito e utiliza-se de uma linguagem simples, para facilitar  o entendimento. Vale a pena baixar e ler com muita atenção, mesmo que você não seja de São Paulo, pois a legislação colocada vale para quase todo o Brasil.

   
    Clique no link para baixar a Cartilha de atendimento e direitos da pessoa com deficiencia


Fonte: Blog do Deficiente Físico
Homens com deficiência física será o novo tema da exposição fotográfica Kica de Castro

Homens com deficiência física será o novo tema da exposição fotográfica Kica de Castro


   Após o grande sucesso da exposição fotográfica “Toda nudez vai ser revelada”, da fotógrafa Kica de Castro, onde dez mulheres com deficiência física foram retratadas de uma forma sensualíssima, a proposta para esse ano será diferente. Como no dia 08 de janeiro foi comemorado o Dia Nacional da Fotografia ou Dia Nacional do Fotógrafo, Kica de Castro retratará homens com deficiência física, provando que eles também são vaidosos e sensuais.
   A fotografia abaixo, é do modelo profissional com deficiência Diego Madeira. Esta foto é apenas uma amostra do que vem pela frente.


Fonte: Deficiente Ciente
SP: 8 cidades assinam convênio para atendimento de pessoas com deficiência

SP: 8 cidades assinam convênio para atendimento de pessoas com deficiência


Recursos serão aplicados em centros de capacitação, atendimento, reabilitação, fisioterapia, capacitação para o trabalho, centros paradesportivos com estimulo à atividade física e esportiva.

   As pessoas com deficiência de oito municípios paulistas terão mais oportunidades em 2012. Uma série de iniciativas foram asseguradas em Catanduva, Botucatu, Mogi das Cruzes, Americana, Dois Córregos, Pederneiras, Ibitinga e Bertioga com a assinatura de um convênio para transferência de recursos com o governo do Estado de São Paulona última terça-feira. Recursos serão aplicados em centros de capacitação, atendimento, reabilitação, fisioterapia, capacitação para o trabalho, centros paradesportivos com estimulo à atividade física e esportiva.
  Com a Prefeitura de Botucatu foram assinados dois convênios. Um deles garantirá a construção de um Centro de Inclusão Esportiva, que terá duas piscinas (uma para prática esportiva e outra para hidroginástica) e uma sala para fisioterapia. O investimento realizado pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Estado de São Paulo com custo de R$ 800 mil. O segundo convênio de Botucatu é para a construção de um Centro de Tecnologia e Inclusão Social. Com investimento de R$ 2 milhões, o espaço contará com um auditório para 200 pessoas, salas para capacitação profissional e ala administrativa.
   Mogi das Cruzes terá um Centro de Paradesporto, com investimento de R$ 1,5 milhão. O convênio assinado pela Prefeitura de Americana irá promover o acesso de pessoas com deficiência à cultura. Trata-se da reforma do Teatro Municipal "Lulu Benencase" para torná-lo acessível. Para isso, serão reformados palcos, camarins, edifício e plateia. Será realizada também a aquisição de equipamentos de audiodescrição. O investimento da secretaria no projeto é de R$ 420 mil.
   Em Dois Córregos, o convênio celebrado prevê a implantação de uma academia ao ar livre, destinada aos pacientes atendidos na APAE. O investimento por parte do Estado é de R$ 90 mil, voltados para a aquisição de equipamentos para a academia e a construção de uma piscina.
   O convênio de Pederneiras autoriza o repasse de R$ 50 mil para a aquisição dos equipamentos para implantação de uma academia ao ar livre. Já Ibitinga receberá R$ 23,4 mil para a aquisição de equipamentos e materiais para salas de fisioterapia, terapia ocupacional e reabilitação.
   Para Bertioga, o convênio prevê a implantação de duas academias de ginástica, sendo que uma será instalada no Núcleo de Apoio à Criança Especial (Nace) e a outra, na Orla da Praia da Enseada. O investimento no projeto é de aproximadamente R$ 100 mil.

Vídeos ensinam a conviver com diferenças e são baseados no Manual de Convivência, de Mara Gabrilli

    A TV Câmara lançou a campanha Convivendo com as Diferenças, composta por cinco vídeos de cerca de dois minutos de duração, além de spots de áudio, com o objetivo de incentivar a convivência entre pessoas com e sem deficiência e quebrar preconceitos. A ideia é mostrar que, a partir de atitudes simples, qualquer um pode se relacionar com os deficientes e ajudá-los no seu dia a dia.
    Com linguagem simples e direta, os vídeos usam o recurso da animação, com o objetivo de atingir tanto o público jovem quanto o adulto. Eles foram baseados no Manual de Convivência, um livro elaborado pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).
    Os vídeos trazem algumas dicas pouco conhecidas pela população em geral, como nunca fazer carinho em um cão-guia enquanto ele estiver trabalhando, para não distraí-lo. E alertam sobre atitudes incorretas, mas muito comuns, como, por exemplo, estacionar em lugares reservados aos deficientes. Eles também mostram, por exemplo, a forma correta de ajudar um cadeirante a chegar a locais de difícil acesso.
    Os vídeos têm direção e roteiro de Dulce Queiroz, jornalista do núcleo de Documentários da TV Câmara. As ilustrações são de Daniel Carvalho e a animação é de Tiago Keise.
    O material da campanha será distribuído a TV e rádios de todo o País, para multiplicar o seu conteúdo educativo.
Acessibilidade
    A Câmara também promoveu na terça-feira (6) o Dia da Acessibilidade, com uma ampla programação cultural, além da apresentação oficial de projetos já desenvolvidos neste ano pela Casa, e de outros que serão implementados em 2012.
Da Redação/JPJ
Confira os vídeos:
Convivendo com as Diferenças - Cadeirantes

Convivendo com as Diferenças - Deficientes físicos


Convivendo com as Diferenças - Deficientes Intelectuais


Convivendo com as Diferenças - Surdos


Convivendo com as Diferenças - Cegos


Fonte: Câmara

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