Pessoas com esclerose múltipla enfrentam o desafio de conter a redução da massa cinzenta
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Com a doença,
a bancária Carina Araújo usa o primeiro remédio oral para a esclerose: menos
agressivo
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Basileia (Suíça) —
Rugas, alterações hormonais, queda do metabolismo, cabelos brancos. O processo
natural de envelhecimento provoca uma série de mudanças na vida das pessoas,
mas não é apenas o corpo que sofre as consequências do avanço da idade. Ao
longo dos anos, a atividade do cérebro também começa a se reduzir, como
consequência da morte lenta e gradual dos neurônios. Para quem sofre de doenças
neurodegenerativas, no entanto, esse processo se dá de forma mais acelerada, o
que inquieta médicos e cientistas. A preocupação aumenta quando o assunto são
as enfermidades que atingem os mais jovens, em especial a esclerose múltipla
(EM). Estima-se que esse mal atinja 2,5 milhões de pessoas no mundo, 30 mil no
Brasil.
“A atrofia cerebral
ocorre desde muito cedo em pacientes com a doença, ou seja, eles passarão o
resto da vida perdendo neurônios de forma acelerada se nada for feito para
frear o processo”, alerta o neurologista André Matta, professor da Universidade
Federal Fluminense. Nas pessoas saudáveis, a redução varia de 0,1% a 0,3% a
cada ano. Já nos portadores de EM, a taxa gira entre 0,5% e 1%, velocidade três
vezes superior. “O processo está diretamente ligado ao nível de comprometimento
dos pacientes e pode ser medido por meio de ressonância magnética”, explica
Till Sprenger, pesquisador do Hospital Universitário da Basileia.
De acordo com os
médicos, toda perda de volume cerebral gerada por doenças neurodegenerativas
merece atenção, mas no caso da EM, o quadro é ainda mais preocupante, uma vez
que ela atinge preferencialmente pessoas jovens. A primeira manifestação da
doença costuma ocorrer entre 20 e 40 anos.
Na esclerose
múltipla, a redução da massa cinzenta se dá por meio de inflamações do tecido
cerebral ou medular. Nesses episódios, a mielina – substância que envolve e
protege os neurônios – é danificada ou destruída e são formadas cicatrizes que
impedem a transmissão dos impulsos nervosos. A depender da região afetada pelo
surto, diversos sintomas podem se manifestar, entre eles problemas motores,
sensitivos e psicológicos.
Remédios
Apesar de ainda não haver cura para a EM, os pacientes que têm a doença são tratados com drogas que têm como objetivo reduzir as inflamações e, por consequência, a perda de neurônios. Os tratamentos disponíveis encaixam-se em duas categorias: sintomáticos e terapias modificadoras. Na última, estão os medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde: betainterferona, glatiramer e natalizumabe – todos injetáveis. No entanto, nem todos os remédios usados para controlar a doença são eficazes no combate a esse processo. É o que aponta estudo desenvolvido pelo neurologista Sven Schippling, pesquisador do Hospital Universitário de Zurique. De acordo com a pesquisa, apesar de reduzirem a quantidade de surtos, essas drogas não conseguem conter a atrofia logo que começam a ser ministradas. Apenas a partir do segundo ano de tratamento os remédios passam a desacelerar também a perda de volume cerebral.
O único que se mostrou eficiente, desde o início, para barrar esse processo foi o fingolimode, primeiro medicamento oral contra a esclerose múltipla. A substância reduziu a taxa de reincidência anual em 61% quando comparada ao interferon beta 1a – droga comumente receitada como primeira opção –, de acordo com estudo liderado por Jeffrey Cohen, do Instituto de Neurologia de Cleveland, nos Estados Unidos.
Segundo
Schippling, diferentemente das pessoas acometidas por males como Alzheimer e
demência, a maior parte dos portadores de EM é jovem, ou seja, sofrerá a perda
neural por um período muito mais prolongado.
Hematomas
Hematomas
Conheça os sintomas
mais frequentes
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Perda de massa
cinzenta é precoce e tem ligação com o grau de comprometimento do paciente
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Fonte: UAI - Saúde Plena
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