Atitudes que favorecem a inclusão afetiva da Pessoa com Deficiência
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Fabiano Puhlmann di Girolamo
Dentro da especificidade de cada deficiência, existem
algumas atitudes essenciais, que devemos implementar quando vamos promover a
inclusão afetiva da pessoa.
Nas “deficiências físicas”, devemos estar atentos à
acessibilidade arquitetônica e de mobiliário do lazer sexual adulto, à
informação sobre tratamentos e medicações para disfunções sexuais para as deficiências
físicas que tenham alterações vasculares e neurológicas
A sexualidade não está mais restrita aos tratamentos de
disfunções sexuais, até porque 100% das pessoas com deficiência física têm
condições de viver uma sexualidade normal. O fantasma da ereção masculina nos
lesados medulares e alguns outros casos de acidente vasculares, foi vencido
pelos avanços da urologia moderna.
Mas, geralmente não é o caráter físico o grande impeditivo
para que relações íntimas aconteçam, mas sim os fatores de natureza
psicológica, as emoções e sentimentos ligados à própria deficiência, à
autoimagem e a identidade.
Hoje podemos afirmar que somente quem está em uma fase mais
introvertida e depressiva não está vivendo uma sexualidade inclusiva.
As barreiras imaginárias ainda são os maiores limitadores,
mas a pressão da sociedade se inverteu: no começo a pessoa com deficiência
física vivia em exclusão social, depois motivado por profissionais conscientes,
veio a integração social, agora estamos vivendo a era da busca da qualidade de
vida afetiva e sexual para todos.
Na “deficiência auditiva”, a educação e terapia sexual
devem ser realizada em LIBRAS, seja através da formação do profissional de
educação e saúde nesta segunda língua brasileira, seja na contratação de
interpretes de LIBRAS e, neste caso, é também recomendada a formação dos
intérpretes em educação sexual. Para implementar a comunicação sobre os
inúmeros detalhes da vivência sexual e afetiva, é necessária a criação e
divulgação de sinais sobre sexualidade em LIBRAS. A pessoa com deficiência
auditiva precisa receber informação atualizada sobre sexualidade.
Pessoas com deficiência auditiva que foram adequadamente
estimuladas no período de desenvolvimento, vão lidar com a sexualidade com
maior facilidade e podem estabelecer relacionamentos duradouros de namoro e
casamento, podem aprender sobre métodos anticonceptivos e de prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis, podendo ter uma vida afetiva rica em
experiências.
A pessoa com “deficiência visual” deve ser estimulada a
desenvolver suas habilidades perceptivas (olfato, paladar, tato, audição,
propriocepção) a serviço da vivência afetivo sexual. Necessitam de informação
impressa em Braille ou em formato digital (usuários de sintetizadores de voz -
Jaws, virtual vision, dosvox) sobre sexualidade. Edição de áudio livros sobre
educação sexual e sobre contos eróticos.
A criança cega que for bem estimulada para ter autonomia,
para ver todo seu corpo como seu patrimônio, sem zonas proibidas e tiver boa
informação sobre o funcionamento do mesmo, chegara à adolescência com
capacidade para lidar com os desafios afetivo-sexuais da juventude.
A deficiência visual em si não altera a sexualidade, nem
exacerba sua manifestação, nem impede sua vivência. A sexualidade do deficiente
visual está diretamente ligada à sua abertura para viver o enamoramento, a
paixão e o amor.
A pessoa com deficiência visual que perdeu a visão como
adulta, tem mais facilidade para se adaptar à sexualidade sem a visão, sabem
utilizar o toque para conhecer os potenciais parceiros, o dialogo e as carícias
para embalar, e no caso de terem experiências sexuais prévias, lidar com o ato
sexual com nível de ansiedade adequado. Mesmo casais cegos, que perderam a
visão adultos, não relatam dificuldades com a sexualidade, podem ter de lidar
com problemas sexuais como qualquer pessoa, mas sem grandes dificuldades.
A pessoa com deficiência visual não tem, por causa da
deficiência, nenhuma alteração em sua fisiologia e anatomia sexuais, durante
suas vivências de enamoramento, paixão e amor, irá experimentar as mesmas fases
do ato sexual normal, desejo, excitação, orgasmo e resolução, utilizará o
recurso das fantasias eróticas que podem ter ou não imagens visuais dependendo
do estímulo gerador, estímulos auditivos, olfativos táteis e gustativos, podem
estar potencializados devido à intensa utilização adaptativa.
A pessoa com “deficiência intelectual” necessita que os
pais, os educadores e os terapeutas sexuais utilizem mediações pedagógicas para
educação sexual, indiquem acessórios e recursos sexuais para masturbação
daqueles que não
conseguem ter relacionamentos. E principalmente, o fomento
de uma rede de apoios para o relacionamento afetivo sexual.
Já existem pessoas com deficiência intelectual que tem
capacidade suficiente de adaptação ao meio para estarem casados e vivendo muito
bem. Mas, mesmo com restrições, a sexualidade é vivida na deficiência
intelectual com grau variado, dependendo em grande parte, dos apoios à uma
sexualidade saudável e o olhar responsável de pais e profissionais.
É uma população que enfrenta a polêmica constante em
relação às fronteiras de seus direitos ao exercício de uma vida afetiva-sexual.
As pessoas com deficiência hoje estão vivendo todas as
fases da Inclusão Afetiva: enamoramento, paixão e amor. O amor inclusivo é uma
realidade, e é cada vez maior o número de relacionamentos e casamentos
inclusivos.
Contraste de uma mesma cor, nuance de uma mesma música, a
diversidade está presente sempre em cada movimento individual em busca da
realização afetiva e sexual de pessoas com e sem deficiências, que vivendo as
etapas de cada relacionamento acabam conhecendo um pouco mais de si mesmas, de
seus corpos e de suas almas.
Fonte: Revista Reação - Edição 91
ResponderExcluirSexualidade e deficiência
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A sexualidade e deficiência é uma temática da vida cotidiana dos portadores de deficiência. O senso comum delimita a vida sexual de portadores de deficiência física como se esta atividade não existisse ou como um tabu. Por desconhecimento, uma série de suposições não verdadeiras é realizada, são criadas crenças e visões estereotipadas, além do preconceito.1
O aprendizado destas pessoas é realizado através de contato com outros indivíduos portadores de deficiência.2 Com o advento da tecnologia, tornou-se um pouco mais fácil a busca de informações através, por exemplo da Internet, nas comunidades virtuais.
Índice [esconder]
1 Sexualidade e deficiência mental
2 Sexualidade e deficiência física
3 Notas e referências
4 Bibliografia
5 Ligações externas
Sexualidade e deficiência mental[editar | editar código-fonte]
O deficiente mental é submetido muitas vezes a um tratamento protetor, como fosse um indivíduo assexuado ou eternamente criança.1 3 A sexualidade destes pode também pode ser vista como algo selvagem, que deve ser reprimido.1 De acordo com diversos autores estas pessoas sentem desejo, amam, sentem prazer e querem ser amadas. A condição de sexual destas pessoas depende muito das suas condições educacionais.1 Geralmente, trata-se as pessoas com diferentes deficiências de forma igualitária, mas, na verdade, dependem de condições psicossociais diversas.1 Também existe a fobia que um possível descendente possa ser também um deficiente mental.1 Um mito pois nem toda deficiência mental é transmitida de forma hereditária.1 Outro pensamento comum é que deficientes possuem uma condição que os faz praticarem atitutes sexuais a toda hora, e por isso devem
vitor
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