Campanha alerta para acesso de pessoas com deficiência ao teatro
Compartilhe
Lançamento da campanha
‘Teatro acessível: arte, prazer e direitos’, em audiência pública na Câmara
As dificuldades
enfrentadas por pessoas com deficiência para participar de atividades
culturais, como uma peça teatral, por exemplo, não se limitam à entrada nos
espaços, que muitas vezes não têm rampas ou piso tátil. Elas incluem outros
aspectos, como a ausência de cenários adaptados para pessoas cegas ou com baixa
visão para que possam entender onde as cenas serão interpretadas, a falta de
programas escritos em braile e a ausência de intérpretes de Língua Brasileira
de Sinais (Libras).
Para mobilizar artistas,
os governos e a sociedade civil em relação a essas questões, previstas nas leis
de acessibilidade, foi lançada a campanha Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos, em
audiência pública na Câmara dos Deputados. Pela primeira vez na história da
Casa, uma audiência foi feita com total acessibilidade - tradução para Libras,
transcrição por texto e audiodescrição de todas as discussões.
Durante o encontro, a
idealizadora do projeto, a especialista em inclusão Claudia Werneck ressaltou
que o direito à cultura é de todas as pessoas, com ou sem deficiência.
“É preciso sensibilizar
toda a sociedade, incluindo a classe artística e o Poder Público, para que
sejam incorporadas práticas inclusivas, previstas na legislação, na área de
cultura. A campanha não tem o objetivo de garantir apenas que pessoas com
deficiência estejam nas plateias, mas que elas possam fruir e participar das
produções com total dignidade”, disse.
“Para isso, é preciso
que essas produções se abram também à participação de pessoas com deficiência
em todas as áreas, como na técnica, no figurino, na gestão dos recursos”,
acrescentou ela, que é pioneira na disseminação do conceito de inclusão no
Brasil e em países da América Latina.
Ela ressaltou que
trata-se de uma ação alinhada com o disposto no Decreto Federal 5.296/04 e na
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas,
primeiro tratado de direitos humanos a ser ratificado com valor constitucional
no Brasil, por meio do Decreto Legislativo 186/08 e Decreto Federal 6.949/09.
O deputado federal Jean
Wyllys (PSOL-RJ), que apresentou requerimento à Casa Legislativa para a
promoção da audiência, enfatizou a necessidade de se construir e reforçar
politicas públicas voltadas para soluções de acessibilidade. "O direito à
cultura é direito humano", ressaltou.
Uma das ações previstas
na campanha é a veiculação de anúncios em meios de comunicação em que artistas
conhecidos pelo grande público destacarão a importância da acessibilidade nos
espaços culturais. A partir da próxima semana, também estará disponível o hotsite da iniciativa, onde será
possível encontrar um passo a passo com as principais medidas para garantir a
acessibilidade em um teatro.
Ainda como parte da
iniciativa, que tem entre seus parceiros o Ministério da Cultura e a Frente
Parlamentar de Cultura, houve apresentação gratuita, em Brasília, da peça infantojuvenil Um
Amigo Diferente?, no Teatro do Brasil 21 Cultural. A peça terá
equipe de tradução para Libras, braile, audioguia e acessibilidade para pessoas
com deficiência física ou mobilidade reduzida.
Fonte: EBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu Comentário é muito importante para nós.