Em escola regular, alunos com deficiência ensinam com exemplo de vida
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Segundo o Censo Escolar, as matrículas de crianças e jovens com
deficiência cresceu 112%
Por Glenda Uchôa
Na sala de aula da Escola
Municipal Lunalva Costa (Teresina), Bruno Moreira, 6 anos, é o único aluno com
deficiência, ele tem paralisia cerebral. A presença de Bruno na sala de aula de
ensino regular é benéfica para o garoto, que é estimulado a todo tempo e,
também, para os colegas de sala, que aprendem a lidar com as diferenças.
A paralisia cerebral de Bruno
afetou, principalmente, a parte motora do seu organismo. O lado esquerdo do
corpo garoto, seus membros superiores e inferiores, apresentam dificuldades
para a movimentação. “Quando ele deixa cair alguma coisa, ou não consegue realizar
alguma atividade, nós percebemos que os colegas logo ajudam. A deficiência dele
não afetou o seu desenvolvimento cognitivo, ele consegue aprender as coisas
muito rápido”, explica a professora Elizangela Silva.
Entre 2005 e 2011, segundo o
Censo Escolar, as matrículas de crianças e jovens com algum tipo de necessidade
especial – intelectual, visual, motora e auditiva – em escolas regulares
cresceu 112% e chegou a 558 mil. No Piauí, o último censo de 2010 divulgado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata que no
estado mais de 850 mil pessoas tem algum tipo de deficiência, sendo que cerca
de 230 mil apresentam algum tipo de deficiência física e/ou motora.
As barreiras da falta de
inclusão estão sendo superadas aos poucos. A mãe de Bruno, Carol Moreira, conta
que a primeira vez que procurou matricular o filho em uma escola regular
recebeu uma negativa por parte da direção. “Na primeira escola que procurei fui
orientada a procurar uma escola especial, mas eu não queria isso. Depois recebi
a indicação de outro colégio e lá aceitaram meu filho. O acompanhamento que
faço dele só reforça que ele é capaz de tudo, as professoras também contam que
ele aprende rápido. Ele tem muitos amiguinhos”, relata.
Para crianças que possuem
dificuldade motora avançada ou intelectual, a escola dispõe de um acompanhante.
Nesse caso, o profissional contribui com a orientação na realização de
atividades e o acompanha e contribui no desenvolvimento de ações de maior
complexidade encontradas pelo aluno.
A diretora da escola Lunalva
Costa, Sônia Soares, explica que além das aulas regulares, os alunos com
deficiência podem frequentar, no contra-turno, as aulas de atendimento
educacional especializado (AEE). No colégio municipal há cerca de 20 alunos com
deficiência.
Ensino
Particular
Para alunos da rede
particular, a realidade não é diferente. “Os alunos com deficiência inclusos em
salas de aulas regulares ganham nos quesitos da socialização, no fato de
poderem estar e observar um grupo com vários tipos de comportamentos, além de
todo o conhecimento adquirido em conjunto. Isso também vale para os alunos sem
deficiência, que tem um ganho até maiores com a convivência, já que aprendem a
ser mais tolerantes, pacientes e flexíveis. É um ganho geral”, comenta a diretora
da escola Viva, Sheila Oliveira.
Autismo, Síndrome de Down,
Paralisia Cerebral e deficiência auditiva, são algumas das deficiências dos
alunos matriculados na instituição. A escola também oferece aulas de AEE e
acompanhantes pedagógico. Para esse último caso, os pais custeiam um valor
adicional para o pagamento do profissional. Outras escolas municipais e
particulares de educação em Teresina realizam esse mesmo trabalho.
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