No Dia do Professor, mestres contam como é educar para a diversidade
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Aulas devem visar a técnicas e recursos específicos de
inclusão de alunos com deficiências.
Em 2012, o Brasil tinha 2,3 milhões de professores.
Entre eles, 415 mil (20%) se dedicavam à educação para a diversidade, como para
indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência (educação especial) e privadas de
liberdade. O número desses profissionais cresceu 1,5% de 2011 para 2012,
segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira).
Nas salas de aula, esses
professores devem garantir o resgate da cultura dos povos, o ensino de direitos
e das políticas públicas, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
Cada situação impõe
desafios aos docentes. Por exemplo, de acordo com a resolução do Conselho
Nacional de Educação, 11,8% das pessoas que estão presas ou em centros de
reabilitação são analfabetas e 66% não chegaram a concluir o ensino
fundamental. “O tempo que passam na prisão (mais da metade cumpre penas
superiores a nove anos) seria uma boa oportunidade para se dedicar à educação”,
diz o texto.
Para os alunos da
educação especial, as aulas devem visar a técnicas e recursos específicos para
garantir a inclusão.
No Dia
do Professor, a Agência Brasil apresenta reportagens com alguns
desses profissionais que contaram suas experiências, sua carreira, como é o dia
a dia e os obstáculos enfrentados, como falta de água na escola. Eles acreditam
que pela sala de aula é possível mudar a realidade do País.
Dificuldades na escola levam aluna surda a seguir magistério para facilitar aprendizado
Dificuldades na escola levam aluna surda a seguir magistério para facilitar aprendizado
As dificuldades que
enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana
Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças
na mesma condição. Atualmente, ela é professora da rede pública de ensino doDistrito Federal e dá aulas na Escola Bilíngue Libras e
Português Escrito.
Quando estudou, a
professora Adriana sofreu com a falta de material adequado e de intérprete em
sala de aula. “Eu precisei me esforçar muito para avançar nos estudos. Foi
muito exaustivo. Não tinha intérprete na sala de aula, eu não tinha o recurso
visual. Quando criança, aprendi o português lido e isso era mais difícil. Por
isso, tive o sonho de estudar para trabalhar com as crianças que tinham
dificuldade”, relatou Adriana em linguagem de sinais, traduzida à Agência
Brasil pela coordenadora da escola.
Hoje, na sala de aula,
Adriana ensina com o uso de dinâmicas de grupo, batalha naval, jogos, tudo combinado
com imagens, sinais e vocabulário. A didática não é um desafio para a
profissional que conhece as duas posições, a de aluna e a de professora surda.
Garantir a igualdade de
condições no aprendizado entre os alunos surdos e os demais é uma meta da educadora.
O recurso visual e a expressão são fundamentais no ensino. Antes, Adriana
produzia material, fazia cópia de imagens e conta que era um trabalho
exaustivo. Agora, na Escola Bilíngue, relata que o material é adequado. “Com a
Escola Bilíngue, o conteúdo é o mesmo do estudante ouvinte. Queremos essa
isonomia, essa igualdade”, conta a professora, que já soma 15 anos de
profissão.
Para o futuro, ela quer
mais. A intenção é ter material filmado para fazer avançar o trabalho em sala.
“A linguagem de sinais envolve expressões e o ideal é material filmado”,
explica. A educadora relata que quando ingressam na escola muitos alunos surdos
ainda não entraram em contato com a Libras. Além de ensinar os alunos, a escola
tem também cursos voltados para a família, destinados a facilitar a comunicação
dos estudantes em casa.
Na Escola Bilíngue onde
a professora Adriana ensina, as aulas são ministradas diretamente na linguagem
de sinais, com o uso frequente de datashow e em turmas formadas por surdos. O
modelo é diferente do adotado nas escolas inclusivas, onde as turmas são mistas
e o professor dá aula oral com a presença de um intérprete de Libras.
“Antes, existia apenas o
modelo de inclusão. O aluno tinha um limite de conteúdo e ele acabava perdendo
muito”, avalia a professora. “O principal desafio é vencer as limitações dos
alunos surdos. Queremos que eles ultrapassem as limitações que existiam no
modelo de inclusão”, acrescenta.
Fonte: Agência Brasil
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