Professores estão preparados para o processo de inclusão?
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Maria Tereza Mantoan: escola e família têm
papel primordial na inclusão
ENTREVISTA
Pedagoga, com doutorado em educação, Maria Tereza Eglér Mantoan é
professora da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp). Sua
dedicação, nas áreas de pesquisa, docência e extensão, está voltada ao direito
incondicional de todos os alunos à educação escolar de nível básico e superior
de ensino. Tem 17 livros publicados.
Ela exerce, desde 2007, a função de
coordenadora pedagógica do curso de especialização para formação de professores
de atendimento educacional especializado, promovido pela Secretaria de Educação
Especial do MEC em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFCE).
Em entrevista ao Jornal do Professor, Maria
Tereza diz que a escola e a família têm papel primordial na inclusão dos alunos
especiais. Para ela, é importante que esses alunos tenham acesso a escolas
comuns, mas também é importante que as escolas ofereçam atendimento educacional
especializado, complementar à formação, segundo as necessidades de cada um.
Jornal
do Professor – Em sua opinião, qual o papel da escola na inclusão de alunos
especiais? E da família?
Maria Tereza Eglér Mantoan – Escola e
família têm um papel primordial na inclusão do aluno que é público–alvo da
educação especial. Elas introduzem a diferença, encarnada nesses alunos, assim
como podem escondê-la, como ocorre nas escolas e famílias que excluem essas
pessoas dos ambientes sociais.
JB
– Quais as principais dificuldades enfrentadas por professores e escolas no
processo de inclusão? Como superá-las?
JP – O que é necessário
para incluir bem os alunos da educação especial?
O reforço financeiro, para que a escola consiga manter esse novo
serviço da educação especial é de grande valia. A partir de 2010, o Fundeb será
duplicado para os alunos da educação especial que estiverem matriculados na
escola comum e frequentando o atendimento educacional especializado – AEE.
JP
– É importante que as escolas participem ativamente do processo de inclusão de
alunos especiais? Quais os benefícios que a inclusão traz tanto para os alunos
especiais quanto para os demais?
MTEM – A convivência com as diferenças traz
para todos a possibilidade de exercitarem, desde pequenos, o questionamento
sobre tudo o que discrimina e coloca à parte pessoas, escolas, instituições,
programas.
JP – Qual o papel das
instituições superiores na preparação de professores que vão atuar nessa área?
Os novos professores já saem preparados para atuar na inclusão?
JP – É importante que
os professores das escolas comuns participem de cursos ou seminários para
aprenderem a lidar com a inclusão?
MTEM – Os professores devem estar sempre participando
de cursos, encontros, seminários para que possam se atualizar, para melhor
desenvolver suas atividades nas escolas, segundo o que requerem as novas
propostas educacionais, sejam as que tratam da inclusão , como de outros
assuntos do momento.
JP
– A senhora tem participado das capacitações oferecidas pelo MEC. Como são
esses cursos?
MTEM – Esses cursos são realizados na
modalidade semipresencial, sendo a maior parte a distância. O curso do qual sou
uma das coordenadoras é o pioneiro na formação de professores para a educação
especial, na perspectiva da educação inclusiva. Ele começou em 2007, como
aperfeiçoamento e vai ser oferecido agora, como especialização lato sensu. Já
atingimos mais de dois mil professores, em todo o Brasil, só com o curso da
Universidade Federal do Ceará, que promove a formação da qual participo. No
momento estamos em vias de iniciar o curso de especialização para três mil
professores. Outras universidades brasileiras também estão promovendo cursos
semelhantes.
Fonte: Blog Deficiente Ciente
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