Site terá dados para alunos com síndrome de Down
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Portal
participará, ainda, de um mapeamento pioneiro
Ao
planejar o futuro de uma criança com características intelectuais diferentes da
média dos estudantes, os pais enfrentam o desafio de ir além da inclusão:
monitorar e tentar estimular a adequação da criança com Down à escola.
Quem
tem recursos opta por contratar um professor, que produz material adaptado à
capacidade de percepção do aluno. Na avaliação de quem acompanha a questão, é
preciso agora discutir maneiras de adequar o currículo e a forma de aprendizado
às necessidades dos estudantes com Down.
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Esse é o grande gargalo. É preciso um tempo maior para preparar o material que
será apresentado à criança. A forma de percepção de quem tem Down é diferente.
Não existe abstração. Por isso, há muita dificuldade com a Matemática. Para
trabalhar a História do Brasil, por exemplo, é preciso apresentar os fatos por
filmes e imagens. O material complementar tem que ser apropriado. O currículo
deveria ser menor. Ainda há escolas que reprovam muito os alunos com Down. E
isso acaba levando à evasão - avalia Maria Antonia Goulart, mulher do senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) e mãe de Beatriz.
Pega
de surpresa ao saber, no parto, que Beatriz tinha Down, Maria Antonia se
tornou, um ano e meio depois, uma estudiosa do tema. No dia 21, Dia
Internacional da Síndrome de Down, lança o portal Síndrome de Down
(www.movimentodown.org.br), tentando combater um aliado silencioso do
preconceito: a desinformação. É dela, na avaliação de Maria Antonia, parte da
responsabilidade pela estatística que aponta que quase metade das crianças e
adolescentes (48%) com algum tipo de deficiência e que recebem o BPC (Benefício
de Prestação Continuada) estão fora da escola. São cerca de 200 mil jovens.
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Se a gente não institucionaliza as discussões, fica restrito a quem pode pagar
um profissional de ponta que vai desenvolver processo específico. O conceito
sobre a síndrome, todo mundo tem. Saber que tem que incluir, todo mundo sabe. A
questão é o acesso com qualidade - diz Maria Antonia.
O
portal participará, ainda, de um mapeamento pioneiro que vem sendo feito pela
entidade Redes de Desenvolvimento da Maré: o levantamento de dados sobre os
portadores de Down na Favela da Maré, no Rio. O coordenador de conteúdo do
site, que será lançado em sessão solene no Congresso, terá um olhar especial:
Breno Viola, de 31 anos, tem Down.
Fonte:
O Globo
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