Desreipeito de uma empresa de transporte a uma cadeirante
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Lamentavelmente temos que fazer como a Carol, protestar, falar e recorrer ao judiciário para tentar ter os seus direitos garantidos.
Faça como ela, fale, peça, grite se for preciso, pois precisamos realmente ter nossos direitos garantidos e respeitados por todos.
Abaixo
segue o relato da Carol contando o que aconteceu com ela no dia 09/08/12.
“No
dia 09/08 estava na parada esperando o ônibus adaptado,
pois tinha um compromisso as 10:00 hr. Fui surpreendida ao ver o ônibus normal
e então perguntei para o motorista o que tinha acontecido. Ele me disse que não
tinha ônibus na garagem. Pensei: como assim se o horário é de um carro adaptado?
Liguei na mesma hora e falei com o fiscal cobrando que fosse mandado um carro
adaptado, pois tinha um compromisso. O mesmo pediu que eu aguardasse na parada. Logo o onibus chegou e fui para meu destino. Mas conversando com o motorista
que me conhece de anos, o mesmo me relatou que o fiscal que foi gentil comigo
pelo telefone tinha dito que eu não pegava todos os dias, ou seja não teria
porque a empresa se preocupar em colocar um carro adaptado como se eu tivesse
que sair de casa todos os dias porque eles colocam um ônibus adaptado saio de
casa quando necessário e não quando querem que eu saia. A opinião deste fiscal
é absurda a pessoa sai de casa quando quer e ter carro adaptado circulando é
direito de quem precisa.
Fui no meu compromisso, passei o dia na rua e a tarde fui para a parada que fica na Uruguai pegar o ônibus que sai as 18:00 do centro, mas quando cheguei percebi que havia um senhor esperando também pelo mesmo ônibus. Então pensei: terei que ir no corredor como acontece de costume, já dividi espaço com três cadeiras no corredor por ter poucos horários e todos utilizarem o mesmo ônibus. Os funcionários embarcaram o senhor e quando chegou a hora de eu subir o cobrador me olhou e me disse que eu não poderia embarcar por ter só um lugar. Eu ri e perguntei: como não poderei subir se só tem este horário e o próximo será as 21:00hs? Muito tempo pra quem tinha ficado o dia todo na cadeira e só queria ir pra casa descansar.
Fui no meu compromisso, passei o dia na rua e a tarde fui para a parada que fica na Uruguai pegar o ônibus que sai as 18:00 do centro, mas quando cheguei percebi que havia um senhor esperando também pelo mesmo ônibus. Então pensei: terei que ir no corredor como acontece de costume, já dividi espaço com três cadeiras no corredor por ter poucos horários e todos utilizarem o mesmo ônibus. Os funcionários embarcaram o senhor e quando chegou a hora de eu subir o cobrador me olhou e me disse que eu não poderia embarcar por ter só um lugar. Eu ri e perguntei: como não poderei subir se só tem este horário e o próximo será as 21:00hs? Muito tempo pra quem tinha ficado o dia todo na cadeira e só queria ir pra casa descansar.
Na
mesma hora foi chamado o fiscal que me disse que eram regras. O
fiscal conversou com o senhor que já havia entrado e ele se negou a descer e
pegar outro ônibus pois iria descer no caminho e pegar qualquer Restinga. O
fiscal me pediu que eu subisse no ônibus que estava encostado atrás, que o
motorista do Belem Novo Hipica ficaria me esperando no local onde o senhor
desceria. Disse para eles que eu não teria outro ônibus e me deram a palavra. Quando
cheguei no local quem disse que estavam lá, tive que ficar horas
esperando pelo próximo.
Como
a empresa vai me impedir de ir pra casa? Será que terei que tirar par ou impar
quando houver outro cadeirante que more no bairro para vermos quem vai para
casa primeiro? E quando estiver sozinha a noite, pois estudo terei que
ficar na rua se houver outra pessoa?
Na hora de pagarmos os impostos, se não pagamos somos punidos e na hora de uma empresa respeitar quem usa cadeira de rodas ela não é punida? Cadê o direito de igualdade? Naquele dia me senti um lixo e não um ser humano. A empresa presta um péssimo serviço.
Na hora de pagarmos os impostos, se não pagamos somos punidos e na hora de uma empresa respeitar quem usa cadeira de rodas ela não é punida? Cadê o direito de igualdade? Naquele dia me senti um lixo e não um ser humano. A empresa presta um péssimo serviço.
Sou
uma pessoa que tenho uma vida normal, estudo, trabalho, tenho compromissos e
pelo fato de usar cadeira de rodas não posso fazer nada disso? Estou sendo
descriminada pela empresa de
transporte Belem Novo.”
Luto
tanto pelo direito de acessibilidade. Uma rampa mal feita, uma rua sem rampa,
calçada inacessíveis. Todos me impedem de ir e vir se não forem acessíveis e é,
o que eu mais enfrento todos os dias ao sair de casa e me aventurar pelas ruas
da nossa capital.
Me vejo como uma
maratonista que todos os dias ao sair de casa tem que ter espirito de
esportista. Ainda bem que não sofro de depressão, se não coitado do psicólogo."
Oi Fernanda sou muito amiga da Carol e todos os dias saimos juntas pelas ruas de POA e estava com ela este dia você nem imagina nossa revolta, ela é muito guerreira e luta mito pelo inclusão aqui.
ResponderExcluirAgradeço a voce por ajudar a mostrar o desrespeito na cidade que é considerada mais acessivel do Brasil.
Josiane França.
Oi Josiane, infelizmente as pessoas com deficiência ainda sofrem muito no Brasil. Então temos q continuar lutando pelos nossos direitos, pois realmente precisamos deles. Obrigada pelo carinho. Volte sempre. Bjos
ResponderExcluirOlá Guilherme, muito obrigada pelo comentário, muito informativo e enriquecedor.
ResponderExcluirInfelizmente temos muito a melhorar no quesito acessibilidade no Brasil e no mundo. Mas espero que as leis sejam cumpridas por todos para cada vez mais pessoas com deficiência possam sair de casa sem ter que passar por inúmeras barreiras arquitetônicas e atitudinais.
Volte sempre.
Abraço