Software criado na UFRN ajuda pessoas que perderam movimentos

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Autonomus permite tarefas simples a pessoas que perderam movimentos. Programa de computador foi desenvolvido há cerca de dois anos e meio.

Equipamento é fixado na cabeça do paciente, que capta o sinal, transmite por sistema de rádio e um software desenvolvido pelos próprios pesquisadores da UFRN interpreta o desejo do paciente e transforma em comando de computador. Foto: Divulgação
Um exemplo de como a ciência pode transformar vidas. O projeto Autonomus, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, permite que pessoas que perderam os movimentos dos braços e das pernas possam executar tarefas simples, apenas com uso de um programa de computador.

O projeto vem sendo desenvolvido por pesquisadores da UFRN há cerca de dois anos e meio. No experimento, uma espécie de tiara, que possui pequenos dispositivos eletrônicos, é utilizada para captar os impulsos eletromagnéticos vindos do cérebro, sendo estes transferidos para um computador que contém um software, que é responsável pela realização das atividades. Assim, é possível, por exemplo, que uma pessoa que não tem os movimentos dos membros possa mudar o canal da TV usando apenas a visão.

O projeto já tem resultados. Dona Marlene, uma das pacientes que utiliza o programa, sofre há três anos de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que provoca a perda da força muscular. Com o projeto, pessoas como ela podem realizar essas tarefas simples. “Eu acho que ela nem acreditava, porque até para a equipe do professor foi uma surpresa, poder ligar uma TV só com o piscar de olhos”, diz Marilene Andrade, irmã de Marlene.

De acordo com o professor de fisioterapia Wagner Henrique Souza, qualquer paciente que tenha as funções cognitivas preservadas pode utilizar o programa, o que aumenta ainda mais o grupo de possíveis pacientes que podem ser beneficiadas. “Qualquer paciente que tenha as funções cognitivas preservadas, mas não tenham condições de controlar os seus membros, como tetraplégicos ou ainda pessoas com lesão medular, podem também fazer valer esse projeto”, explica o professor.

O projeto também busca viabilizar o processo de educação. Em parceria com a Secretaria de Educação à Distância da UFRN, o Autonomus permite que pacientes com limitações motoras possam ter acesso à universidade. “O Autonomus permite libertar o paciente dessa limitação física, mas também nos dá outra parte importante, que é permitir que o indivíduo deixe de ser apenas um paciente e possa também ser um aluno. Na UFRN nós desenvolvemos um universo virtual juntamente com a Secretaria de Educação à Distância que permite que esse tipo de paciente possa ter essa interação e o acesso à educação”, disse o pesquisador.

O programa Autonomus é distribuído gratuitamente pelo Laboratório de Inovação Tecnológica da UFRN. O endereço do site para o download do programa é o www.lais.huol.ufrn.br. A tiara com os sensores deve ser comprada. O valor médio do equipamento é de R$ 1.500. A adaptação do sistema é feita com o auxílio de um fisioterapeuta.

Mais informações clique aqui.

Fonte: G1

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