Mãe assume em tribunal ter matato filha tetraplégica à fome
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Queridos leitores, é com muita indignação e raiva que publico esta matéria no blog. Quem mundo é este? Como pode existir tanta maldade?
Kyla Puhle tinha
27 anos quando morreu de fome. Ela não morava em nenhum país pobre
de terceiro mundo, mas numa casa de classe média na cidade de Adelaide, no
sul da Austrália. Kyla foi morta pelos pais, que tomaram a decisão consciente
de negar comida à garota. Durante cinco meses, ela foi definhando até morrer,
em 19 de março de 2011, pesando apenas 12 Kg. Nesta semana, a mãe assumiu a
culpa no tribunal.
Kyla era tetraplégica e sofria de
paralisia cerebral e escoliose severa. Passava tanto tempo na cama que alguns
vizinhos sequer sabiam que ela vivia na casa. Os pais mataram a moça de fome
porque não conseguiam mais lidar com seus problemas físicos e mentais.
Ex-professora de escola primária, Angela Puhle pode
pegar prisão perpétua pela morte da filha, mas a expectativa é de que ela não
fique mais do que 20 anos na cadeia. Acusada inicialmente de homicídio doloso
(com intenção de matar), a australiana de 56 anos acabou confessando o crime de
homicídio culposo (sem intenção de matar), depois de uma negociação entre os
advogados. Assim, a pena deve ser reduzida
O pai da garota, Harry Puhle, se suicidou com um
tiro logo após ser liberado da cadeia, sob fiança, em dezembro de 2011. Angela
está esperando a sentença em liberdade. Ela não quer dar entrevistas, mas o
advogado Bill Boucaut antecipou que “vários relatórios de especialistas serão
necessários antes da decisão final sobre a pena”. A próxima audiência está
marcada para o dia 31 de julho.
O crime causou comoção na Austrália. Um estudo do
British Journal of Medical Psychology, feito no mesmo ano da morte de Kyla,
concluiu que famílias com crianças portadoras de deficiência sofrem mais
problemas físicos, emocionais e financeiros. "Há dificuldades na
manutenção da rotina e menor interação social. Além disso, foi constatado que
as famílias são mais desajustadas e enfrentam maior quantidade de problemas
psicológicos", aponta o estudo.
No entanto, alguns pesquisadores também
identificaram transformações positivas em pais com crianças portadoras de
deficiência, como o aumento da esperança e do crescimento pessoal e espiritual.
Nesse caso, o apoio dos familiares e amigos é fundamental. "Talvez eles
estivessem precisando de ajuda e não estavam conseguindo. Estou muito triste
porque não sabíamos que a menina (Kyla) estava lá. Gostaria de ter podido
ajudar”, lamentou um dos vizinhos da família.
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